Um documentário tenta conceder ao peruano Pedro Paulet o pioneirismo na astronáutica e questionar as razões do ostracismo ao qual a Alemanha e a Nasa lhe condenaram ao negar a criação do motor de combustível líquido, usado pelos mísseis militares e os foguetes espaciais.
Após oito anos de pesquisa, o cineasta Álvaro Mejía se prepara para dirigir "En busca de Ordway", que tenta um encontro com o norte-americano Frederick Ordway, o cientista da Nasa que em 1969 ditou uma conferência na Argentina para desacreditar Paulet como precursor dos desenhos americanos do Apolo XI, que levou o homem a pisar na Lua.
Mejía declarou à Agência Efe que a influência de Paulet (1874-1945) é incontestável pela existência de provas de seus trabalhos dentro da Sociedade Astronômica Alemã, da qual foi membro o cientista Wernher von Braun, que desenhou os mísseis V2 para o Exército nazista e mais tarde os foguetes da Nasa na corrida espacial.
"Como Paulet não encontrou atenção no Peru, buscou na Alemanha, onde foi muito reconhecido entre 1927 e 1932, quando publicou uma carta no jornal ''El Comercio'' do Peru para afirmar que tinha criado o motor de combustível líquido 30 anos antes de a sociedade científica alemã anunciar sua tentativa de buscá-lo", explicou.
Segundo Mejía, a chegada de Adolf Hitler ao poder na Alemanha representou o começo de uma série de interesses e "meias verdades" para se apropriar da invenção de Paulet, cujos documentos e planos na Alemanha "devem ter passado à União Soviética através de um espião chamado Alexander Boris Scherchevsky".
Isto aconteceu porque "Hitler sequestrou os arquivos da Sociedade Astronômica Alemã" e agora "os alemães defendem o austríaco Max Valier como pai da astronáutica, mas não querem reconhecer que foi Valier que previamente tinha reconhecido Paulet como pioneiro".
"Quando Ordway orientou a história da astronáutica em 1969, durante a Guerra Fria, descartou Paulet como pioneiro dos motores de combustível líquido", considerando o americano Robert Roddart, que lançou um foguete em 1926 mas não publicou seus estudos, que também não chegaram à Alemanha, explicou Mejía.
O diretor do documentário também acredita que o reconhecimento de Paulet por parte da Nasa representava nesse momento lembrar sua influência na Alemanha e expor de novo o passado nazista de Von Braun, quando já era uma figura pública nos Estados Unidos.
Por isso ele prevê que "Ordway reafirmará o que disse na época, mas a intenção é apresentar todas as evidências que indicam Paulet como o pioneiro da astronáutica".
Fonte: http://noticias.terra.com.br
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