segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dilma, o Aborto e a Teosofia

Filosofia Esotérica Ensina a Preservar a Vida e Afirma que o Feticídio tem Efeitos Desastrosos

Por Carlos Cardoso Aveline


Toda criança tem o direito de nascer, e de viver.

Está amplamente colocada, no cenário da eleição presidencial de 2010, a discussão sobre estimular o aborto ou promover o respeito pela vida. O tema envolve ética. O problema é filosófico. A teosofia tem uma posição clara a respeito.

A opinião da ex-ministra Dilma Rousseff, tradicionalmente favorável ao aborto, foi revisada em outubro de modo incerto e com palavras ambíguas. O fato demonstra que, para as forças financeiras e políticas que Dilma representa, o importante é o marketing.

Se o aborto não é “popular”, troca-se então de opinião imediatamente; pelo menos diante das câmaras de TV. A prioridade maior deste tipo de candidato é obedecer aos profissionais da propaganda, de maneira a enganar o povo pelo menos até o dia da eleição.

O candidato da oposição, José Serra, não mostra o mesmo gosto pelo marketing e tem posições mais consistentes diante da vida e dos problemas brasileiros. Serra sempre foi contrário ao aborto, salvo em situações excepcionais.

No início de outubro, o jornal “O Globo” examinava o modo como o deputado federal Luiz Bassuma, contrário ao aborto, foi perseguido dentro do oficialismo e teve de afiliar-se a outro partido.

Disse o jornal:

“De religião espírita, Bassuma foi punido com um ano de suspensão do exercício do mandato parlamentar pela Comissão Nacional de Ética do partido, em setembro de 2009. Isso por ter descumprido a resolução partidária aprovada em 2007, que, sobre a questão do aborto, continha o seguinte texto: “A defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público.” Na ocasião, a Secretaria de Mulheres do PT chegou a propor a expulsão de Bassuma do partido, mas ele só foi suspenso. Pelos mesmos motivos, o deputado Henrique Afonso (PT-AC) também recebeu uma suspensão de três meses. Na ocasião, ainda foi aprovada emenda da deputada Cida Diogo (PT-RJ) determinando que Bassuma retirasse de tramitação da Câmara todas as proposições que tratam da questão da defesa da vida.”[1]

Luiz Bassuma afastou-se do partido oficialista e hoje está no Partido Verde de Marina Silva.

A questão do aborto ganhou importância extraordinária no debate eleitoral a partir da segunda metade de setembro. Espíritas, evangélicos e católicos, reunidos no Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto), se mobilizaram contra Dilma Rousseff e sua defesa do feticídio.

Em um manifesto divulgado às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial, o movimento em defesa da vida afirmou:

“Entendemos que os eleitores brasileiros não podem ficar à mercê dos ‘lobos vestidos com pele de cordeiro’ cuja intenção é ganhar votos para vencer as eleições e, depois de empossados, mostrar a sua verdadeira face no apoio à cultura de morte”. [2]

Cristãos e espíritas qualificaram as declarações de Dilma Rousseff sobre o tema como “oportunistas, ambíguas e eleitoreiras”.

O tema do aborto está ligado a diversas questões éticas e cármicas. O neonazismo, o fascismo, o materialismo, as guerras, o desrespeito à infância, o culto ao dinheiro, a destruição da natureza e a promoção do aborto são todas formas diferentes de desprezo pela vida. A teosofia, em compensação, valoriza a democracia, a ética, a justiça, e o respeito por todos os seres.

É claro que a solução para o aborto como problema social não é promover a perseguição policial de mulheres desesperadas que matam seus fetos colocando em risco suas próprias vidas. Porém, o extremo oposto de estimular o aborto é uma ação necrófila, isto é, que promove a cultura da morte. A solução do problema social brasileiro passa por valorizar a vida, promover a justiça social e a educação. Matar os seres humanos que se considera “indesejáveis” é uma prática macabra.

Perguntada sobre a questão do aborto ou “feticídio”, Helena Blavatsky, a fundadora do movimento esotérico moderno, escreveu:

“A Teosofia em geral responde: ‘Em nenhuma idade e nenhuma circunstância o assassinato é justificável!’ E a Teosofia oculta acrescenta: ‘No entanto, não é nem do ponto de vista da lei, nem de qualquer outro argumento de um ou outro ismo ortodoxo que a voz de alerta se levanta contra esta prática imoral e perigosa, mas sim porque, na filosofia oculta, tanto a fisiologia como a psicologia mostram as desastrosas conseqüências de tal ato’.”

E a sra. Blavatsky prossegue:

“Nossa filosofia chega ao ponto de dizer que, se o Código Penal de muitos países pune tentativas de suicídio, ele deveria, por coerência consigo mesmo, punir duplamente o feticídio como tentativa de ‘duplo suicídio’. Porque, de fato, mesmo quando o aborto tem sucesso e a mãe não morre em conseqüência dele, ele encurta a vida dela na terra para prolongá-la numa triste proporção em kama-loka, a esfera intermediária entre a terra e a região do descanso, um lugar que não é o ‘purgatório de São Patrício’, mas um fato e um necessário lugar de parada da evolução no grau da vida.”

O aborto é um crime, segundo a teosofia, e Helena Blavatsky escreveu:

O crime cometido reside precisamente na destruição propositada e pecaminosa da vida, e na interferência com as operações da natureza, portanto - na interferência com o CARMA. O pecado não é considerado pelos ocultistas como algo de caráter religioso, porque, na verdade, não existe uma presença maior de espírito e alma num feto, ou mesmo numa criança antes que ela adquira a autoconsciência, do que em qualquer outro pequeno animal. Nós negamos a ausência de alma, tanto no mineral quanto na planta ou no animal; e acreditamos que há apenas uma diferença de grau nestes vários casos. Mas o feticídio é um crime contra a natureza.” [3]

O Brasil ético do futuro deve ser construído através do respeito à vida e do reconhecimento de um fato básico e objetivo: a existência de cada criança é algo sagrado, e toda criança merece os cuidados necessários à sua proteção e sua educação.

O país do futuro deve ser construído, também, com líderes políticos que dizem a verdade e têm respeito pelos cidadãos.

NOTAS:

[1] Veja a notícia de “O Globo” do dia 5 de outubro de 2010, em http://oglobo.globo.com
[2] A notícia sobre o Manifesto contrário a Dilma e ao aborto está em http://www.estadao.com.br .
[3] Veja o artigo de Helena Blavatsky intitulado “O Feticídio é um Crime?”, que pode ser facilmente localizado pela “Lista de Textos por Autor” ou pela “Lista de Textos por Ordem Alfabética”, no website www.filosofiaesoterica.com .


Para ter acesso a um estudo diário de filosofia esotérica, escreva para lutbr@terra.com.br e pergunte como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo SerAtento.

Nota do Editor do Blog Filosofia Imortal:
Não sou a favor de nenhum dos dois candidatos e faço campanha para o Voto Nulo. Quando não acredito em nenhuma das duas propostas, ao invés de optar pelo equivocado e aparente efeito benéfico de votar no menos pior, ou ainda, de votar em branco, quando os votos em branco acabam indo para quem está ganhando, opto pelo Voto Nulo, pois esta é a única maneira legítima de protesto e mostrar o descontentamento com as opções. No mais, bastam 51% de votos nulos e são obrigados a fazer nova eleição, como já aconteceu em Bom Jesus de Itabapoana e Pádua, em 2008.

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