segunda-feira, 16 de abril de 2012

Soldado israelense agride ativista dinamarquês pró-Palestina


Um vídeo divulgado pelo YouTube e pela imprensa israelense causou tensão entre Israel e o governo da Dinamarca. As imagens mostram um soldado israelense acertando com um rifle o rosto de um manifestante dinamarquês, que fazia parte de um grupo que protestava contra a política israelense na Palestina. O incidente aconteceu no último sábado (14).

Confira o vídeo abaixo. Atenção: este vídeo contém imagens fortes.



Segundo o jornal britânico The Guardian, o governo da Dinamarca está exigindo uma “explicação imediata” do governo israelense sobre o acontecimento.

No vídeo, o tenente-coronel Shalom Eisner, vice-comandante da brigada territorial Vale do Jordão, é claramente visto batendo com seu rifle no rosto de Andreas Ias. Não há uma razão óbvia para o ataque no vídeo. O soldado está suspenso pelas forças israelenses enquanto durar a investigação do caso.

O vídeo foi divulgado neste domingo (15), no mesmo dia em que Israel lançou uma operação de segurança para impedir que centenas de ativistas pró-Palestina entrem no país, a caminho da Cisjordânia. Israel diz que os ativistas planejam “provocações e atos de violência”.

Eisner foi interrogado nesta segunda. Após o interrogatório, ele falou ao jornal israelense Ynet News que os ativistas estrangeiros tinham a intenção de bloquear uma rodovia para protestar contra a restrição de movimentação dos palestinos. Quando ele chegou ao local, ordenou que as tropas impedissem o bloqueio. “Eu expliquei para os ativistas que muitos viajantes estavam usando a rodovia por causa do feriado, e que eles estavam representando um grande risco à segurança nacional”, disse o tenente-coronel.

O jornal israelense Haaretz entrevistou Andreas Ias, o ativista dinamarquês. Ias disse que os ativistas não agiram com violência.

Ias disse que a afirmação do porta-voz das forças israelenses, de que os manifestantes eram violentos, era uma “mentira completa”. “Se eu soubesse que isso iria acontecer, teria tentado me proteger. O golpe veio do nada”, disse. Ias está considerando submeter uma reclamação oficial dizendo que não houve provocação antes do ataque.

As autoridades israelenses condenaram a atitude do militar. O presidente Shimon Peres se disse “em choque”, e o primeiro-mnistro Benjamin Netanyahu condenou o incidente. Ainda assim, o caso levanta dúvidas sobre a ação das forças israelenses em relação a ativistas pró-Palestina.

Foto: International Solidarity Movement/AP

Bruno Calixto

Fonte: Revista Época


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