quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tribulus Terrestris - O Viagra Natural

Tribulus Terrestris (videira da punctura ou abrolhos, «abre-os-olhos»), da família Zygophyllaceae, é uma erva daninha que, na Europa, foi utilizada como estimulante sexual — para aumentar o impulso e o desempenho — e para tratamento da impotência durante vários séculos.

O Instituto Químico-Farmacêutico em Sofia, na Bulgária, conduziu estudos clínicos com a Tribulus terrestris, e concluíram um aumento nas funções reprodutoras, incluindo na produção de esperma e testosterona em homens.

Nas mulheres houve um aumento da concentração de hormônios, incluindo o estradiol, com alteração ligeira da testosterona e melhoria da função reprodutora, libido e ovulação.

Na Grécia Antiga, era comum o uso dos frutos secos da Tribulus terrestris como um laxante suave e um tônico geral. Na China, era muito utilizada para tratar problemas do fígado e como remédio cardiovascular, além de eliminar dores de cabeça e exaustão nervosa. O uso como afrodisíaco era muito comum na Índia.

Mas, na verdade, o uso mais disseminado da Tribulus terrestris é no tratamento de problemas sexuais. O uso popular relata sucesso no tratamento de infertilidade nas mulheres, impotência ou disfunção erétil nos homens e aumento da libido em ambos os sexos. Os resultados dispararam a realização de vários estudos científicos por todo o mundo, inclusive no Brasil, com resultados bem promissores.

Os pesquisadores já descobriram que a Tribulus terrestris pode elevar significativamente os níveis dos hormônios LH e da testosterona, cujos efeitos foram confirmados com o aumento na freqüência e força na ereção, além de aumento do vigor na atividade sexual. Outros efeitos positivos foram relacionados, como a diminuição nas taxas de colesterol, melhora no humor e na auto-estima.

As partes da planta utilizadas como medicamento são as folhas e as raízes.

No Brasil, um dos estudos com a Tribulus terrestris foi realizado pelo ginecologista Décio Luiz Alves, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O pesquisador resolveu testar a planta após avaliar um estudo sobre a eficácia da planta que envolveu 45 homens - saudáveis e diabéticos, realizado na Indonésia, em 1998. O uso da medicação proporcionou uma melhora significativa (de até 65%) no desempenho sexual dos participantes.

Constituintes químicos do Tribulus terrestris: açúcares reduzidos, alcalóides (harman e harmina), ácidos graxos insaturados, esteróis, flavonóides (tribulosídeo), glucosídeos, nitratos, óleo essencial, potássio, kaempferol, resinas, saponinas, taninos

Contra-indicações/cuidados com o Tribulus terrestris: pessoas com hipertensão ou cardiopatia, só devem usar a Tribulus com acompanhamento médico. Se possível evitar o uso interno. O uso excessivo pode provocar problemas estomacais. Em hipertensos e cardiopatas pode ocorrer hipotensão e se a eliminação de potássio for considerável, poderá haver potencialização dos efeitos dos cardiotônicos.

Fonte: Wikipédia

Entrevista com Mário Rangel sobre Abduções

Ancient Aliens - A Evidência

















terça-feira, 29 de junho de 2010

A Verdadeira Religião

Por Paramahansa Yogananda

A verdadeira base da religião não é a fé, mas a experiência intuitiva. A intuição é a força da alma no conhecimento de Deus. Para conhecer profundamente a religião, é necessário conhecer Deus.

Quando vires um lindo pôr do Sol, pensa contigo mesmo: é Deus pintando o céu. Ao fitar o rosto de cada pessoa que encontrares, pensa interiormente: é Deus que assumiu esta forma. Aplica esta linha de pensamento a todas as experiências: O sangue no meu corpo é Deus, a razão na minha mente é Deus, o amor em meu coração é Deus, tudo o que existe é Deus.

Se não aplicarmos métodos científicos definidos na prática da religião, esta será pouco mais do que um lenitivo para nossa consciência.

A sua verdadeira personalidade começará a se desenvolver quando você for capaz de sentir, através da intuição profunda, que não é este corpo sólido, mas, sim, a divina e eterna corrente de Vida e Consciência que flui dentro do corpo.

A auto-realização é o conhecimento de todas as partes do corpo, da mente e da alma, que agora estão em sua posse, mas que são do Reino de Deus. Você não tem que orar para que a auto-realização venha até você. A onipresença de Deus é a sua onipresença. Tudo o que você precisa fazer é aumentar seu conhecimento.

A auto-realização não é algo que se aprende em livros; alcança-se apenas pela experiência pessoal.

O que toda religião deveria dar a seus seguidores é a percepção da Verdade – a experiência de Deus – e não meros dogmas.

O que Jesus Cristo percebeu, nós também devemos experimentar. Ele não ensinou que deveríamos adorá-Lo como uma personalidade mas, sim, experimentar o que Ele vivenciou em Sua união com Deus. Isto só pode ser alcançado pela meditação e pela obediência às Leis de Deus. Adorar a Jesus porque é Jesus não basta. Temos que abraçar os ideais universais que Ele pregou e lutar para sermos iguais a Ele.

A melhor coisa que você pode fazer para cultivar a verdadeira Sabedoria é praticar a consciência de que o mundo é um sonho.

A cura do temor está na consciência da coragem; a cura da ira, na consciência da paz; a cura da fraqueza, na consciência da força; a cura da doença, na consciência da saúde.

Doenças físicas ou mentais renitentes têm sempre uma raiz profunda no subconsciente. A doença poderá ser curada ao se arrancar as suas raízes escondidas. É por isto que todas as afirmações da mente consciente devem ser suficientemente impressivas para permear o subconsciente, o qual, de volta, automaticamente, influencia a mente consciente. As fortes afirmações conscientes têm, assim, uma reação sobre a mente e o corpo através do agente do subconsciente. As afirmações ainda mais fortes alcançam, não somente o subconsciente, mas também a mente superconsciente – o depósito mágico dos poderes miraculosos.

Obedeça as Leis de Deus sobre higiene. A higiene mental que conserva a mente pura é superior à higiene física, mas esta última é importante e não deverá ser negligenciada. Mas não viva de modo tão rígido que, ao precisar sair dos seus hábitos costumeiros, você fique abalado. [Não custa nada lembrar aqui o velho ditado: Tudo o que é demais é moléstia.]

A mente é o comandante que governa o corpo. Devemos sempre evitar sugerir à mente pensamentos de limitações humanas, como doença, velhice e morte. 

Mais do que isto, a mente deverá ser alimentada constantemente com esta verdade:
Eu sou o infinito, que se tornou um corpo. O corpo como manifestação do Espírito, é o Espírito sempre cheio de juventude.

Fonte: http://padmashanti.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Homeopatia Segundo Chico Xavier

“O medicamento homeopático atua energeticamente e não quimicamente (alopatia), ou seja, sua ação terapêutica vai se dar no plano dinâmico ou energético do corpo humano, que se localiza no perispírito.

A medicação estimula energeticamente o perispírito, que por ressonância vibratória equilibra as disfunções existentes, isto é, o remédio exerce duas funções enquanto atua. Por isso a homeopatia além de tratar doenças físicas, atua também no tratamento dos desequilíbrios emocionais e mentais, promovendo, então, o reequilíbrio físico-espiritual.”



Mistério em Itatira Permanece

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O povo judeu é uma invenção?

Shlomo Sand defende idéia de nação desvinculada da origem religiosa

Historiador da Universidade de Tel Aviv. Nascido na Áustria, filho de judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, é doutor em ciência política e especialista em teorias do nacionalismo

Por Glória Paiva

Há 20 semanas, um livro de história supera romances e obras de auto-ajuda, figurando entre os mais vendidos nas livrarias israelenses. Seu autor, Shlomo Sand, não esperava tamanho sucesso e tampouco a tradução de seu trabalho para seis línguas. "When and how was the Jewish People Invented?" (Como e quando o povo de Israel foi inventado?, ainda sem tradução para o português) trouxe uma brisa de ar fresco aos empoeirados tratados sobre a história de Israel, além de uma boa dose de polêmica.

A obra de Sand reúne evidências arqueológicas, notas geográficas e históricas e os mais diversos registros para embasar sua teoria: de que a história de Israel como a conhecemos é uma invenção do século XIX. Para Sand, não existe um povo judeu com origens, língua e passado em comum, mas uma profusão, em diferentes épocas e países, de conversões ao judaísmo e migrações proselitistas.

O autor nega a existência dos dois exílios judaicos (no século V a.C. e em 70 d.C.), atestando que os romanos jamais exilaram um povo, e alega que não há provas sobre os reinos de Davi e Salomão. "O sionismo mudou a idéia de Jerusalém. Antes, os lugares sagrados só serviam para serem adorados, e não para viver neles. Por 2.000 anos, os judeus ficaram longe de Jerusalém não porque os romanos os impediam, mas porque sua religião proibia isso até a vinda do messias."
Sand também critica a ausência de menções, na historiografia judaica, ao reino dos cazares, povo turcomano que ocupou a atual Rússia entre os séculos VII e X e se converteu massivamente ao judaísmo. O historiador explica que esta foi a gênese de uma grande população judaica falante de iídiche da Europa central e oriental. A controvérsia se completa quando Sand atesta que os palestinos da atual Cisjordânia são descendentes diretos dos judeus daquela região, convertidos ao islamismo na ocupação muçulmana. Abaixo, confira trechos da entrevista concedida por Sand ao jornal O TEMPO.

Minientrevista com
Shlomo Sand
62. Historiador da Universidade de Tel Aviv. Nascido na Áustria, filho de judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, é doutor em ciência política e especialista em teorias do nacionalismo
Você se surpreendeu de ver seu livro entre os best-sellers de Israel?

Sim, porque sei que não se trata de um livro "fácil". Não sou um escritor, sou historiador. E este não é simplesmente um livro de história, mas um livro que desconstrói a história. Tinha medo de publicar, mas sei que vivo numa sociedade muito liberal e pluralista. Na verdade, a maior parte das evidências e provas no livro já é conhecida. Eu não descobri nada novo, só organizei de forma diferente o conhecimento já produzido sobre as origens de Israel.


Como você define o nacionalismo israelense?

O nacionalismo de Israel não é religioso, como muitos pensam, mas etnocêntrico. Acho que as pessoas que construíram o Estado de Israel estavam muito distantes da religião. A religião foi instrumentalizada para que as fronteiras e a nação em si fossem criadas. Depois, não conseguiram se libertar das definições religiosas. Uma democracia não pode ser construída assim.
Como foi sua pesquisa?

Foram 15 anos de buscas. Como historiador, fui muito solitário, porque antes de mim apenas cientistas políticos trataram o tema dessa maneira. Os historiadores são muito conservadores aqui. Utilizei obras de geógrafos, cientistas políticos, arqueólogos.


Onde você achou provas para a sua teoria?

Em livros de história antiga, no Talmude, livros latinos, historiadores árabes. Em muita coisa do século XI e estudos da área de sociologia e ciência política. Na arqueologia encontrei algumas novidades, todas descobertas dos últimos 20 anos. Sem elas não teria coragem de escrever o livro.


Existiu um processo de criação da história de Israel?

Na segunda metade do século XIX, começaram a pensar em Israel como nação e foram obrigados a criar um passado comum que unisse o povo judeu. E tiveram êxito. Uma das condições ao se criar uma nação é inventar uma história linear, em que as pessoas têm a mesma origem. É uma forma de ser coerente, porque geralmente a origem de um povo é plural.


O que houve de peculiar no caso de Israel na criação então?

A peculiaridade é que precisávamos crer que estávamos lá há mais tempo que os palestinos. Era preciso criar uma idéia de que lá era um refúgio, um lugar para onde os judeus pudessem voltar. A visão do passado histórico judeu precisava se conectar com a história bíblica. O passado era importante para justificar a colonização dessa terra.Houve um esforço para encobrir a história verdadeira?

O judaísmo é uma religião. Essa presença da religião foi importante, mas isso não significa que o povo judeu existe como um povo, que descende do mesmo "etnos". Existiu, no passado. Uma nação é uma nação quando tem em comum a língua, o passado, os hábitos culturais. Os judeus não têm isso. A única coisa em comum é a religião. A origem de um grupo judeu que veio da Ucrânia é completamente diferente de uma família judaica do Marrocos.


Você é contra a existência de Israel como um Estado?

Não. O conceito de nacionalismo é que errado: Israel é tido como um Estado de judeus, e não de israelenses. E eu ainda acho que essa definição vai destruir Israel. Eu não sou contra a existência de Israel. Sou contra a existência de um Israel etnocêntrico. Temos que ter dois Estados: um dos israelenses e outro dos palestinos. Não de judeus e muçulmanos.

Fonte: http://rodrigoenok.blogspot.com

UFO em Roma

Objeto Voador Não Identificado 
ronda a cúpula do Vaticano



sábado, 19 de junho de 2010

Nasa: poderosa chuva de meteoros pode atingir a Terra em 2011

WASHINGTON - A Nasa - agência espacial americana - começou a avaliar os riscos para satélites e naves espaciais em órbita da Terra, como a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), devido a uma poderosa chuva de meteoros que deve atingir o planeta em 8 de outubro de 2011. O fenômeno ocorre no outono do hemisfério norte, vai durar sete horas e deverá ser especialmente violento.
  A Nasa pode, inclusive, redirecionar a ISS. William Cooke, do Marshall Space Flight Center (Huntsville, Alabama), ligado à agência espacial, disse que os especialistas preveem uma grande chuva e esperam um pico de várias centenas de meteoros por hora.
Duas outras chuvas fortes ocorreram em 1985 e 1998, mas não causaram problemas nos satélites e naves em órbita. Desta vez, a probabilidade de problemas também não é alta. No entanto, Cooke diz que a prevenção é importante e que a próxima tempestade não deve ser ignorada.
Segundo Cooke, a ISS tem um escudo contra as rochas do espaço e, se necessário, pode ser redirecionada. O mesmo se aplica ao telescópio Hubble. O cientista incentiva programadores a determinar se é necessário preparar estratégias de defesa. "Se um meteoro esporádico atinge você, é má sorte. Se isso ocorre durante uma chuva de meteoros, é negligência", diz o cientista.
12:52 - 18/06/2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Farmáfia - Como Os Remédios São Testados

A Face Oculta da Indústria Farmacêutica, da Medicina e da Ciência
Por: Sonia Shah


A indústria multinacional farmacêutica gasta quase 40 bilhões de dólares por ano para desenvolver novos medicamentos. Para isso, mobiliza uma crescente parcela dos cientistas mais experientes do mundo e a mais sofisticada tecnologia médica.

Com tal investimento maciço poderia se esperar um aumento do número de medicamentos de impacto dirigidos para os flagelados da humanidade. No entanto, esse ano, só a malária atingirá 500 milhões de pessoas no mundo, e matará cerca de três milhões. Os remédios mais modernos de que os médicos dispõem para tratá-los são anti-diluvianos: um medicamento chinês de mil anos, que substitui uma droga desenvolvida há mais de 50 anos [1].

A indústria famacêutica não desprezou as partes do mundo assoladas por doenças como a malária. Pelo contrário: nunca antes os fabricantes de remédios deram tanta atenção aos pobres do mundo. Os grandes laboratórios estão realizando milhares de ensaios clínicos nos países em desenvolvimento — Bulgária, Zâmbia, Brasil e Índia, por exemplo. Aninhado contra as favelas enegrecidas de fuligem em Mumbai ergue-se o reluzente prédio branco da Novartis, onde os pesquisadores franzem as sobrancelhas na busca de novas drogas. Ao redor das que se espalham cercando a Cidade do Cabo, ficam os cintilantes laboratórios de teste da Boehringer Ingelheim. Recentemente, a Pfizer, a Glaxosmithline (GSK) e a Astrazeneca instalaram centros globais de testes clínicos na Índia. Ano passado, a GSK realizou mais da metade dos seus testes de drogas novas fora dos mercados ocidentais, escolhendo em particular países de “baixo custo” para os testes “deslocalizados” [2].

As empresas não estão lá para curar os males dos doentes pobres que fazem fila em suas reluzentes clínicas de pesquisa. Os fabricantes de drogas foram aos países em desenvolvimento para fazer experimentos com as multidões de doentes miseráveis. Utilizam-se deles para produzir os remédios destinados às pessoas cada vez mais saudáveis em outros lugares, em particular ocidentais ricos que sofrem os desgastes da idade, como doenças cardíacas, artrite, hipertensão e osteoporose. Essa tendência — desenvolver drogas para os ricos globais testando-as nos pobres globais — além de não ser um investimento de recursos científicos preciosos, ameaça os direitos humanos e a saúde pública global.

Num mercado de bilhões, 100 mil “voluntários” para cada droga

Os Estados Unidos são o maior mercado de remédios do mundo. O norte-americano médio leva para casa dez receitas médicas por ano. Desde 2000, a indústria farmacêutica cresceu 15% por ano, triplicando o lançamento de drogas experimentais entre 1970 e 1990. Isto se deve, em grande parte, a mudanças nos regulamentos dos EUA sobre remédios. Em 1984, a agência norte-americana de medicamentos e alimentação (Food and Drug Administration, FDA) estendeu as patentes dos fabricantes para novas drogas; em 1992, começou a aceitar pagamentos de fabricantes em troca do exame e liberação mais rápida de suas drogas novas e, em 1997, suprimiu as regras que baniam anúncios de televisão para os remédios novos. Essa mudança bastou para trazer uma grande transformação na indústria. Pela primeira vez, permitiu-se aos fabricantes de remédios dirigir as propagandas mais atraentes dos remédios novos diretamente a um grande número de consumidores, sem a mediação cética de um médico.

Há muito dinheiro a ganhar vendendo remédios para norte-americanos: a indústria de medicamentos é uma das mais lucrativas do mundo. O problema é que quanto mais apreciam remédios, menos pessoas estão dispostas a se inscrever nos testes clínicos exigidos para desenvolver os novos. Cada droga nova exige cerca de quatro mil voluntários para os testes clínicos, o que por sua vez significa que 100 mil pessoas têm de ser atraídas para os ensaios iniciais. Por que tantos? Porque não é fácil desenvolver novos remédios para doenças do coração, artrite, hipertensão e outras condições crônicas não contagiosas.

dependence on prescription drugs BigPharma/Farmáfia exposta   Como os remédios são testadosApesar do máximo esforço da indústria, a maioria das novas drogas destinadas a tratar dessas doenças tem eficácia apenas marginal. Algumas são similares a uma pílula de placebo. “Você sempre tem que batalhar para encontrar uma diferença” entre os pacientes tratados e não-tratados, diz um pesquisador clínico veterano. Não é preciso testar muitos pacientes para provar a eficácia, por exemplo, da insulina para pessoas em coma diabético, porque o efeito da droga é muito visível. Mas provar que drogas de baixa ação, como antialérgicos, medicamentos para o coração ou pílulas antiinflamatórias têm uma eficácia real exige um grande número de pessoas testadas.

A necessidade da indústria encontrar voluntários para experimentos é imensa. Entretanto, pouco mais de um em vinte norte-americanos estão dispostos a participar de testes clínicos. A razão é óbvia. Por que se expor a compostos experimentais, não testados, quando o leque de alternativas comprovadas está ao alcance das mãos?

Quanto mais doenças e “eventos”, mais fáceis e rápidos os testes

Para resolver o problema, os fabricantes das drogas fazem testes para comparar o efeito dos seus remédios novos com o de um placebo. Basta provar à FDA que um medicamento novo funciona melhor do que nenhum. É um padrão simples que dá um resultado mais claro em menos tempo. O único problema com os testes de placebo é que exigem um número suficiente de pessoas que queiram participar de um experimento em que podem não receber tratamento algum – uma tarefa cada vez mais impossível, especialmente no Ocidente mergulhado em remédios.

Como resultado, 80% dos testes clínicos da indústria farmacêutica falham em cumprir os prazos de recrutamento. Para cada dia de atraso no desenvolvimento de uma droga, as companhias perdem cerca de um milhão de dólares em vendas, enquanto seus concorrentes ganham mercado.

Se as pessoas nos países em desenvolvimento estivessem sofrendo apenas de malária e doença do sono, é claro que não interessaria fazer testes nesses lugares. Mesmo que cada doente de malária tivesse um dólar para gastar com remédios – o que não acontece – esse mercado não seria grande o bastante para deslocar pesquisadores da indústria para laboratórios. Um mercado de 200 milhões de dólares, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) [3], é o mínimo necessário para despertar o interesse da indústria.

Não importa. Atualmente, além de malária e tuberculose, as pessoas dos países em desenvolvimento sofrem das doenças nas quais os fabricantes de drogas dos mercados ocidentais estão mais interessados. De acordo com a OMS, 80% das mortes por doenças crônicas não contagiosas, como males cardíacos e diabetes, agora ocorrem nos países em desenvolvimento. Há mais diabetes tipo II na Índia do que em qualquer outro lugar do mundo. Em alguns lugares da África, uma em cada cinco pessoas sofre de diabetes e 20 milhões de africanos padecem de hipertensão [4].

África do Sul: “um país ótimo para a AIDS”…

De acordo com a OMS, as implicações desse fenômeno para a saúde pública “são inquietantes e já estão aparecendo”. Por serem pobres e sofrerem incômodos de saúde mais prementes, poucos pacientes são tratados. Inevitavelmente, sofrem mais complicações do que os pacientes bem tratados do Ocidente. Isto oferece uma oportunidade para os testes industriais. Para provar que um remédio para o coração funciona, por exemplo, é preciso mostrar que quem não toma esse remédio sofre mais “eventos” — sejam ataques cardíacos ou mortes — do que quem toma o remédio. Os testes nos países pobres podem completar-se muito mais depressa. Como observou um executivo de uma companhia de testes clínicos, durante uma conferência sobre a adequação dos países pobres para testes clínicos: “se não houver eventos suficientes, você nunca vai terminar seu teste”.

Outro executivo de companhia de testes clínicos afirmou: “A África do Sul é um país ótimo [para AIDS]”, por causa do grande número de pacientes infectados pelo HIV ainda não tratados com drogas anti-virais. Com freqüência os fabricantes de drogas ficam frustrados em suas tentativas de provar que as novas drogas funcionam nos corpos impregnados de medicamentos dos ocidentais testados. Há tantas drogas em seus organismos que é cada vez mais difícil observar o efeito do composto experimental. Assim, os pacientes-virgens – pessoas doentes pobres demais para obter tratamento médico – são altamente valorizados nos testes clínicos.

Mas o grande atrativo para a localização dos testes em países mais pobres é a rapidez. Na indústria farmacêutica de hoje, onde os fabricantes de remédios manobram para ser os primeiros do mercado com a última insulina aspirada ou o novíssimo anti-depressivo, a velocidade é essencial. Nos países ocidentais, recrutar um número suficiente de voluntários para testes pode levar meses e até anos. Nos países em desenvolvimento, o recrutamento é rápido. Na África do Sul, a Quintiles alistou três mil pacientes para testar uma vacina experimental em nove dias. Em doze dias, recrutou 1.388 crianças para outro teste. Além do mais, no Ocidente, de 40 a 60% dos inscritos são instáveis e acabam largando os testes clínicos, incomodados por efeitos colaterais desagradáveis ou pelo inconveniente de se deslocar até a clínica.Em lugares como a Índia, as companhias de testes clínicos dizem que conservam 99,5% dos voluntários inscritos [5].

Não é fácil para os fabricantes de drogas ocidentais levarem seu negócio de testes clínicos para os países pobres. Muitas vezes, eles precisam traduzir documentos, equipar clínicas e hospitais sem recursos, treinar os médicos locais e lidar com uma burocracia estrangeira e freqüentemente corrupta. Mas, apesar desses desafios, para a maior parte dos grandes fabricantes de drogas, realizar os experimentos em países em desenvolvimento tornou-se uma necessidade. Empresas que oferecem consultoria sobre como realizar testes nesses países floresceram, tornando-se uma indústria secundária.

Grandes empresas de testes multiplicam filiais no Sul do planeta

big pharma campus BigPharma/Farmáfia exposta   Como os remédios são testadosAs companhias de testes clínicos (também chamadas organizações de contratos de pesquisa, ou CROs) como a Quintiles e a Covance ostentam escritórios e consultórios por toda parte dos países em desenvolvimento. A Quintiles tem clínicas no Chile, México, Brasil, Bulgária, Estônia, Romênia, Croácia, Letônia, África do Sul, Índia, Malásia, Filipinas e Tailândia. A Covance alardeia que pode fazer testes em 25 mil centros médicos, em uma dezena de países. A imprensa comercial da indústria dos testes clínicos exalta-se com entusiásticos artigos como “Sucesso com testes na Polônia” e “Oportunidades de um bilhão de dólares em pesquisa clínica na Índia”. “Descubra a Rússia”, diz uma manchete de uma revista de propaganda, que lembra estranhamente a exuberância de um guia turístico, “para fazer pesquisa clínica”. “Vá esquiar onde existe neve”, recomenda outro anúncio de uma companhia que vende serviços de testes clínicos em países pobres. “E vá fazer testes clínicos onde existem doentes”.

E então, qual é o problema? Os testes clínicos oferecem por toda a parte melhor tratamento do que as clínicas regulares, que fazem os pacientes esperar o dia inteiro em seus consultórios quase vazios. Os pacientes pobres poderiam considerar-se com sorte por participar de testes clínicos – e a alegria com que eles acorrem sugere que sabem disso. Ainda por cima, as clínicas e hospitais nos países pobres têm acesso a tecnologia avançada e freqüentemente capitalizam-se com o novo equipamento que os fabricantes de drogas trazem para que realizem os testes. “Recebemos alguns equipamentos”, lembra um pesquisador clínico da Índia, “e eles não os pediram de volta”.

Ser uma cobaia humana pode ser um papel que os ocidentais não querem mais fazer, mas isso não quer dizer que não é um bom negócio para os pobres. Por que não mandar os testes para lá, do mesmo jeito que mandamos as fábricas tóxicas e as sweatshops? [6] É melhor do que nada. “Disseram [que eu] estava levando vantagem!”, queixou-se um pesquisador industrial criticado por fazer testes em países pobres. “Mas sem o teste, aquelas crianças morreriam!” Na incansável análise custo-benefício tão popular nos Estados Unidos, exportar desagradáveis testes clínicos para países pobres faz sentido. “Acho que em geral é bom para as pessoas participar de testes clínicos”, diz o diretor médico da FDA, Robert Temple. “Metade das pessoas recebe medicamentos ativos e melhor tratamento”, diz ele. “A outra metade…[recebe] melhor tratamento”.

Entretanto, oferecer o corpo à ciência não é o mesmo que dar um dia de trabalho numa fábrica. Mesmo o emprego superexplorado no sweatshop, seja como for, oferece benefícios palpáveis ao indivíduo, ainda que magros: trabalho, um pequeno contracheque. O teste clínico não garante nada.Na escala da comunidade, os pesquisadores podem equilibrar os riscos e benefícios. Mas não há garantia de que um voluntário será mais beneficiado do que prejudicado num experimento (O fato de que existe uma incerteza, naturalmente, é parte da razão pela qual uma experiência é realizada).

Eles têm mais disposição para ser cobaias”

O pré-requisito absoluto à procura ética sobre os seres humanos – como está codificado em inúmeros documentos, inclusive na Declaração de Helsinki [7], da Associação Médica Mundial e no Código de Nuremberg [8] – pressupõe que os recrutados para a pesquisa sejam informados e consintam voluntariamente. A condição de voluntário significa que a pessoa pode entrar ou sair: não pode haver coerção, ainda que sutil — seja sob a forma de um pacote de compensações excessivamente generoso ou do acesso a cuidados médicos de outro modo inatingíveis, para influenciar indevidamente a decisão potencial do voluntário de expor-se a um teste experimental (Quando ativistas contra a AIDS pediram que os pesquisadores garantissem tratamento por toda a vida para os voluntários que fossem infectados durante o teste de alguma vacinas, os pesquisadores argumentaram que tal exigência violaria o princípio do consentimento voluntário. O negócio ficaria bom demais: até gente não infectada poderia inscrever-se só para conseguir remédio de graça).

E ainda assim, um crescente conjunto de evidências sugere que os voluntários em países em desenvolvimento não consentem espontaneamente em ser testados. Especialistas em bioética rastreiam o número de pessoas que se recusam a participar ou que desistem dos testes como uma espécie de indicador a posteriori. Nessas duas ocasiões, mostram que entendem que sua participação nos testes é voluntária. As taxas de recusa e desistência nos testes ocidentais podem atingir 40% ou mais. Mas, quando a Comissão Consultiva Nacional de Bioética da França realizou um estudo anônimo com os pesquisadores clínicos atuantes nos países em desenvolvimento, 45% deles disseram que os voluntários nunca se recusavam a participar dos testes.

A grande velocidade de recrutamento nestes testes – três mil voluntários para um teste de vacina, em nove dias, ou mil e trezentas crianças para um teste, em 12 dias – sugere, do mesmo modo, que não há desistências ou recusas. Eram muito poucos, se é que havia, os que diziam “não”. [9]

Num estudo sobre a qualidade do consentimento de voluntários alistados em testes de prevenção contra o HIV, na África do Sul, mais de 80% dos voluntários disseram que não sabiam que podiam desistir do teste se quisessem. Resultados similares foram obtidos num teste em Bangladesh [10]. Essa prova de coerção seria motivo para realizar poucos testes nessa população, mas está sendo usada para realizar mais testes. O fato de que os potenciais recrutados não dizem “não” é um aspecto vendável para as companhias de testes clínicos em atividade nos países em desenvolvimento. De acordo com um artigo no Applied Clinical Trials, os voluntários russos “não faltam às consultas, tomam todas as pílulas necessárias e só muito raramente voltam atrás. Os russos fazem o que os médicos mandam. Que fenômeno!”. Uma história de Centro de Vigilância sobre Testes, na China notou, do mesmo modo, que “os chineses não estão completamente emancipados como nos EUA. Eles têm mais disposição para serem cobaias”.

Agências de supervisão fecham os olhos para testes em países pobres

A supervisão européia e norte-americana destes testes é mínima. Quando um fabricante de drogas decide lançar uma experiência clínica nos Estados Unidos ou na Europa, primeiro precisa alertar as autoridades reguladoras e enviar todos os dados pré-clínicos – dados de laboratório e de testes com animais, junto com planos detalhados de como planeja usar a droga experimentalmente em seres humanos. Dados de testes no exterior são aceitos pelas autoridades reguladoras norte-americanas e européias, mas nenhuma exige que os fabricantes de drogas alerte-as antes de iniciarem os experimentos no exterior. Para esses testes, a única exigência é que a Declaração de Helsinki ou regras locais que por acaso garantam mais proteção sejam observadas. Se falharem – e 90% das drogas que entram nos testes clínicos falham em obter a aprovação regulatória – e não forem usados para apoiar o lançamento no mercado, então não há de fato controle norte-americano ou europeu sobre os experimentos. Sem descrição em parte alguma, os testes que fracassam nos países pobres simplesmente desaparecem sem deixar traços.

Nesse caso, a Declaração de Helsinki é suficiente? Poderia ser. O principal mecanismo de força da Declaração de Helsinki está nos comitês independentes – comitês de ética – que devem aprovar e supervisionar testes clínicos para assegurar que os direitos dos voluntários sejam protegidos. Seria ótimo se a infraestrutura ética e regulatória nesses países estivesse à altura da tarefa. Mas há provas indicando que em pelo menos alguns desses países, provavelmente não é assim. A Índia é um exemplo.

Funcionários do governo na Índia estão interessados na expansão dos testes clínicos, pois vêem uma possibilidade de lucro. Vários funcionários dizem que esperam expandir testes patrocinados pela indústria – de U$ 70 milhões para U$ 1 bilhão por ano. Eles instituíram várias mudanças em suas regras para facilitar os testes clínicos. As drogas experimentais não precisam demonstrar nenhum “valor especial” para a Índia, como antes. E as companhias que investem em pesquisa e desenvolvimento gozam de isenções de impostos por 10 anos [11]. A indústria dos testes clínicos é vista como um bom negócio para a Índia. De acordo com o Economic Times, o principal jornal de negócios do país, “as oportunidades são grandes, as multinacionais estáo ávidas, as companhias da Índia estão querendo. Temos as competências, as pessoas e temos uma vantagem que a China não tem e provavelmente nunca terá. O melhor é que esse é um tipo de deslocalização contra a qual os trabalhadores americanos não estão inclinados a protestar.”

O conflito de interesses dos reguladores do governo indiano não é insuperável. Uma possível abordagem seria aumentar a supervisão sobre os voluntários de testes. Mas, ao contrário, em quase todas as áreas de prática e pesquisa médica da Índia existe uma clara lacuna de regulamentos.

Índia, o laboratório ideal: não há código de ética médica

O ensino médico é pouco regulamentado. Escolas de Medicina foram flagradas contratando professores falsos para tapear inspetores, vendendo matrículas e leiloando títulos. Uma vez diplomados, os médicos, na Índia, não precisam demonstrar competência.

A prática clínica é insuficientemente normatizada. A Associação Médica Indiana não adota código de ética algum, de modo que quando três quartos dos médicos em Surat fugiram da cidade, durante um surto de peste – que poderia ser tratada por antibióticos se houvesse médicos para receitá-los –, as autoridades médicas nacionais ficaram em silêncio.

O mercado farmacêutico é notoriamente sub-regulamentado. Há cerca de 70 mil marcas de remédios disponíveis, com apenas 600 inspetores. Em um estudo, descobriram-se cerca de 70 combinações de remédios ineficazes ou perigosas no mercado (continuam a ser vendidas sob mais de mil marcas diferentes). Vendem-se remédios para indicações mal definidas como “queda intelectual”, “desajuste social” e “deterioração do comportamento”. Uma pesquisa de uma revista, em 2003, descobriu que um em cada quatro dos remédios que estavam disponíveis eram falsos ou abaixo dos padrões. Numa batida em 2003, na cidade de Patna, sete entre nove farmácias estavam operando sem licença. Pelo país afora, receitas de remédios são rotineiramente conseguidas por cima do balcão [12].

No entanto, de acordo com o conhecido perito em drogas Chandra Gulhati, editor do Monthly Index of Medical Specialties in Índia, “mesmo que uma companhia faltosa seja apanhada com a boca na botija em atividades ilegais, é liberada, por razões melhor conhecidas pelos reguladores, com uma ligeira advertência”.
De acordo com o principal bioeticista do país, Amar Jesani, “não há cultura ética na profissão” na Índia. Foram necessárias três décadas, após a primeira formulação da idéia do consentimento informado – durante o julgamento dos médicos nazistas em Nuremberg nos anos 1940 –, para que os Estados Unidos lhe dessem força de lei. Levou mais duas décadas para que a instituição da pesquisa médica dos EUA incorporasse os novos padrões em seu licenciamento, ensino e práticas clínicas. Esse processo tinha que ser iniciado em países como a Índia, onde em 2003, nenhuma escola de Medicina dava cursos de ética médica. Para supervisionar testes clínicos patrocinados pela indústria, comitês de ética são devidamente organizados, mas de acordo com o ativista da saúde Sandhya Srinivasan, eles não funcionam para proteger voluntários e sim para “possibilitar a divulgação”.

Esterilizações involuntárias, doentes de lepra sem tratamento

Não é surpreendente que tenha havido uma série de escândalos na pesquisa e prática médica por todo o país.Nos anos 1970, a quinacrina, remédio contra a malária, foi distribuído para milhares de mulheres sem instrução, provocando-lhes a esterilização permanente. A droga tinha sido desaprovada para esse uso e muitas das mulheres disseram, posteriormente, que tinham sido enganadas para tomá-la. Nos anos 1980, um anticoncepcional injetável — já retirado do mercado — foi testado em aldeãs que declararam que “não faziam idéia de que estavam participando de um teste”. Num experimento com a lepra, patrocinado pelo governo em 1991-1999, voluntários disseram que não sabiam que o teste era com placebo.

No fim dos anos 1990, pesquisadores do governo realizaram tratamento de 1100 mulheres analfabetas com lesões pré-cancerosas nas vértebras cervicais para estudar a progressão da doença. Mais tarde, descobriu-se que as pessoas não tinham sido informadas e não tinham dado consentimento. Em 2001, um pesquisador da Johns Hopkins foi apanhado testando uma droga anti-câncer experimental em pacientes com câncer no estado indiano do Kerala, antes da droga ter sido experimentada em animais. Em 2003, um remédio experimental contra câncer foi administrado em mais de 400 mulheres que procuravam aumentar sua fertilidade. A droga era tóxica para os embriões [13].

Países ocidentais também tiveram suas próprias histórias de transgressões, e entre as mais infames delas está o estudo sobre a sífilis do Serviço de Saúde Pública norte-americano de Tuskegee. O tratamento para a sífilis foi negado a dezenas de negros pobres do Alabama rural. O estudo sobre sífilis, quando exposto, levou às primeiras proteções legais a pessoas estudadas em pesquisas nos Estados Unidos, em 1974. Nenhum dos escândalos de pesquisas na Índia, por mais que tenham sido publicizados na imprensa, levou a qualquer proteção legal para os voluntários. Esses fatos não são novidade para os reguladores do FDA, que demonstram uma grande confiança na habilidade dos voluntários em se auto-proteger, oferecendo ou retirando seu próprio consentimento informado voluntário.

Uma prática que solapa a legitimidade da medicina ocidental

Contudo, testes clínicos realizados de forma não-ética fazem mais do que minar os direitos humanos: solapam a legitimidade da medicina ocidental, de modo mais geral. A crise de confiança entre muitas pessoas no mundo em desenvolvimento e a medicina estilo ocidental aprofunda-se diariamente. O espectro de uma explosão de testes clínicos secretos pouco controlados inflama tais reações. Muitos fabricantes de drogas e pesquisadores clínicos concordam que a coerção e a falta de informação são problemas óbvios, mas alegam que as grandes esperanças com a pesquisa biomédica compensam os riscos e sustentam que, se a regulamentação for exagerada, os testes clínicos e o ritmo da inovação médica vão se reduzir e mais pessoas vão morrer.

Esse argumento é fraco, mas comum e poderoso. Pode ser verdade que a qualidade do atendimento nos testes clínicos seja freqüentemente superior ao tratamento normal e que os médicos encarregados dos ensaios tenham acesso à mais recente tecnologia, instrumentos e recursos que eles podem destinar ao cuidado dos pacientes. Esses são benefícios concretos dos testes clínicos. Mas os dados em si não podem significam automaticamente progresso da medicina (qualquer um que tenha visto as mais modernas vacinas apodrecendo em almoxarifados tropicais pode confirmar). O progresso da medicina requer a implementação da pesquisa, não apenas testes, e isso exige que governos, programas de saúde, pacientes e muitos outros atores tenham de fato algo a ver com os dados.

Devíamos exigir que os voluntários pelo menos tivessem acesso aos métodos comprovados nos seus testes, não apenas num futuro hipotético, mas aqui e agora. Com excessiva freqüência, novas drogas desenvolvidas com experimentos em habitantes dos países pobres não são licenciadas para uso nesses países, têm preços proibitivos, ou não são utilizáveis porque a droga não é importante de um ponto de vista clínico. Precisaríamos exigir, também, alguma forma de confirmação ou validação para que o consentimento informado fosse de fato informado e voluntário.

Tais medidas poderiam acabar com alguns testes. Mas como disse o bioético Jonathan Moreno, seria parte do preço que pagamos para reconhecer que há uma diferença entre um rato de laboratório – que não precisa ser consultado se quer participar de um experimento [14] – e um ser humano.

Tradução: Betty Almeida

Notas:

[1] Sonia perfect predator,” Orion magazine, November/December 2006

[2] Ler Jean-Philippe Chippaux, “As vítimas da Big Pharma”, Le Monde Diplomatique-Brasil, junho de 2005.

[3] A OMS foi criada em sete de abril de 1948, com o objetivo de que todos os povos atinjam o mais alto grau de saúde, definida como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença (N.T.).

[4] A chamada “transição nutricional” que originou novos padrões de doenças foi detalhada por completo em: Benjamin Caballero e Barry M. Popkin eds., The Nutrition Transition: Diet and Disease in the Developing World (Londres: Academic Press, 2002)

[5] A rapidez com que as listas são completadas e o grande número de inscritos são informados em sitesî das Organizações de Contratos de Pesquisa (CRO). Ver, por exemplo www.quintiles.com e, também, “Lifting India’s Barriers to Clinical Trials,” CenterWatch, agosto de 2003.

[6] Sweatshops, no original. Em 1850, os suadouros eram fábricas de roupas populares com péssimas condições e salários para os trabalhadores. Hoje, são estabelecimentos que não respeitam direitos dos trabalhadores, empregam trabalho infantil ou escravo e cometem violações graves de leis trabalhistas (N.T.).

[7] A primeira Declaração de Helsinki, que regula a pesquisa médica com seres humanos, data de 1964 e já foi atualizada em 1975, 1983, 1989 e 1996. A Associação Médica Mundial estabelece o compromisso do médico com as seguintes palavras: “A Saúde do meu paciente será minha primeira consideração”. Na versão de 1996, a declaração recomenda o respeito ao bem-estar dos animais utilizados e à integridade do meio ambiente (N.T.).

[8] O Código de Nuremberg, criado em 1947, durante os julgamentos de médicos nazistas que faziam experimentos com seres humanos em campos de concentração, impõe o consentimento dos seres humanos para participar de testes e pesquisas médicas (N.T.)

[9] Ver National Bioethics Advisory Commission, Ethical and Policy Issues in International Research: Clinical Trials in Developing Countries, abril de 2001.

[10] Quarraisha Abdul Karim et al, “Informed consent for HIV testing in a South African hospital: is it truly informed and truly voluntary?” American Journal of Public Health, 1º de abril de 1998, 637-40; e Niels Lynoe et al, “Obtaining informed consent in Bangladesh,” New England Journal of Medicine, 8 de fevereiro de 2001, 460-61

[11] Ken Getz, da consultoria de testes clínicos Center Watch, disse que foi recebido na Índia, como se fosse um chefe de estado. Ver também Narayan Kulkarni, “The trials leader,” Biospectrum, 10 de junho de 2003.

[12] Chandra Gulhati, editor da Monthly Index of Medical Specialties in India, descreve em detalhe as transgressões da indústria farmacêutica indiana. Ver, por exemplo, Chandra Gulhati, “Irrational fixed-dose combinations: a sordid story of profits before patients,” Indian Journal of Medical Ethics, janeiro/março de 2003. Ver também Arindam Mukherjee, “Pills that kill,” Outlook, 22 de setembro de 2003, 52; e Daniel Pearl e Steve Stecklow, “Drug firms’ incentives fuel abuse by pharmacists,” Indian Express, 17 de agosto de 2001.

[13] Ver Alix M. Freedman, “Population bomb: two Americans export chemical sterilizations to the Third World,” Wall Street Journal, 8 de junho de 1998, A1; Sanjay Kumar, “Sterilization by quinacrine comes under fire in India,” The Lancet, 17 de maio de 1997; Laxmi Murthy, “Contraceptive research: need for a paradigm shift,” One India, One People, julho de 2001; M.D. Gupte e D.K. Sampath, “Ethical issues considered in Tamil Nadu leprosy vaccine trial,” Indian Journal of Medical Ethics, janeiro/março de 2000; Amit Sen Gulpta, “Research on hire,” Indian Journal of Medical Ethics, outubro/dezembro de 2001; e Ganapati Mudur, “Johns Hopkins admits scientist used Indian patients as guinea pigs,” BMJ, 24 de novembro de 2001, 1204.

[14] Ver Libertar os animais, reumanizar a vida, Le Monde Diplomatique-Brasil. E, também, o Manifesto pela Libertação dos Animais, na edição de setembro do LMD, síntese das teorias do professor americano Garry Francione sobre a abolição da exploração animal (N.T.).


Sonia Shah é Jornalista canadense, autora de The Body Hunters: Testing New Drugs on the World’s Poorest Patients, traduzido para o francês por Pierre Saint-Jean, a ser publicado em outubro pela editora Demopolis, de Paris; e de Crude: The Story of Oil (Seven Stories, 2004). Sonia Shah está escrevendo um livro sobre a história e a política da malária.

Fontes:
A pagina original na UOL onde este artigo havia sido publicado foi removida. Eu imagino o porque

NIBIRU - Um Intruso no Sistema Solar

O primeiro registro do misterioso astro (que muitos chamam de Niribu, Hercólubus, Planeta X, etc.) apareceu em 1983, transmitido pelo satélite IRAS (Satélite Astronômico Infravermelho), pioneiro na descoberta.


A notícia foi dada pelo jornal Washington Post e dizia: "Foi encontrado por um telescópio em órbita da Terra, um corpo celeste tão grande quanto Júpiter que faz parte do nosso Sistema Solar". Era a opinião de quem pensava assim. Porém...

Em 1992, veio a confirmação da descoberta pelo cientista Robert Harrington, então Director do Observatório Naval dos Estados Unidos que dizia: "A massa deste corpo celeste é quatro vezes maior do que a da Terra e trata-se, provavelmente, de uma estrela anã escura, cuja órbita a leva de um lado a outro do nosso Sistema Solar".

Ainda em 1992, os sinais ficaram mais precisos. Uma informação da NASA dava conta de que: "desvios inexplicáveis nas órbitas de Urano e Neptuno apontavam para um grande corpo fora do Sistema Solar, de massa entre quatro a oito vezes a da Terra, numa órbita altamente inclinada e a mais de 11 bilhões de quilômetros do Sol".

Estava consumado que o artefacto celeste era real, mas seria este corpo, que já estava apelidado de Planeta X, o mesmo “Nibiru” previsto pelos sumérios na Antiguidade? - Sim, é o mesmo astro que foi revelado pelo estudioso de civilizações antigas, Zecharia Sitchin, em suas obras.

Da mesma forma, a Bíblia Kolbrin, escrita pelos Egípcios após o Êxodo e pelos Celtas após a morte de Jesus, oferece relatos históricos sobre as andanças deste planeta. Os egípcios o chamavam de O Destruidor. Os druidas, antepassados dos celtas, o chamavam de O Espantador ou O Apavorante.

Depois de encontrado pelo satélite IRAS, o corpo já foi confirmado oficialmente em Abril de 2006, pelo telescópio SPT (South Pole Telescope ou Telescópio do Polo Sul), localizado na estação polar Amundsen Scott, na Antártida. Este telescópio iniciou suas operações justamente naquele ano e é considerado um instrumento perfeito, no lugar perfeito e funciona no momento perfeito para observar o Planeta X que está sendo alvo de vigilância constante.

Muitos estudiosos dedicam significativos esforços para identificar as alterações causadas por Nibiru em nosso sistema solar, e já identificaram várias. Por exemplo, o Sol, desde 1940, apresenta mais actividade do que nos 1.150 anos anteriores – o próximo ciclo solar será o mais violento de todos e terá seu pico justamente em 2012, justamente o ano em que terminam o calendário Maia.


As características de Nibiru


O estranho corpo que se encontra no Sistema Solar tem características astronômicas distintas que podem ser deduzidas de observações directas feitas recentemente. Por exemplo, sua órbita é excêntrica, elíptica e dramaticamente inclinida.

Já em 1953 tudo isto tinha sido vislumbrado ou revelado por uma entidade de alta estirpe espiritual conhecida por Ramatis que se comunicava com o famoso médium brasileiro Dr. Hercíleo Maes, tendo-lhe transmitido tudo no livro “Mensagens do Astral”.

Ramatis, referia mesmo um “Astro Intruso” de grandes dimensões, oriundo de um sistema solar vizinho ao nosso, que se aproximaria da Terra numa órbita inclinada em relação a esta, completando seu curso de 6.666 em 6.666 anos que por sinal tem a ver com o número da Profecia do Apocalipse.

Mais afirmava Ramatis que esse astro (quer o chamem de Niribu, Hercólubus, etc) terá uma função de 'higienizar’ a Terra, atraindo para si todas as energias negativas e almas humanas que não evoluiram ou degeneraram espiritualmente, não podendo mais continuar neste Planeta após uma grande mudança ou Renovação, necessária de resto para que haja um Mundo Novo com uma Nova Civilização. Esta está no fim!


Diz-se mesmo que o “Astro Intruso” se aproximará de tal forma que obrigará a Lua a aproximar-se da Terra até ficar 11 vezes maior que o seu tamanho actual, para evitar que os mares saltem de seus leitos, fazendo equilibrio com o corpo celeste que também exercerá grande atracção sobre o próprio Eixo terrestre que mudará de posição e desse acontecimento surgirá de novo a lendária Atlântida que ficará a descoberto, bem como os polos sem gelos, a par de outras partes do globo que submergirão.


Curiosamente, Jesus Cristo falava (no seu Sermão Profético) de que "a vinda do filho do homem será como nos dias de Noé”, ou seja, como no tempo do Diluvio, sendo certo que os nossos cientistas já prevêm que o aumento do nível das águas do mar cobrirão extensas zonas do planeta devido aos degelos que se aceleram cada vez mais pelo "Aquecimento Global" e consequentes alterações climáticas (das últimas décadas) provocadas pelo homem com sua forma de Civilização.

Fica aqui mais este assunto para nossa reflexão!

Rui Palmela

domingo, 13 de junho de 2010

PALESTRA SOBRE ASTROLOGIA

"Pra que Serve a Astrologia" por Zarifa Mattar
Dia 14 de junho de 2010, às 17h
Local: Sede da Sociedade Teosófica no Rio de Janeiro

Av. Treze de Maio, n. 13 sala 1520, Centro - Rio de Janeiro
Tel. 21- 2220.1003 21- 2220.1003

UFO's em Itatira

sábado, 12 de junho de 2010

A Real História da Criação - [VÍDEO]


Zecharia Sitchin vem, desde a década de 70, nos brindando com a maravilhosa história da criação do ser humano, de acordo com a civilização mais antiga da terra, os Sumérios. Hoje, quando os cientistas se vêem diante de um dilema - que aliás, a mídia cita a boca pequena -, o Ser Humano possui material genético extraterrestre em seu DNA, parece-nos mais do que surpreendente, que as coisas comessem a fazer todo o sentido do mundo, como se um grande quebra-cabeças começasse a se completar muito rapidamente.

Vale muito a pena assistir esta conferência concedida por Zecharia Sitchin, onde ele faz um grande resumo de toda a pesquisa realizada deste a década de 60. Conceituado como um dos maiores linguistas do mundo e consultor da NASA (Não é surpresa nenhuma!), sua teorias merecem não só nosso respeito, mas também toda nossa atenção, já que estão sendo confirmadas uma atrás da outra.



sexta-feira, 11 de junho de 2010

Extraterrestres são mestres, não destruidores

O suíço Erich von Däniken é o mais famoso advogado dos extraterrestres, com milhões de exemplares de livros vendidos, autor controverso e mentor do Mystery Park.


Erich von Däniken, 75, ainda não pensa em aposentar. Nesta quarta-feira (14/4), ele completa 75 anos. Em entrevista à repórter Sarah Pfäffli, do jornal Berner Zeitung, ele critica "os idiotas do clima" e fala sobre o "maior mistério do mundo": a mulher.


Senhor von Däniken, suponhamos que existam extraterrestres: eles gostariam de nós?
Erich von Däniken: Se alguém é tão altamente desenvolvido que pode voar de planeta para planeta, então ele não é mais primitivo, o que supõe uma ética e moral muito diferente. Eu vejo os extraterrestres como professores, não como destruidores.


Há mais de quarenta anos o senhor procura uma prova de vida extraterrestre. O senhor não cansa?
Não, minha vida me apraz. Eu nunca quero ter tempo livre. Fazer o que sentado em casa! Isso é horrível!


O senhor está completando 75 anos ...
Sim. Beleza. Eu gostaria de ser dez anos mais jovem. Todo mundo gostaria de ser mais novo. Mas não se pode retroceder no tempo.


Quando o senhor vai parar?
Nunca.


O senhor não quer se aposentar?
Não. Só se eu tiver um ataque cardíaco ou baixar no túmulo ou tiver um acidente. Caso contrário, eu continuo.


O que mudaria se surgisse uma a evidência de que existem extraterrestres?
Seria um choque dos deuses. As pessoas não poderiam suportar isso. Nós todos fomos ensinados na escola de que não existem extraterrestres. E então, de repente, eles estão aí, e tudo que os cientistas, os seres humanos mais inteligentes, nos ensinaram é questionado. Minha tarefa é mitigar esse choque dos deuses.


Quando o senhor terá alcançado seu objetivo?
Quando eu tiver levado o espírito do tempo ao ponto de a maioria dos cientistas dizer: sim, realmente vale a pena investigar o modelo desse von Däniken, devemos investigar isso mais profundamente nas universidades.


O senhor ainda está longe disso.
Talvez dez anos.


O senhor ainda tem esse tempo?
Não, daí não estarei mais aqui. (ri)


O que acontecerá com seu ideário após a sua morte?
Temos uma organização global, a Sociedade de Pesquisa de Arqueologia, Astronáutica e Seti (Search for extraterrestrial Intelligence), que só nos países de língua alemã tem 8 mil membros, desde acadêmicos até leigos. Se eu entregar o gongo, o trabalho continuará e passará à próxima geração.


E o que acontecerá com o senhor? O senhor acredita numa vida após a morte?
Sim. A palavra "fé" aqui é correta. Eu acredito nisso, mas não tenho a menor evidência. Isso não é científico. Nós seres humanos somos todos tão vaidosos que pensamos que mesmo depois da morte não acaba tudo. Esse é o nosso desejo, nosso anseio. Mas científico isso não é.


O senhor se considera um homem muito religioso. Como essa religiosidade combina com a sua fé em alienígenas?
Supunhamos por um minuto que eu tenha razão. Que extraterrestres tenham estado aqui e os seres humanos tenham pensado erroneamente que eram deuses. Daí a próxima pergunta tem de ser: de onde eles vieram? No final, está novamente a criação. Não se perde Deus quando se trata de extraterrestres. Pelo contrário: meu Deus tornou-se cada vez maior.


O senhor frequentou um internato jesuíta ...
Sim, e eu nunca fui seduzido por ninguém. (ri)


Esse tempo o marcou?
Muito. Lá eu aprendi a argumentar e a pensar logicamente. Todo o meu fascínio por extraterrestres começou lá. Ao traduzir textos bíblicos, fiquei perplexo. O que seria se eles significassem algo totalmente diferente? Se os deuses, na verdade, fossem extraterrestres? Estas questões me fascinaram.


O senhor chama isso de fascinação. Pode-se ver isso também como uma fuga da realidade.
De maneira alguma. Os outros, todos os que obedecem cegamente ao espírito da época dominante, não querem ver a realidade.


Mas há problemas reais no mundo diante dos quais o senhor fecha os olhos ao ir em busca de extraterrestres.
De forma alguma! A propósito, o mundo está cheio de idiotas completos que se ocupam de tais problemas supostamente reais. Eles nos contam absurdos, por exemplo, que o CO2 é responsável pelo aquecimento global. Quando ouço isso, tenho arrepios!


O senhor acha que isso é absurdo? Qual é então a sua explicação?
Eu me ocupo de milênios. Há milhares de anos houve um aquecimento do clima, quando derreteram geleiras que atingiam até o Jura (N.d.R.: cadeia montanhosa na fronteira na Suíça com a França). Naquele tempo, ainda não existia CO2! A mudança climática é um fato. Mas o CO2 não é sua causa.


Ao contrário do senhor, os pesquisadores do clima fornecem evidências claras.
Isso é um absurdo. Quando se acompanha um pouco essa discussão, vê-se que há uma enorme controvérsia entre os cientistas a esse respeito. Agora uma tendência simplesmente se impôs. Mas não queremos falar agora de questões do meio ambiente.


Se existem tantos indícios favoráveis à sua teoria, por que não há mais as pessoas que acreditam nela?
Isso é a preguiça do nosso pensamento, contra a qual eu luto. O espírito do tempo (N.d.R.: “Zeitgeist”, em alemão) é um fenômeno de massa. Todo mundo quer ser razoável, ninguém quer se tornar ridículo. Suponha que um conselheiro federal (N.d.R.: ministro suíço) conte aos seus colegas numa reunião que viu extraterrestres. Eles o proibiriam de falar sobre isso com alguém! Até mesmo se o Papa dissesse que viu um óvni, ele seria declarado louco. O espírito do tempo não permite isso. Minha tarefa é perfurar o espírito do tempo, até que a opinião mude gradualmente.


O senhor é um otimista.
Sim, eu não acredito no apocalipse nem em outras teorias do fim dos tempos. Nós sempre sobrevivemos.


O senhor sempre termina suas palestras com as palavras: "Não acreditem em mim." Com isso, o senhor simplifica as coisas e escapa de qualquer crítica.
Ouça. Nós temos dois tipos de ciências: as exatas, que sempre fornecem resultados repetíveis, e as ciências agregadoras, como a arqueologia. Nestas tem-se uma opinião com base em indícios, e esta opinião vale até ser refutada por novos indícios. Eu sou um representante de uma ciência agregadora, eu forneço provas de indícios.


E a partir disto o senhor constrói toda uma teoria.
Eu construo um edifício de indícios. Todos estes indícios conferem. Se algo está em um texto antigo, pode-se controlá-lo. Ou quando eu digo que neste ou naquele país há esta ruína, isto também pode ser provado. Só que a minha interpretação é diferente da de um pré-historiador ou de um teólogo.


"Fantasistas mantêm o mundo em suspense, e não os contadores de ervilhas", é o seu credo. O senhor se descreve como um fantasista. O senhor melhorou o mundo?
Eu não quero melhorar o mundo, apenas mudar, romper o espírito do tempo, abrir a "visão de túnel". As incitações para isso vêm sempre de fantasistas. Um livro de Jules Verne, por exemplo, incitou o primeiro técnico de foguetes, Hermann Oberth, aos cálculos graças aos quais Wernher von Braun finalmente realizou o voo para a lua.


O senhor critica a "visão de túnel". Por que o senhor vive examente aqui nos Alpes bernenses, onde o estreitamento é ainda maior?
Lá em cima é mais aberto. Moro em Beatenberg, no lugar mais bonito do mundo. Eu sempre quis viver nas montanhas. Eu amo esta paisagem. E a população me acolheu calorosamente. No começo as pessoas eram um pouco fechadas em relação a mim. Por isso, fiz uma palestra gratuita. A sala estava completamente cheia. Eu disse a mim mesmo: seja cauteloso, só não diga nada contra Deus. No final, todos aplaudiram, e eu disse que todos poderiam me tratar por “tu”. Na manhã seguinte, as crianças que passavam de bicicleta me chamavam: "Olá, Erich!"


O senhor vai comemorar o seu aniversário?
Não. Estarei numa turnê de palestras no Leste Europeu. Eu provavelmente vou passar meu aniversário no carro.


O senhor disse certa vez que o maior mistério do mundo ainda é a mulher.
Sim, isso nenhum homem entende. As mulheres são realmente seres diferentes.


Extraterrestres?
(Risos). Não, as mulheres simplesmente têm uma missão diferente, afinal, elas podem ter filhos. Elas também têm uma carga de hormônios diferente dos homens. Por isso, a sua lógica é diferente da do homem. Nenhuma é melhor do que a outra. Mas esta lógica diferente é razão pela qual nós homens nunca podemos compreender as mulheres.


Há algo em sua vida de que o senhor se arrepende?
Muitas vezes eu talvez devesse ter calado em vez de dizer algo em voz alta. Mas tais pensamentos de nada adiantam. Para fazer algo melhor, teríamos de ter o conhecimento do futuro, e isso não se tem.


E o que o senhor ainda quer vivenciar?
Eu sempre quis encontrar o papa. Mas isso provavelmente não vai mais acontecer. E eu gostaria de viajar num submarino americano. E de estar num desses gigantes porta-aviões. Isso são sonhos de menino. (acende um cigarro)


O senhor é um fumante por convicção.
Sim. Hoje se faz de conta que os fumantes têm a peste. Que a proibição do fumo tem a ver apenas com a saúde – mas então teríamos de proibir também o álcool!


Agrada-lhe o papel de provocador?
Na minha área, sim, porque aí eu sei mais do que qualquer outro. De resto, nem tanto.


Através da provocação se chama atenção. O senhor precisa disso?
Eu não procuro essa atenção. Simplesmente é assim. Eu perfuro o espírito do tempo! Pronto, é 16h15, agora ainda posso trabalhar algumas horas.


Sarah Pfäffli, Berner Zeitung (10/4/10)
(Tradução com autorização do jornal: Geraldo Hoffmann)