quarta-feira, 6 de abril de 2011

Camada de Ozônio: Redução Record de 40% no Ártico

Camada de ozônio no Ártico sofre redução recorde de 40%
O frio intenso na estratosfera parece ser a principal causa
da diminuição recorde dos níveis atmosféricos da substância.
[Imagem: ESA]
Diminuição da camada de ozônio

A camada de ozônio sobre o Ártico sofreu uma redução sem precedentes de 40% no último inverno no hemisfério norte (verão no Brasil), alertou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM, uma agência da ONU).

O frio intenso na estratosfera parece ser a principal causa da diminuição recorde dos níveis atmosféricos da substância.

Segundo a Agência Espacial Europeia, a diminuição do ozônio foi causada por ventos excepcionalmente fortes, chamados vórtices polares, que isolaram a massa de ar atmosférica do Pólo Norte, impedindo que ela se misturasse com o ar das altitudes médias.

A camada impede a passagem dos raios ultravioleta do sol. Esses raios têm efeitos nocivos à saúde, podendo provocar câncer e outras doenças.

Segundo a OMM, no fim de março, 40% do ozônio na estratosfera sobre o Ártico havia sido destruído. O recorde anterior era de 30%.

Inverno no alto

No último inverno, enquanto o Ártico teve um clima mais quente que o normal no solo, as temperaturas entre 15 km e 20 km acima da superfície da Terra despencaram.

"O grau de perda de ozônio durante cada inverno depende das condições meteorológicas", disse Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

"A perda de ozônio em 2011 mostra que precisamos continuar vigilantes e prestar muita atenção na situação do Ártico nos próximos anos."

Os invernos mais longos e gelados no Pólo Sul chegam a provocar uma diminuição de 55% da camada de ozônio, mas isso não afeta muito a saúde humana porque a Antártida é inabitada e apenas uma pequena parte do extremo sul da América do Sul ocasionalmente fica sob o buraco.

Mas no Ártico é diferente. Em março, ventos levaram a região com menos ozônio para cima da Groenlândia e da Escandinávia.

A OMM pediu à população nessas regiões que preste atenção a alertas e previsões sobre os níveis de ozônio.

Efeitos tardios

A diminuição da camada de ozônio é frequentemente considerada como um problema resolvido por tratados como os de Montreal e os que o sucederam.

Mas a concentração de substâncias nocivas ao ozônio em regiões polares diminuiu em apenas 10% com relação ao seu auge, antes da entrada em vigor do Protocolo.

"Nas próximas décadas, a história (do ozônio ártico) será determinada pelas temperaturas e não sabemos quais são os fatores que as determinam", disse o pesquisador Markus Rex do instituto alemão Alfred Wegener de pesquisa polar e marinha.

"É um grande desafio entender isso e como determinará a perda de ozônio nas próximas décadas", completa.

Projeções sugerem que o buraco na camada de ozônio na Antártida não deve se recuperar antes de 2045.



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