sábado, 20 de novembro de 2010

Quando o nosso jeito de ir deixa marcas no caminho

Achei o texto abaixo super interessante e bacana, simplesmente porque separa religião da espiritualidade em si, além de falar concisamente sobre o que é importante, nossa reforma íntima e como ela repercute no meio.

Grande texto, Irenio!
Vida cristã tem consequência. Não há como ter uma experiência de Deus e permanecer o mesmo. A maneira como o apóstolo João tratou disso em sua comunidade foi muito interessante. Ele era testemunha ocular de Jesus, ouviu o Mestre ensinando e compartilhou o modo como Jesus viveu. Isso fazia toda a diferença. João visivelmente tinha estado com Jesus, pela sua maneira de ser, de tratar as pessoas, de se envolver com as coisas do Reino de Deus, de se relacionar e até de compreender o momento histórico e a cultura de seu tempo. É por isso que ele podia dizer: “A vida se manifestou, nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.” 1 João 1.2

Jesus chamou seus discípulos para o seguirem. Isso não tem nada a ver com uma religião nem com um sistema organizado. Ele propôs um caminho a seguir e esse caminho é ele mesmo. Isso tem a ver com nosso modo de vida, a maneira como encaramos a realidade e como fazemos as nossas escolhas. Tem a ver com a maneira como somos conhecidos como pessoas, as coisas que influenciam nossas decisões e como encaramos os nossos desafios. Tem a ver com o modo como nos importamos com os outros e como nos relacionamos. Tem a ver com a maneira como enfrentamos nossos problemas e dificuldades. E tem a ver ainda com a construção de nosso futuro.

Os primeiros cristãos não ficaram conhecidos pela estrutura religiosa que construíram. Ao contrário, eles eram tidos como pertencentes a uma seita, sem muita organização, ritual ou tradição. Eles foram inclusive chamados como os seguidores do caminho. Eles chegaram a alvoroçar o mundo com o modo como seguiram a Jesus, aquele que é o caminho.

Quem se dispõe a seguir caminho deixa rastros, vestígios, marcas por onde passa, assim como o modo como seguimos o caminho deixa também seus registros em nós. Você pode ver isso quando faz uma viagem para uma outra região, com uma cultura diferente da sua. Você tanto guarda lembranças e é afetado por aquele novo ambiente, como também deixa ali suas impressões. Da mesma forma, sempre que nos relacionamos com alguém, somos marcados por essa pessoa e deixamos também nossas marcas.
Jesus nos chama para termos um relacionamento profundo com ele. Isso deixa marcas em nossa vida. Por isso que não há como ter uma experiência de encontro com Jesus e continuar o mesmo. Somos marcados por seu amor, por seu cuidado, por seu poder manifestado em nós. O nosso caráter passa a ser semelhante ao caráter de Jesus Cristo.

Mas Jesus vai mais além. Ele nos desafia a viver no mundo deixando também as marcas de nosso relacionamento com ele. Em sua primeira epístola, João está preocupado com isso. Suas afirmações despertam alguns questionamentos. Que marcas temos deixado de nossa presença e atuação no mundo? De que maneira temos sido reconhecidos pelas pessoas que convivem conosco? Temos sido relevantes para esse tempo? Temos despertado o interesse dos outros pela maneira como vivemos o evangelho de Jesus Cristo hoje? Como podemos ter uma vida bem-sucedida de fé em meio a uma sociedade tão fragmentada?

São muitas perguntas. Mas todas elas nos apontam para a necessidade de vivermos de uma tal maneira que deixemos marcas que influenciem positivamente as pessoas que convivem conosco a respeito do que Jesus Cristo tem feito em nossa vida. Que isso ajude a elas a descobrirem, através de nosso modo de vida, o quanto vale à pena seguir a Jesus Cristo como caminho, verdade e vida. Isso vai nos proporcionar um novo tempo em nossa jornada de fé e nos fortalecer a uma vida com muito mais sentido.


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