Na tarde de 22 de fevereiro de 1958, Antônio Villas Boas prestou o seguinte depoimento, na cidade do Rio de Janeiro, no consultório médico do Dr. Fontes e na presença do jornalista João Martins, testemunha. Eis a transcrição:
“Meu nome é Antônio Villas Boas, tenho 23 anos, sou agricultor, vivo com a minha família numa fazenda, de nossa propriedade, situada nas imediações da cidade de São Francisco de Sales, Estado de Minas Gerais, perto dos limites do Estado de São Paulo”. Tenho dois irmãos e três irmãs, todos eles morando na vizinhança; outros dois irmãos meus já faleceram. Todos os homens da família trabalham na fazenda, cujas terras abrangem campos extensos e muitas plantações a serem cuidadas. Para lavrar a terra, temos um trator com motor a gasolina, marca Internacional, com o qual trabalhamos em duas turmas, uma diurna, outra noturna, na época do plantio. De dia, trabalham os trabalhadores rurais, nossos empregados, de noite, eu costumo trabalhar sozinho ou, às vezes, junto com meus irmãos. Sou solteiro, tenho boa saúde, trabalho duro, faço curso por correspondência e estudo, sempre que posso. Para mim foi um sacrifício viajar até o Rio, pois estão precisando de mim, lá na fazenda. No entanto, considerei meu dever relatar os acontecimentos extraordinários nos quais fui envolvido. Farei de bom grado tudo quanto os senhores acharem que devo fazer e também me prontifico a depor perante autoridades civis e militares.
'Uma luz forte... '
Tudo começou na noite de cinco de outubro de 1957. Naquela noite, tivemos visita, razão pela qual fomos dormir somente lá pelas 23h, bem depois da hora de costume. Eu estava no meu quarto, em companhia do meu irmão João. Fazia bastante calor naquela noite e, por isso, abria a janela, que dá para o terreiro, quando lá vi uma luz brilhante, que iluminava todo o ambiente. Era uma luz bem mais clara do que aquela do luar e não consegui saber de sua procedência. Mas, evidentemente, deveria ser refletida de lá, bem em cima, pois me deu a impressão de holofotes dirigidos para baixo e iluminado a nossa fazenda toda. Porém, lá no céu, eu não pude distinguir coisa alguma. Chamei por meu irmão, para ele também ver aquela luz, mas, recatado e comodista como ele só, não se incomodou e achou melhor dormimos. Em seguida, fechei as venezianas e ambos fomos dormir. No entanto, aquela luz não me saía da cabeça e nem me deixava pregar os olhos de modo que, sentindo uma curiosidade imensa, tornei a levantar-me e a abrir as venezianas, para ver o que se passava lá fora. A luz continuava inalterada, no seu lugar. Fiquei de olhar fixo naquela luz quando, de repente, se deslocou para perto da minha janela. Assustado, bati as venezianas, com tamanho barulho que acordei meu irmão que entrementes tinha adormecido. Dentro do quarto escuro, ele e eu acompanhamos a luz que entrava pelas venezianas; passou em direção ao telhado, de onde penetrou, então, pelas frestas entre as telhas. Por fim, a luz desapareceu e não voltou mais.
Uma tentativa de 'caça' ao objeto
A 14 de outubro houve o segundo incidente. Deve ter ocorrido lá pelas 21h e 30 m e 22h, não posso precisar a hora exata, pois não tinha relógio comigo. Trabalhei com o trator, em companhia de um outro dos meus irmãos. De repente, avistamos uma luz muito clara, penetrante, a ponto de doer à vista. Quando a vimos, pela primeira vez, despontou grande e redonda, como uma roda de carroça, na ponta norte do campo, cuja terra lavramos, era de um vermelho-claro e iluminou uma grande área. Distinguimos alguma coisa dentro da luz, ela deslocou-se, repentina e ultra velozmente, para a ponta sul do campo, onde ficou novamente parada. Corri atrás da luz, que então, tornou a voltar para onde estava antes. Tornei a correr atrás, mas ela fugiu de mim. Então, desisti de pegá-la e voltei para junto do meu irmão. Por uns poucos minutos a luz ficou imóvel, à distância, ela parecia emitir raios intermitentes, em todas as direções, que me fizeram pensar nos raios do sol poente. Em seguida, desapareceu tão repentinamente que tive a impressão de ter sido apagada. No entanto, não tenho certeza absoluta dessas coisas, realmente, se terem passado dessa maneira, pois não sei mais se, por aquele tempo todo, olhei em direção da luz. Talvez tenha desviado o olhar por algum instante, quando, então, poderia ter subido de repente e, quando tornei a olhá-la, já não estava mais lá, tinha sumido.
O contato
No dia seguinte, 15 de outubro, trabalhei sozinho com o trator. Foi uma noite fria e o céu noturno, claro, estava salpicado de estrelas. Precisamente a 1 h vi uma estrela vermelha, de aparência igual à de uma daquelas grandes estrelas bem claras. No entanto, percebi logo que não se tratava de uma estrela, pois aumentou progressivamente de tamanho e parecia aproximar-se de mim. Dentro de alguns instantes, ficou um objeto brilhante, da forma de um ovo e com velocidade incrível. A sua aproximação era tão veloz que já estava sobre o trator, antes que eu pudesse pensar o que deveria fazer. De repente, o objeto ficou parado e desceu até uns 50 m acima da minha cabeça. O trator e o campo ficaram iluminados, como mergulhados em plena luz do dia. A luz dos faróis do meu trator ficou completamente ofuscada por aquele brilho penetrante, vermelho-claro. Senti um medo horrível, pois não podia fazer idéia do que aquilo seria. Eu queria fugir com o trator, mas, em comparação com a velocidade daquele objeto, a sua marcha era lenta demais e foram inúteis todos os meus esforços para acelerá-lo. Igualmente, pular do trator e tratar de fugir a pé, correndo na terra recém-lavrada, tampouco me teria adiantado qualquer coisa; ademais, desse jeito, eu me teria arriscado a fraturar a perna. Enquanto eu fiquei lá, uns dois minutos, hesitante, sem saber o que fazer, a luz tornou a deslocar-se e parou a uns 10 a 15 m à frente do meu trator, para, então, lentamente, pousar no solo.
Descrição do OVNI
Aproximou-se de mim, mais e mais, até quando pude distinguir que se tratava de uma máquina fora do comum, quase redonda, com pequenas luzes vermelhas dispostas em toda a circunferência. À minha frente, havia um enorme farol vermelho, que ofuscou minha vista, quando o objeto desceu lá de cima. Agora distinguia nitidamente os contornos da máquina; ela era parecida com um ovo alongado, apresentando três picos, um no meio e um de cada lado. Eram picos metálicos, de ponta fina e base larga; não pude distinguir a sua cor, por causa da forte luz vermelha, na qual estavam mergulhados. Em cima havia algo rodando à alta velocidade, que, por sua vez, emitia luz vermelha, fluorescente. No instante em que a máquina desacelerou, para pousar, as rotações da peça giratória diminuíram e a luz mudou - assim me parecia - para o verde. Naquele momento, a peça giratória era como um prato ou uma cúpula achatada. Aliás, aquela peça giratória jamais parou, por um segundo sequer, mantendo-se em rotação permanente, mesmo depois do objeto voador encontrar-se no solo. A maioria desses detalhes só notei um pouco mais tarde porque, logo de início, fiquei nervoso demais para percebê-los. E quando, a alguns metros acima do solo, a parte de baixo do objeto se abriu e dele saíram três suportes metálicos, perdi os últimos resquícios do meu autocontrole. Evidentemente, estava descendo o "trem de pouso". Mas eu não estava disposto a esperar tanto.
Tentativa de Fuga
Durante esse tempo todo, o trator estava de motor ligado e, então, pus pé no acelerador, desviei-o do objeto voador e tentei escapar, quando após avançar por alguns metros, o motor parou e os faróis apagaram. Eu não sabia por que, pois o motor estava ligado e os faróis estavam acesos. Dei partida, mas o motor não pegou. Em vista disso, pulei do trator, detrás do objeto e corri. Porém, logo mais, um minúsculo ser estranho, que mal chegava à altura dos meus ombros, pegou no meu braço.
O seqüestro

A espaçonave
Por fim, me deixaram em um pequeno recinto quadrado. A luz brilhante do teto metálico refletia-se nas paredes, de metal polido; era emitida por numerosas lâmpadas quadradas, embutidas debaixo do teto, ao redor da sala. Deixaram-me em pé, no chão. A porta de entrada, junto com a escada recolhida, levantou-se e fechou. O recinto estava iluminado como se fosse pela luz do dia, mas, mesmo nessa luz brilhante, não se percebia o lugar da porta que, depois de fechada, ficou totalmente integrada à parede; somente a escada metálica indicava o lugar, onde ela deveria achar-se. Um dos cinco seres presentes apontou com a mão para uma porta aberta e me fez compreender que eu deveria segui-lo para aquele recinto contíguo. Obedeci, já que não havia outro jeito. Prosseguimos, então, para aquele recinto, que era maior do que o outro e semi-oval. Lá, as paredes brilhavam como as da sala anterior. Creio que me encontrava bem no setor central da máquina, pois no meio havia uma coluna redonda, aparentemente maciça, cujo diâmetro diminuía no seu meio. Dificilmente aquela coluna estaria ali apenas a título de enfeite. A meu ver, ela suportava o teto. Os únicos móveis existentes eram uma mesa, de desenho esquisito, e várias cadeiras giratórias, parecidas com as nossas cadeiras de balcão de bar. Todos os objetos eram de metal. A mesa e as cadeiras tinham um só pé, no centro, que, na mesa, era firmemente fincado na base, nas cadeiras, o pé era ligado a três reforços laterais salientes, por um anel móvel e embutido no piso. Assim, as cadeiras tinham movimento livre, para todos os lados.
![]() |
SÍMBOLO VISTO POR VILLAS BOAS DENTRO DA ESPAÇONAVE |
Os exames

““... Então, três dos sequestradores levaram-me para a porta, do lado oposto daquela pela qual entrei. Um deles tocou em algo, bem no centro da porta que, em seguida, se abriu para os dois lados, como uma porta de encaixar, de bar, feita de uma só folha, do piso ao teto. Em cima, havia uma espécie de inscrição com letreiros luminosos, vermelhos; os efeitos de luz deixaram aqueles letreiros salientes, destacados da porta em 1 ou 2 cm. Eram totalmente diferentes de quaisquer dos símbolos ou caracteres que eu conheço. Procurei gravá-los em minha memória, mas, entremente, já os esqueci. Em companhia de dois dos seres alienígenas, ingressei em uma pequena sala quadrada, iluminada como os demais recintos; a porta fechou-se atrás de mim. Quando olhei para lá, nada havia de porta, somente uma parede, igual às outras. De repente, a parede tornou a abrir-se e, pela porta, entraram mais dois seres; levavam nas mãos dois tubos de borracha, vermelha, bastante grossos, cada um medindo mais de um metro. Um dos tubos estava ligado por uma de suas pontas a um recipiente de vidro, em forma de taça; na outra ponta havia uma peça de embocadura, parecida com uma ventosa, que colocaram sobre a minha pele, debaixo do queixo, lá onde ainda tenho uma mancha escura, que ficou como cicatriz.
Sangria

Mau cheiro e enjôo
Depois disso, eles saíram, fecharam a porta atrás de si e eu fiquei sozinho naquela sala. Por um bom tempo, ninguém se preocupou comigo e fiquei só, por mais de meia hora. Naquela sala não havia móveis, além de uma espécie de cama, sem cabeceira, nem moldura. Como aquela cama era curva, saliente para cima, bem no meio, não era muito cômoda, mas, pelo menos, era macia, como se fosse de espuma e coberta de uma fazenda grossa, cinzenta, também macia. Depois de tudo pelo que passei me senti cansado, sentei-me naquela cama. No mesmo instante, senti um cheiro forte, estranho, que me causou náuseas; tive a impressão de inalar uma fumaça grossa, cortante, que me deixou quase asfixiado. Talvez fosse isto mesmo, pois, quando examinei a parede, pela primeira vez, notei uma quantidade de pequenos tubos metálicos, fechados em uma das pontas, embutidos na parede, à altura da minha cabeça. Semelhantes a um chuveiro, apresentavam múltiplos furinhos, pelos quais saiu uma fumaça cinzenta, que se dissolveu no ar. Daí, o cheiro. Senti-me bastante mal e fiquei com ânsias de vômito, fui para um canto da sala e vomitei. Em seguida, pude respirar sem dificuldades, porém, continuei a sentir-me mal com aquele cheiro. Fiquei bastante deprimido. O que será que eles pretendiam comigo? Até àquela hora não fiz a menor idéia de como seria a aparência daqueles alienígenas.
Os seres
Os cinco usavam macacões bem colantes, de uma fazenda bem grossa, cinzenta, muito macia e, em alguns pontos, colada com tiras pretas. Cobrindo a cabeça e o pescoço, usavam um capacete da mesma cor, mas de material mais consistente e reforçado atrás, com estreitas tiras de metal. Este capacete cobria a cabeça toda, deixando à mostra somente os olhos, que pude distinguir através de algo parecido com um par de óculos redondos. Os homens estranhos fixaram-me com seus olhos claros, que me pareciam de cor azul. Acima dos olhos, o capacete tinha duas vezes a altura de uma testa normal. Provavelmente, sobre a cabeça, debaixo do capacete, usavam mais alguma coisa, invisível de fora. A partir do meio da cabeça, descendo pelas costas e entrando no macacão, à altura das costelas, notei três tubos redondos, de prata, dos quais não sei dizer se eram de borracha ou metal. O tubo central descia pela coluna vertebral à esquerda e à direita desciam os dois outros tubos, até uns 10 cm debaixo das axilas. Não vi nenhuma depressão ou protuberância, que indicasse uma ligação entre esses tubos e um recipiente ou instrumento, escondido debaixo do macacão. As mangas do macacão eram estreitas e compridas; os punhos continuavam em luvas grossas. Percebi como os homens mal conseguiam tocar com as pontas dos dedos a parte interna da mão. Contudo, isto não os impediu de segurar-me com tamanha firmeza e manipular habilmente os tubos de borracha, enquanto me fizeram à sangria. Quanto aos seus macacões, creio que eram uma espécie de uniforme, pois todos os tripulantes usavam um escudo do tamanho de uma rodela de abacaxi. De lá, uma tira de pano, prateada ou de metal, ligava-se à cinta estreita, sem fivela. Nenhum dos macacões tinha bolsos ou botões. As calças eram compridas e colantes e continuavam numa espécie de sapatos, sem, no entanto, mostrar onde terminava a calça e começava o sapato. Todavia, a sola dos sapatos era de 4 a 7 cm de espessura; era bem diferente da dos nossos sapatos. Nas pontas, os sapatos eram levemente encurvados para cima, mas não como a gente vê nos contos de fadas. Os alienígenas movimentavam-se hábil e rapidamente; só que o macacão parecia interferir um pouco com os movimentos livres do seu corpo, pois eles me impressionaram como figuras um tanto rígidas. Todos eles eram do meu tamanho, menos um, que não chegava nem à altura do meu queixo. Eram fisicamente fortes, mas não a ponto de me meterem medo; lá na minha terra, eu não teria dúvida em brigar com qualquer um deles.
Sexo dentro da espaçonave

Antes de sair da sala, ela virou-se para mim, apontou primeiro, para a sua barriga, depois, com uma espécie de sorriso, para mim e, por último, para o céu. Depois, ela saiu. Interpretei esse gesto como uma advertência, prenunciando a sua volta, quando então, ela me levaria consigo, para onde quer que fosse. Até hoje estou tremendo de medo, ao pensar que, se retornarem e me sequestrarem de novo, eu estarei definitivamente perdido. De jeito algum estaria disposto a separar-me da minha família e abandonar a minha terra.
Àquela altura, um dos alienígenas voltou com a minha roupa, que tornei a vestir. Devolveram-me tudo, menos o meu isqueiro que bem poderia ter caído ao chão, durante a luta corporal com os seqüestradores. Voltamos para o outro recinto, onde três dos tripulantes estavam sentados nas cadeiras giratórias, grunhindo um para o outro (acho que conversavam). Aquele que me veio buscar, juntou-se a eles e me deixou sozinho. Enquanto eles "falavam", procurei gravar na memória todos os detalhes ao meu redor e observar minuciosamente tudo quanto ali se passava. Neste empenho, reparei sobre a mesa, ao lado dos homens, dentro de uma caixa quadrada, com uma tampa de vidro, em um disco, parecido com o mostrador de um despertador; havia um ponteiro e, no lugar dos números 3, 6 e 9, uma marcação negra. Somente no lugar em que, normalmente, está o numero 12, havia quatro pequenos símbolos negros, um ao lado do outro. Não sei para que serviria isso, mas foi assim que eu o vi. Primeiro, pensei que aquele instrumento fosse uma espécie de relógio, pois, vez ou outra um dos alienígenas o fitava. No entanto, dificilmente, seria um relógio, pois, durante todo o tempo em que o olhei, os ponteiros permaneceram imóveis, na mesma posição. Aí, então, tive a idéia de pegar naquela coisa e levá-la comigo, a título de prova desta minha aventura. Com aquela caixa, o meu problema teria sido resolvido. Quem sabe, quando os homens notassem o meu interesse por aquele objeto, talvez me dessem de presente. Aproximei-me dele, aos poucos e, quando eles não me olhavam, puxei-o da mesa com as duas mãos. Era pesado, certamente uns 2 kg. Porém, eles não me deram tempo, nem para olhá-lo de perto, pois, com a rapidez de um raio, um dos homens empurrou-me para o lado, tirou a caixa das minhas mãos e, furioso, tornou a colocá-la em seu lugar. Recuei até a parede mais próxima e lá fiquei parado, imóvel. Normalmente, não costumo sentir medo, mas, naquela situação, achei melhor ficar quieto, pois eu já sabia que eles me tratavam bem somente quando o meu comportamento era do agrado deles. Fiquei parado ali, à espera que as coisas acontecessem. A moça não apareceu mais, nem despida, nem vestida, mas eu descobri onde ela deveria estar. Na parte dianteira do recinto grande havia mais uma porta, um pouco entreaberta e, vez ou outra, dava para ouvir o ruído de passos, que se dirigiam para lá e para cá. Como todos os demais tripulantes estavam naquele recinto grande, os passos que ouvi somente poderiam ter sido os da moça. Suponho que essa parte dianteira se tratava da cabina de navegação da máquina. Enfim, um dos homens alienígenas levantou-se e me fez um sinal para segui-lo. Os demais nem me olharam e, assim, atravessamos a pequena ante-sala, até a porta de entrada, já aberta e com a escada descida. No entanto, ainda não descemos, mas o homem me fez compreender que eu devia acompanhá-lo até a rampa, que havia em ambos os lados da porta; ela era estreita, mas permitiu dar uma volta completa ao redor da máquina. Primeiro, fomos para frente e lá vi uma protuberância metálica sobressaindo da máquina; na parte oposta havia essa mesma protuberância. A julgar por sua forma, conclui que talvez fosse o dispositivo de controle para a decolagem e o pouso da máquina. Devo admitir que jamais vi aquele dispositivo em funcionamento, nem quando a máquina levantou vôo, razão pela qual não sei explicar sua função. Em frente, o alienígena apontou para os picos de metal ou, melhor, esporas metálicas, já mencionadas. Todas as três estavam firmemente ligadas à máquina; a do meio, diretamente com a parte dianteira. As três esporas tinham a mesma forma, base larga, diminuindo para uma ponta fina e sobressaindo horizontalmente. Não posso avaliar se eram do mesmo metal da máquina; elas brilhavam como metal incandescente, mas não irradiavam nenhum calor. Um pouco acima das esporas metálicas estavam luzes vermelhas; as duas laterais eram pequenas e redondas, ao passo que aquela na parte dianteira era enorme. Eram os possantes faróis, que já descrevi. Acima da rampa, a qual, por sua vez, terminava, em frente, com uma grande placa de vidro grosso, que entrava fundo no revestimento de metal, um pouco saliente e diminuindo de espessura, nos lados. Como não havia janelas em parte alguma, julguei que aquela vidraça serviria para, através dela, olhar o mundo lá fora, mesmo que não desse boa visão, pois, visto de fora, o vidro parecia bastante turvo. A meu ver, as esporas metálicas na frente dianteira deveriam estar relacionadas com a força de propulsão, pois, quando a máquina levantou vôo, o seu brilho ficou muito intenso e se confundiu, por completo, com o da luz do farol principal.

A finalidade de tais seqüestros ainda é um grande mistério para ufologia
“... Voltei, então, para o meu trator. À 1h e 15 m fui levado, contra minha vontade, para o interior da máquina alienígena, de onde saí às 5h e 30 m da madrugada. Portanto, lá me prenderam durante 4 h e 15 m. Bastante tempo. Nada falei dessa minha vivência a ninguém, a não ser à minha mãe, a única pessoa com quem me abri. Ela achou melhor jamais ter contato com gente assim. Não tive coragem de falar coisa alguma ao meu pai. Já lhe havia falado, anteriormente, sobre a luz na cúpula, mas ele não acreditou em minhas palavras e achou que tudo aquilo era pura imaginação minha. Mais tarde, resolvi escrever ao Sr. João Martins, contando o que houve; para tanto fui motivado pela leitura do seu artigo publicado em novembro próximo passado, na revista "O Cruzeiro", solicitando para que os leitores lhe enviassem qualquer relato referente a discos voadores. Se eu tivesse dinheiro, já teria viajado para o Rio em data anterior, mas, como não tive, foi preciso aguardar a sua resposta e a oferta de financiar parte das minhas despesas de viagem".
Notas clínicas e relatório sobre o exame médico, assinado pelo Dr. Olavo Fontes:
Dados pessoais: Antônio Vilas Boas, branco, solteiro, fazendeiro, residente em São Francisco de Sales, Minas Gerais.
Ficha Clínica: Conforme o seu depoimento, ele deixou a máquina em 16 de outubro de 1957, às 5 h e 30 m. O seu estado físico era bastante fraqueza, pois nada tinha comido, desde as 21 h da véspera e, enquanto estava na máquina, vomitou diversas vezes. Voltou para casa, exausto e dormiu quase o dia todo. Ao acordar às 16 h e 30 m, sentiu-se bem e tomou uma refeição regular. No entanto, já naquela noite e nas noites seguintes, não conseguia dormir. Ele ficava muito nervoso, fortemente excitado e sempre que conseguia pegar no sono, sonhava com os acontecimentos da noite anterior, como se estivesse revivendo tudo. A essa altura, despertava com um grito e tinha a sensação de estar, outra vez, preso por seus seqüestradores. Após ter passado repetidamente por aquela experiência, ele desistiu de tentar dormir naquela noite e procurou passá-la, lendo e estudando. No entanto, tampouco logrou realizar este seu intento, pois não conseguia concentrar-se naquilo que estava lendo; seus pensamentos sempre voltavam e giravam em torno dos acontecimentos daquela noite fatídica. Ao raiar o dia, ele estava completamente confuso, correndo de um lado para o outro, fumando um cigarro após o outro. Sentiu-se cansado, exausto. Teve vontade de comer alguma coisa, mas acabou tomando somente um cafezinho; logo em seguida, sentiu-se mal, vomitou; a ânsia de vômitos e as fortes dores de cabeça continuaram durante todo o dia. Como ele estava absolutamente sem apetite, rejeitou qualquer alimento. Também a segunda noite, após o incidente, ele a passou em claro e no mesmo estado físico. Ainda sentiu seus olhos arderem, mas as dores de cabeça cederam. No segundo dia, continuou com ânsia de vômitos e sem apetite, porém, não vomitou mais, provavelmente porque nada comeu. Igualmente, os olhos ardiam mais e começaram a lacrimejar constantemente, embora não fosse constatada qualquer inflamação do tecido conjuntivo, nem fossem achados sintomas de outra qualquer irritação da vista ou impedimento da visão. Na terceira noite, o paciente conseguiu dormir, normalmente. A partir de então, ele sentiu uma excessiva necessidade de sono, que perdurou mais de um mês. Até o dia, chegou a cochilar, pouco importava onde se encontrasse ou o que estivesse fazendo; cochilava mesmo enquanto conversava com outras pessoas. Para adormecer, bastava ficar quieto algum tempo. Durante aquele estado de sonolência, os seus olhos continuavam a arder e lacrimejar. Quando, no terceiro dia, as ânsias de vomito cederam, seu apetite voltou e ele comeu normalmente. Os olhos pioravam, quando expostos ao Sol, e, assim sendo, procurou evitar toda claridade. No oitavo dia, quando já estava trabalhando no campo, sofreu uma ligeira efusão de sangue, no antebraço; no dia seguinte, o hematoma infeccionou, formando pus e provocando coceiras. Depois de sarar, no lugar do hematoma ficou um circulo vermelho. Uns 4 a 10 dias mais tarde, de repente e sem qualquer ferimento prévio, semelhantes lesões dermatológicas apareceram nos antebraços e nas pernas. Começavam com uma pústula, aberta ao meio, que provocava fortes coceiras e levava uns 10 a 20 dias para sarar. O paciente referiu que essas pústulas, depois de sarar, deixavam cicatrizes, com manchas vermelhas escuras à sua volta. Ele informou que, anteriormente, jamais havia sofrido de eczemas ou irritações cutâneas, tampouco de hematomas, contusões, ou feridas abertas (segregando sangue); quando estas últimas apareciam, vez por outra, eram tão leves que nem chegava a notá-las. Igualmente, no 15º dia após a sua vivência, surgiram duas manchas amareladas, mais ou menos simetricamente dispostas, à direita e à esquerda do nariz, o paciente comentou a respeito: "aquelas manchas pareciam como se a pele fosse esbranquiçada, carente de irrigação sangüínea". Depois de uns dez dias, as manchas desapareceram tão de repente quanto surgiram. Ao lado das cicatrizes deixadas pelas pústulas, esporadicamente surgidas nos braços, ao longo desses últimos meses, ainda ficaram duas pequenas feridas abertas. Os demais sintomas descritos não tornaram a aparecer, até o momento. Atualmente, o paciente sente-se bem e ele próprio considera bom o seu presente estado de saúde. Ele nega a ocorrência de sintomas, tais como, febre, diarréia, hemorragias, icterícia, durante a fase aguda da sua doença ou logo em seguida. Tampouco, referiu depilação no corpo ou rosto, ou queda de cabelos, no período de outubro até agora. Na fase da sonolência, a sua capacidade de trabalho não ficou notadamente diminuída. Da mesma maneira, não se registrou qualquer diminuição na sua libido, na sua potência ou visão, como não teve anemia, nem pústulas na boca.
Quanto às doenças infantis agudas, o paciente referiu ter sofrido de sarampo e varicela, sem complicações. Não teve doenças venéreas. Em anos passados, sofreu de uma colite, que não incomoda mais.
Ausência de sintomas de males agudos ou Exame médico: trata-se de pessoa do sexo masculino, de cor branca, cabelos pretos, macios, olhos escuros. crônicos. Biótipo: pernas compridas, leptossômico. Fácies: atípico, altura média (1,64m, sem sapatos), esbelto, porém, forte e de musculatura bem desenvolvida.
Estado de nutrição: nenhum sintoma de carência de vitaminas; nenhuma má-formação ou anomalia física.
Pêlos do corpo e característica sexuais: normais.
Dentes: em bom estado de conservação.
Gânglios: não palpáveis externamente.
Mucosas: todas um tanto pálidas.
Exame dermatológico: foram constatadas as seguintes alterações patológicas:
1.À direita e à esquerda do queixo, duas pequenas manchas, hipercromáticas, quase redondas; uma delas é do tamanho de uma moeda de 10 centavos; a outra é maior e de contornos irregulares. Ali, a pele parece mais fina e delicada, como recém-formada ou um tanto atrofiada. Inexistem pontos de referência para determinar o tipo e a idade daquelas duas manchas. Tudo quanto se pode dizer a respeito resume-se no seguinte: são cicatrizes de feridas superficiais, na pele, relacionadas com efusão de sangue, datando, no máximo, de uns doze meses e, no mínimo de um mês. É licito supor que se trata de manchas da pele, as quais, provavelmente, desaparecerão dentro de alguns meses. Além dessas manchas, não foram constatadas outras manchas similares ou marcas na pele.
2.Foi notada a presença de cicatrizes deixadas por feridas na pele ( datando de alguns meses, no máximo), na parte externa da mão, nos antebraços e nas pernas. O exame revelou tratar-se de pequenas pústulas ou feridas cicatrizadas, com a pele saindo, esfolando nas bordas, o que permite concluir por seu aparecimento em data recente. Duas dessas pústulas, no braço direito e no esquerdo, ainda não chegaram a sarar; apresentam-se como pequenos nós ou bubões, salientes, avermelhados; são mais duros do que a pele ao seu redor, causam dor quando comprimidos e, no seu centro, segregam um liquido amarelado, seroso. A pele circundante apresenta alterações inflamatórias. Vestígios de pequenos arranhões, feitos pelas unhas do paciente, permitem supor que trata de urticária. Quanto às alterações patológicas constadas, cumpre mencionar que todas as cicatrizes e alterações dermatológicas se encontram no centro de uma área hipercromática, de cor de lilás clara, um sintoma completamente fora do âmbito das nossas experiências, razão pela qual não é possível avaliar a importância ou o significado de tais áreas. Como o médico-examinador não é dermatologista, carece das condições necessárias para a devida diagnose deste sintoma e, assim sendo, limita-se a descrever as alterações em apreço, que, aliás, também foram documentadas por fotos.
Estado neurológico orientação no espaço e tempo: boa.
Reações sensoriais, afecções: dentro do normal.
Atenção espontânea e estimulada: normal.
Percepções e associações mentais: reações normais.
Memória a longo e em curto prazo: boa.
Memória visual: extraordinária; detalhes relatados verbalmente são, de imediato, esboçados ou ilustrados pelo próprio paciente. Ausência de quaisquer sintomas diretos ou indiretos de uma doença mental.
Olavo Fontes, Doutor em Medicina
Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1958.
Em resumo, o Dr. Fontes tornou a salientar que, logo no início dos exames, soube que Antônio não tem qualquer disposição psicopática. Ao prestar o seu depoimento, nem por uma só vez, ele caiu em contradições ou perdeu o autocontrole. Igualmente, quando, por algumas ocasiões, hesitou em responder a uma pergunta, revelou comportamento normal de um indivíduo que não quer responder a determinadas perguntas, sobre circunstâncias fora do comum. Sempre quando isto aconteceu, ele disse, simplesmente: "não sei" ou "não sei explicar isto", mesmo sabendo que tais evasivas poderiam pôr em dúvida a credibilidade do seu relato. Aliás, Antônio disse ao jornalista João Martins que se sentiu sem jeito para falar de certos detalhes, quanto à extraterrestre. Tampouco, Antônio revelou inclinações para a superstição, o misticismo; ele não considerou os tripulantes do objeto como anjos, super-homens ou demônios, mas, sim, achou que se tratava simplesmente de homens, provenientes de outras regiões, de um outro planeta. Ele explicou esta idéia pelo fato de o tripulante que o acompanhou ao deixar o objeto voador, ter apontado primeiro, para ele, depois para o solo e, por fim, para o céu. Além disso, durante toda a sua permanência a bordo, Antônio observou como os tripulantes usavam uniformes e capacetes fechados; dali ele concluiu que o ar normalmente aspirado por eles deve ser diferente daquele aqui na Terra. Quando o jornalista João Martins falou a Antônio que, caso aquele seu relato viesse a ser divulgado, muitas pessoas iriam considerá-lo como um louco ou impostor, Antônio não se impressionou absolutamente diante de tais perspectivas, mas disse apenas: "Nesse caso, convidaria as que falam tais coisas a irem até minha terra e solicitar-lhes-ia que se informassem sobre minha pessoa. Logo saberiam do conceito de que desfruto lá, se estou sendo considerado como homem direito, ou não."
Fonte: CUB
O saudoso apresentador Flávio Cavalcanti entrevista Antonio Villas Boas em 1978.
Escute a entrevista em áudio:
Vídeo de reconstituição:
ótimo blog. acompanhando tudo aqui.
ResponderExcluir