segunda-feira, 3 de março de 2014

Ex-ferroviário aprende a fazer cinema para contar história real do "TREM FANTASMA"

Lá nos anos 80, a história do Trem Fantasma que aparecia na região do Porto Esperança, em Ladário, deixava muitos ferroviários de cabelo em pé. Outros, no entanto, acreditavam que a versão não passava de folclore. Sebastião de Souza Brandão era um deles. “Eu debochava muito, brincava muito e tirava sarro de quem falava do trem que aparecia nos trilhos até que em um belo dia eu, na presença de mais quatro amigos, fui me deparar com isso”, lembra.


Aos 70 anos, ele conta que o Trem Fantasma não aparecia todos os dias e nem para todo mundo. Só quem morou na região ou trabalhava na estação costumava ouvir o som da locomotiva e ver as luzes dos faróis.

“Quando ele aparecia, era depois de escurecer, umas 20h ou 21h”, diz. Mesmo ecoando seu barulho e exibindo suas luzes, a locomotiva nunca chegava. Só quando o medo era muito que os ferroviários chegavam a ver os vagões.

Agora, o ferroviário aposentado fez da lembrança uma projeto que o levou a participar do Concurso Nacional de Histórias Revelando os Brasis, patrocinado pela Petrobras.

Curta filmado por Sebastião vai contar a história do 
Trem Fantasma de Ladário para todo o Brasil 
(Foto: Divulgação)
De 951 histórias inscritas, a do Sebastião e de outras 19 pequenas cidades brasileiras, com até 20 mil habitantes, foram selecionadas para se transformarem em filmes. A do trem fantasma de Ladário é a única história do Centro-Oeste que vai virar um curta.

O ferroviário foi ao Rio de Janeiro para participar de um curso de Cinema na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), onde teve duas semanas de aprendizado. Agora, ele está de volta a Mato Grosso do Sul para filmar o “Nos Trilhos do Trem Fantasma”.

“Me vi na frente de cineastas importantes aprendendo a produzir um filme ao lado de tantos jovens com mais estudo que eu. Foi uma linda oportunidade”, disse à assessoria de imprensa da Petrobras.

O ferroviário aposentado, que hoje trabalha na criação de viola de coxo, revela, empolgado, que o roteiro do curta já está pronto. Para um filme de 15 minutos, ele estima quatro dias de gravação nos trilhos de Ladário.

A obra final deve ficar pronta até a metade do ano. Depois de finalizada, a produção será apresentada nas comunidades e nas capitais por meio do Circuito Nacional de Exibição Revelando os Brasis. O Canal Futura também vai exibir os curtas.

“Eu nasci no Pantanal e fui criado em Ladário. Para mim é uma honra lembrar da ferrovia, contar um pouquinho dessa história e mostrar a nossa cidadezinha para o Brasil”, diz, emocionado.



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