O estudo é liderado pelo professor Eduardo Eizirik,
da Faculdade de Biociências.
Espécie que vive no sul agora é conhecida como Leopardus guttulus. Foto: Projeto Gatos do Mato - Brasil |
Pesquisadores descobriram uma nova espécie de gato-selvagem vivendo no Brasil. O estudo foi publicado nesta quarta-feira, 27 de novembro, no periódico Current Biology. Acreditava-se que existia apenas uma espécie de gato-do-mato-pequeno no País, entretanto, análises moleculares de DNA mostraram que os indivíduos que vivem no nordeste são diferentes dos que vivem no sul e sudeste, sem evidências de cruzamento, podendo-se afirmar que se trata de duas espécies distintas. “Nosso estudo ressalta a necessidade urgente de atenção para a espécie que vive no nordeste, pois suas características biológicas são muito pouco conhecidas”, afirma o professor da Faculdade de Biociências da PUCRS Eduardo Eizirik, observando que se sabe mais sobre a espécie do sul.
O estudo, liderado por Eizirik e realizado em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de outras instituições brasileiras, revelou também um conjunto complexo de relações entre os felinos e outras duas espécies de gatos neotropicais. A história evolutiva aponta uma antiga hibridização entre o gato-dos-pampas (Leopardus colocolo) e a espécie de gato-do-mato-pequeno do nordeste brasileiro (Leopardus tigrinus). A espécie do sul, agora conhecida como Leopardus guttulus, apresentam uma zona híbrida com o gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroy) na região central do Rio Grande do Sul, mostrando que a hibridação é um importante fenômeno que pode ocorrer entre animais de espécies diferentes. Os responsáveis pela pesquisa acreditam que as espécies de gato-do-mato-pequeno encontradas no Brasil podem ter se adaptado para diferentes habitats. A do nordeste (L. tigrinus) vive principalmente no cerrado e na caatinga, enquanto a do sul (L. guttulus) está no ambiente mais úmido e denso da mata atlântica.
O professor Eizirik lembra que as quatro espécies de gato-selvagem estão ameaçadas. “Precisamos entender o máximo possível sobre sua genética, ecologia e evolução para sermos capazes de planejar estratégias adequadas de conservação”.
Fonte: pucrs.br
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