quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Assange é libertado sob fiança e diz que justiça "não morreu"


Julian Assange concedeu entrevista à imprensa logo após a libertação em um tribunal de Londres. Foto: AFP
Julian Assange concedeu uma entrevista à imprensa logo após a libertação em um tribunal de Londres
Foto: AFP

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi libertado sob fiança nesta quinta-feira, poucas horas depois de um tribunal de Londres rejeitar o recurso apresentado pelos advogados que defendem os interesses da Suécia, declarou o porta-voz do site.


Assim que deixou o tribunal, Assange fez um pequeno pronunciamento em que afirmou que "se nem sempre se alcança a justiça, ao menos ela ainda não está morta". "É fantástico respirar o ar fresco de Londres outra vez", declarou o australiano de 39 anos.
Durante entrevista coletiva após ser solto, concedida a dezenas de jornalistas aglomerados em frente ao prédio da justiça, Assange prometeu continuar o seu trabalho e voltou a alegar inocência. Ele agradeceu a "todas as pessoas no mundo que acreditavam" nele, a seus advogados e ao sistema judicial britânico.
Vestido com traje escuro e camisa branca, Assange contou que, durante o tempo que passou em uma cela de isolamento na prisão londrina de Wandsworth, teve tempo para refletir sobre outras pessoas no mundo que estão nessa situação, e pediu ao público que centralize sua atenção e esforço para ajudá-los.
Depois da libertação, Julian Assange terá que viver em uma mansão rural georgiana enquanto permanecer em liberdade condicional. A propriedade, pertencente a um simpatizante do site WikiLeaks, fica em Suffolk.
O vazamento WikiLeaks

No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.


Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.

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