quarta-feira, 22 de setembro de 2010

LHC detecta fenômeno físico potencialmente desconhecido

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/09/2010


LHC detecta interligações inéditas entre partículas
Imagem de uma colisão próton-próton captada pelo experimento CMS, que produziu 
mais de 100 partículas carregadas. [Imagem: Cern]


Interligação entre partículas
Depois de quase seis meses de operação, as experiências no LHC estão começando a ver "sinais de efeitos potencialmente novos e interessantes".
Nos resultados divulgados pelos cientistas do experimento CMS, um dos quatro grandes detectores do LHC, foram observadas correlações até agora desconhecidas entre as partículas, que foram geradas durante colisões próton-próton realizadas a uma energia de 7 TeV.
Uma centena ou mais de partículas podem ser produzidas durante as colisões próton-próton. Os cientistas do CMS, que inclui um grupo de brasileiros, estudam essas colisões medindo as correlações angulares entre as partículas conforme elas se espalham a partir do ponto de impacto - a foto mostra um "mapa" de um desses espalhamentos.
Segundo uma nota divulgada pelo CERN, essas análises revelaram que algumas das partículas estão intimamente interligadas, de uma forma nunca antes vista em colisões de prótons.
Em busca das explicações
O efeito é sutil e muitos cruzamentos e checagens tiveram que ser feitas para confirmar que ele é real.
Segundo os cientistas, o efeito, para o qual eles ainda não têm uma explicação, se parece com aqueles observados nas colisões de núcleos no laboratório RHIC, localizado no Laboratório Nacional Brookhaven, nos Estados Unidos - vejaDescoberta antimatéria que cria nova tabela periódica e Descoberta partícula de antimatéria mais estranha já vista.
No entanto, durante uma apresentação feita pelos cientistas do CMS aos demais pesquisadores do CERN, eles destacaram que há várias explicações possíveis a serem consideradas.
A apresentação centrou-se em mostrar os resultados experimentais com o objetivo de promover uma discussão mais ampla sobre o assunto e, só então, apresentar explicações para essa "conexão" entre as partículas.
O LHC continuará acelerando e colidindo prótons até o final de outubro, acumulando mais dados que poderão ajudar a entender o fenômeno. No restante de 2010, o LHC irá colidir núcleos de chumbo.
Do que são feitos os quarks
Nessa nova etapa, será a vez do detector ALICE, otimizado para estudar colisões de núcleos. O principal objetivo do ALICE é estudar a matéria no estado quente e denso que teria existido apenas pequenas frações de segundo após o Big Bang.
Nesses experimentos, os cientistas esperam compreender como a matéria evoluiu para a matéria nuclear ordinária que compõe o Universo, sem sinais da antimatéria correspondente - presume-se que o Big Bang tenha criado quantidades iguais de matéria e de antimatéria.
Outro detector do colisor de partículas, chamado LHCb, recentemente detectou quarks excitados. Até agora acreditava-se que os quarks fossem os componentes mais básicos que formam todas as partículas conhecidas. Mas a presença de quarks excitados pode indicar que "subpartículas" estejam se rearranjando para alterar o estado de energia desses quarks.
O LHC, que é o maior laboratório científico do mundo, acelera partículas ao longo de seu anel de 27 km, arremessando-as umas contras as outras em busca de inúmeras respostas, mas de uma especificamente que parece desafiar o bom senso: de onde surge a massa das partículas - ou, dito de outro modo, o que faz com que a matéria seja matéria.
Nessa busca, contudo, ainda não foram encontrados nem mesmo "sinais potencialmente novos e interessantes". Por outro lado, em seu primeiro artigo científico, o LHC confirmou uma teoria do físico brasileiro Constatino Tsallis.
Bibliografia:


Observation of Long-Range Near-Side Angular Correlations in Proton-Proton Collisions at the LHC

CMS Collaboration
arXiv
21 Sep 2010
http://arxiv.org/abs/1009.4122

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