quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Privataria Tucana

A República caminha no fio da navalha

O deputado Protógenes Queiroz assina o requerimento para instalação da CPI da Privataria 

O Congresso equilibra-se na linha das denúncias contidas no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., APrivataria tucana, igual a quem anda sobre o fio da navalha. É de competência dos parlamentares apurar os fatos sobre o maior assalto aos cofres públicos já visto ao Sul do Equador, desde o saque do Pau Brasil, do ouro e do açúcar, arrancados das Terras Brasilis pelas coroas de Portugal, Holanda, França e Inglaterra, entre outras menos cotadas, ainda nos primórdios da nação. Desta feita, no entanto, a patifaria privatista diluiu no caldo tóxico da corrupção o patrimônio de uma Vale do Rio Doce inteira, com uma Companhia Siderúrgica Nacional, de quebra, na sopa de entulhos da propinagem que, segundo documentos anexados à obra, ganhou o reforço de todo o sistema nacional de telefonia e de algumas companhias elétricas. Por pouco, pouco mesmo, não traçam a Petrobras e o Banco do Brasil, para ficar no raso.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) convocada na Câmara para apurar os fatos e indicar a punição dos responsáveis pela roubalheira é, hoje, a última linha de defesa da moralidade nacional antes de, segundo o conselho lapidar do saudoso Stanislaw, locupletar-mo-nos todos. A barbárie está lá fora, à espreita, de prontidão para assolar o país caso alguém seja louco de oferecer uma pizza para calar Opinião Pública e as instituições, a exemplo da cabeça coroada que perguntou sobre os brioches, antes de se separar, irremediavelmente, do belo corpinho. Trata-se de uma questão de justiça para com a magistratura brasileira reconhecer que, apesar das falhas, integra um sistema hábil e eficaz. O processo do dito ‘Mensalão’ segue em análise no Supremo Tribunal Federal. Os casos mais comezinhos de corrupção trilham as cortes inferiores e, se ninguém foi preso até agora, agradeçam os réus à qualidade dos profissionais inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Que o diga o ex-governador do Distrito Federal, José Inácio Arruda. Os privateiros seguem na mesma direção.

Pesa sobre os ombros dos parlamentares, na CPI da Privataria, a responsabilidade de passar a limpo esse período enlameado da História do Brasil. O deputado e delegado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), acostumado já às lides deste porte comandou, em boa hora, a reação da sociedade brasileira diante do pântano de imundícies que marcou a gestão tucana, durante a ‘Era FHC’, revelado no livro de Amaury Ribeiro Jr. Trata-se, segundo o autor, de um achaque de bilhões de dólares aos cofres públicos, o equivalente a ainda mais bilhões de reais retirados do país com o beneplácito de setores vitais da máquina estatal. Dinheiro suficiente para comprar votos, burlar a Justiça, patrocinar o escárnio ao suor sagrado do rosto de cada trabalhador que, feito escravo, paga pelas mansões cinematográficas dos próceres tucanos.

Não há mais espaço, na democracia brasileira, para acordos como aquele patrocinado ao raiar da ‘Era Lula’, no caso da CPI do Banestado, entre a esquerda e a direita, que enterraram juntas, na cova rasa da mentira, a base de um dos maiores escândalos financeiros da história nacional. Na época, o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu com sabedoria ao perceber que a força do Partido da Imprensa Golpista (PIG) era de alguns megatons, capaz de levar os brasileiros a atitudes impensadas das quais, no futuro, iríamos todos nos arrepender. Os diários conservadores haviam demonstrado seu poderio ao derrubar, uma década atrás, o presidente da República que o próprio PIG elegeu. Embora amargassem, sem uma explicação fácil, a derrota do emplumado tucano José Serra para o operário classificado de semianalfabeto, pobre e burro, os grandes conglomerados da mídia estavam mais afiados do que nunca.

Outros tempos

Hoje em dia, apenas para tranquilizar o leitor do Correio do Brasilpreocupado com o cerceamento da informação devido à pequena audiência dos jornais não alinhados, em um comentário sobre o editorial Uma resposta necessária ao colunista Merval Pereira, o jornalismo levado a sério, como fazemos aqui no CdB, recebe o apoio dos milhões de leitores que acessam a internet em quantidade e velocidade cada vez maiores. Arrisco a prever, sem medo de errar, a vitória da seriedade contra as práticas oblíquas da velha imprensa, na verdadeira revolução em marcha no campo da Comunicação Social, aqui e no mundo.

Em pleno verão, a ‘primavera’ brasileira chega no lombo da internet, a exemplo das rebeliões árabe, norte-americana e europeia, pela banda larga da cidadania exercida por cada leitor que, diante do pronunciamento da dignidade e no clamor por uma pátria mais justa, compartilha, repassa, curte, assina, dissemina, faz a notícia voar mais alto do que as baterias da imprensa golpista conseguem atingir. Desde a fundação, há 12 anos, tem sido assim com o Correio do Brasil, para desespero dos detratores da verdade e da consciência pública. Estes, sim, ainda que encastelados na cumplicidade com o capital internacional, têm razões de sobra para tremer. Sentado sobre o butim achacado do poder público, sob ameaças de retaliação, ou com a venda de espaços privilegiados em suas páginas aos poderosos, o PIG agora sua diante da nova realidade que se avizinha, pois “tudo o que é sólido, desmancha no ar”, já dizia o velho barbudo, ainda no tempo em que sequer existia computador.

Gilberto de Souza é editor-chefe do Correio do Brasil

Fonte: http://correiodobrasil.com.br


2 comentários:

  1. Espiritualidade e política (de baixo nível) num mesmo site????? Algo está fora de lugar na prateleira!

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  2. Amigo leitor,

    Nunca foi a proposta do Filosofia Imortal tratar apenas de Espiritualidade. Se o leitor observar com maior cuidado, vai perceber que o objetivo é de levar a verdade extrema, geralmente não divulgada abertamente pela mídia, à discussão pelos leitores do blog.

    Sobre classificar a matéria como política de baixo nível, mais uma vez apenas aconselho a olhar o conteúdo do blog, desde quando ele foi criado e perceberá que o blog não faz política, apenas procura mostrar os dois lados da moeda, para que o leitor tire suas próprias conclusões.

    Ademais, o espaço está sempre aberto, para quem queira enviar uma matéria relevante e com seus devidos links de fonte, pois é política do Filosofia Imortal, sempre citar as fontes das matérias, assim como seus links diretos.

    No mais, agradeço a disposição de comentar neste espaço. Qualquer crítica construtiva é sempre muito bem vinda.

    Grande abraço.

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