Uma explosão na segunda-feira (16) causou um incêndio no Centro Estadual de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia, um centro de pesquisa biológica na Sibéria, conhecido por ser um dos dois centros no mundo que abriga amostras de vírus vivos da varíola.
Os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (de sigla em inglês CDC), em Atlanta, é o único outro local conhecido por manter amostras vivas do patógeno mortal.
Segundo o administrador chefe da cidade de Koltsovo, onde está localizado o centro de pesquisa, conhecido como Instituto de Vetores, a explosão ocorreu durante os trabalhos de manutenção programados. O incidente não representa uma ameaça para a comunidade circundante, disse Nikolai Krasnikov à agência de notícias russa TASS.
Segundo a TASS, não havia substâncias de risco biológico envolvidas. Um trabalhador foi ferido e levado para um hospital com queimaduras.
O Russia Today informou que as equipes de emergência tratavam a explosão e o incêndio como um incidente grave, devido ao trabalho sensível do Instituto de Vetores.
O Instituto de Vetores é conhecido por produzir pesquisas epidemiológicas de alto nível. Segundo o TASS, os pesquisadores recentemente concluíram testes bem-sucedidos de uma vacina contra o Ebola no início deste ano.
Apesar dessa reputação, surgiram questões sobre o instituto. Um alto funcionário soviético de armas biológicas que desertou para os Estados Unidos nos anos 90 alegou que a varíola havia sido transferida para o Instituto para realizar pesquisas sobre armas biológicas.
O outro repositório de varíola do mundo, o CDC, também enfrentou perguntas sobre seus processos e infraestrutura de segurança. Em 2016, o USA Today publicou uma investigação sobre falhas nos centros, incluindo um incidente de 2009 em que cientistas em trajes de risco biológico podiam ver luz penetrando em uma câmara de descontaminação, onde trabalhadores que tinham acabado de trabalhar com patógenos mortais deveriam ser mergulhados em uma ducha de produto químico.
O último surto de varíola conhecido ocorreu em 1977 e a Organização Mundial da Saúde declarou a doença erradicada em 1980. A doença matou cerca de 300 milhões de pessoas no século XX, e três em cada 10 pessoas que a contraíram morreram. Os sobreviventes eram frequentemente deixados com cicatrizes e cegos.
A explosão de segunda-feira ocorreu relativamente perto a outra explosão em uma instalação russa que conduz pesquisas de alta tecnologia e arriscadas. Em agosto, um acidente em um local de teste de mísseis matou cinco cientistas nucleares. As autoridades americanas acreditam que os pesquisadores do local estavam trabalhando em um míssil de cruzeiro nuclear.
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