domingo, 29 de agosto de 2010

SUTRAS DE PATANJALI

(Tradução do Apendix F do livro "Yoga Philosophy of Patanjali "- Swami Hariharananda Aranya, Publicado por 'Calcutta Universit Press') 
Coleção dos Aforismos Yoguis 


Livro I 
Sobre a Concentração 

1.
 Agora iniciamos a exposição do Yoga. 

2.
 Yoga é a restrição das modificações da mente. 

3.
 Então o Observador permanece nele mesmo. 

4.
 Em outros momentos, o Observador parece assumir a forma da modificação mental. 

5.
 Elas (as modificações) Têm cinco variedades, das quais algumas são 'Klista' e o resto 'Aklista'. 

6.
 (São elas) Pramana, Viparyaya, Vikalpa, sono (sem sonhos) e recordação. 

7.
 (Destas) Percepção, inferência e testemunho (comunicação verbal) constituem as Pramanas. 

8.
 Viparyaya ou ilusão é o conhecimento falso formado a partir de um objeto como se ele fosse outro. 

9.
 A modificação chamada 'Vikalpa' é baseada na cognição verbal, com relação a uma coisa que não existe. (É um tipo de conhecimento útil que advém do significado da pala vra mas que não tem uma realidade correspondente). 

10. 
Sono sem sonho é a modificação mental produzida pela condição de inércia como o estado de vacuidade ou negação (do despertar e do adormecer). 

11.
 Recordação é a modificação mental causada pela reprodução da impressão prévia de um objeto, sem adicionar nada de outras fontes. 

12.
 Pela prática e o desapego isso pode ser restringido. 

13.
 O esforço para adquirir Sthiti ou um estado tranquilo da mente, desprovido de flutuações, é chamado prática. 

14.
 Esta prática, quando continuada por um longo tempo, sem interrupção e com devoção, torna-se firme em seus fundamentos. 

15.
 Quando a mente perde todos os desejos por objetos vistos ou descritos nas escrituras, ela adquire um estado de absoluto não desejo que é chamado desapego. 

16.
 Indiferênça para com as Gunas, ou princípios constituintes, alcançada através do conhecimento da natureza de Purusha, é chamado Paravaiaragya (desapego supremo). 

17.
 Quando a concentração é conseguida com a ajuda de Vitarka, Vichara, Ananda e Asmita, é chamada Samprajnata-samadhi. 

18.
 Asamprajnata-samadhi é o outro tipo de Samadhi que surge com a prática constante de Para-vairagya, que leva ao desaparecimento de todas as flutuações da mente, permanecendo apenas as impressões latentes. 

19.
 Enquanto no caso de Videhas ou dos desincarnados e de Prakrtilayas ou dos que subsistem em seus constituintes elementares, é causada por ignorância que resulta em existência objetiva. 

20.
 Outros (que seguem o caminho do esforço prescrito) adotam os meios da fé reverencial, energia, recordação repetida, concentração e conhecimento real (e assim alcançam Asamprajnata-samadhi). 

21.
 Yoguis com intenso ardor alcançam concentração e seus resultados, rapidamente. 

22.
 De acordo com a aplicação do método, vagarosa, média ou rápida, mesmo entre os yoguis que têm intenso ardor, existem diferenças. 

23.
 Através de devoção especial a Isvara também (concentração torna-se eminente) 

24.
 Isvara é um Purusha em particular, não afetado por aflição, ação, resultado das ações ou as impressões latentes que advém delas. 

25.
 Nele, a semente da onisciência alcançou seu desenvolvimento maior, não havendo nada mais a transcender. 

26.
 (Ele é) O professor dos primeiros professores porque com Ele não existe limite de tempo (para sua onipotência). 

27.
 A palavra sagrada que o designa é Pranava ou a sílaba OM. 

28.
 (Yoguis) a repetem e contemplam seu significado. 

29.
 Disso vem a realização do Ser individual e os obstáculos são resolvidos. 

30.
 Doença, incompetência, dúvida, desilusão, pregriça, não- abstinência, concepção 
errônea, não-alcance de qualquer estado yogui ou instabilidade 
para permanecer num estado yogui, estas distrações da mente são os impedimentos. 

31.
 Tristeza, falta de entusiasmo, inquietação, inspiração e expiração advém de distrações 
prévias. 

32.
 Para restringí-las (isto é, as distrações) prática (da concentração) em um princípio 
único, deve ser feita. 

33.
 A mente torna-se purificada pelo cultivo dos sentimentos de amizade, compaixão, boa­vontade e indiferença respectivamente a criaturas felizes, miseráveis, virtuosas ou pecaminosas. 

34, Pela expiração e restrição da respiração também (a mente é acalmada). 

35.
 O desenvolvimento de percepção objetiva chamada Visayavati também traz tranquilidade mental. 

36.
 Ou pela percepção que é livre de tristeza e é radiante (estabilidade mental também é produzida). 

37.
 Ou (contemplando) uma mente que é livre de desejos (a mente do devoto torna-se estável). 

38.
 Ou tomando como objeto de meditação as imagens dos sonhos ou dos devaneios (a mente do yogui torna-se estável). 

39.
 Ou contemplando qualquer coisa que o indivíduo queira (a mente torna-se estável). 

40.
 Quando a mente desenvolve o poder de estabilizar-se nos objetos de menor tamanho, 
assim como nos maiores, então a mente está sobre controle. 


41.
 Quando as flutuações da mente são enfraquecidas, a mente aparenta tomar as formas do objeto da meditação - seja ele o que conhece (Grahita), o instrumento de cognição (Grahana) ou o objeto conhecido (Grahya) - como uma jóia transparente, e esta identificação é chamada Samapatti ou absorção. 

42.
 A absorção na qual existe confusão entre a palavra, seu significado (isto é, o objeto) e seu conhecimento, é conhecida como Savitarka Samapatti. 

43.
 Quando a memória é purificada, a mente parece estar desprovida de sua própria natureza (isto é, da consciência reflectiva) e somente o objeto (o qual está contemplando) permanece iluminado. Este tipo de abs orção é chamada Nirvitarka Samapatti. 

44.
 Através disso (o que foi dito) as absorções Savichara e Nirvichara, cujos objetos são sutis, são também explicadas. 

45.
 Sutileza pertencente aos objetos, culmina em A-linga ou o imanifesto. 

46.
 Estes são os únicos tipos de concentração objetiva. 

47.
 Ganhando proficiência em Nirvichara, pureza nos intrumentos internos de cognição é desenvolvida. 

48.
 O conhecimento ganho neste estado é chamado Rtambhara (preenchido de verdade). 49 (Este conhecimento) é diferente daquele derivado do testimunho ou da inferência, porque relaciona-se a particularidades (dos objetos). 

50.
 A impressão latente nascida de tal conhecimento é oposta à formação de outras impressões latentes. 

51.
 Pela restrição disso também (por conta da eliminação das impressões latentes de Samprajnana), acontece a concentração sem-objeto, através da supressão de todas as modificações. 


Livro II 
Sobre a Prática 

1.
 Tapas (austeridade ou vigorosa auto-disciplina - mental, moral e física), Svadhyaya (repetição de Mantras sagrados ou o estudo da literatura sagrada) e Isvara-pranidhana (completa rendição a Deus) são Kriya- yoga (yoga em forma de ação). 

2.
 Este Kriya-yoga (deve ser praticado) para gerar o Samadhi e minimizar as Klesas. 

3.
 Avidya (concepção errônea sobre a natureza real das coisas), Asmita (egoismo), Raga (apego), Dvesa (aversão) e Abhinivesa (medo da morte) são as cinco Klesas (aflições). 

4.
 Avidya é o campo de crescimento das outras, sejam elas dormentes, atenuadas, interrompidas ou ativas. 

5.
 Avidya consiste em considerar os objetos impermanentes como permanentes, impuros como puros; miséria como felicidade e o não-Ser como Ser. 

6.
 Asmita é equivalente à identificação de Purusha ou Consciência Pura com Buddhi. 

7.
 Apego é esta (modificação) que segue a lembrança do prazer. 

8.
 Aversão é esta (modificação) que resulta da miséria. 

9.
 Tanto no ignorante quanto no culto, o medo, firmemente estabelecido, da aniquilação, é a aflição chamada Abhinivesa. 

10, As sutis klesas são abandonadas (isto é, destruidas) cessando-se a produtividade (isto é, desaparecendo) da mente. 

11.
 Seus meios de subsistência ou seus estados densos são evitáveis pela meditação. 

12.
 Karmasaya, ou a impressão latente da ação baseada nas aflições, torna-se ativa nessa vida ou na vida por vir. 

13.
 Na medida em que as Klesas permanecem na raiz, karmasaya produz três consequências nas formas de nascimento, tempo de vida e experiência. 

14.
 Por razão da virtude e do vício, essas (nascimento, período e experiência) produzem experiências prazeirosas ou dolorosas. 

15.
 A pessoa que discrimina, apreende (por análise e antecipação) todos os objetos mundanos como marcados pela tristeza, porque eles causam sofrimento como consequência, tanto nas suas experiências aflitivas, quanto em suas latências e também por causa da natureza contrária das Gunas (que produzem mudanças a todo momento). 

16.
 (É por isso que) a dor que está por vir deve ser evitada. 

17.
 Unindo o Observador ou o sujeito com o visto ou o objeto, é a causa disso que deve ser evitado. 

18.
 O objeto ou o que é passível de conhecimento é por natureza sensível, mutável e inerte. Existe na forma dos elementos e dos órgãos, e servem ao propósito da experiência e emancipação. 

19.
 Diversificada (Visesa), não-diversificada (Avisesa), indicador-somente (Linga-matra), e aquilo que não tem indicador (Alinga), são os estados das Gunas. 

20.
 O Observador é o conhecedor absoluto. Apesar de puro, modificações (de Buddhi) são testemunhadas por ele como um espectador. 

21.
 Servir como um campo objetivo para Purusha, é a essencia ou natureza dos objetos conhecíveis. 

22.
 Apesar de deixar de existir em relação àquele que preencheu seu propósito, os objetos conhecíveis não deixam de existir por serem úteis para outros. 

23.
 Associação é o meio de realização da verdadeira natureza do objeto do Conhecedor e do Possuidor, o Conhecedor (isto é, o tipo de associação que contribui para a realização do Obse rvador e do observado é esta conexão). 

24.
 (A associação tem) Avidya ou ignorância como sua causa. 

25.
 A ausência da associação que advém da falta dela (avidya) é liberdade, e este é o estado de liberação do Observador. 

26.
 Conhecimento discriminativo, claro, distinto (desimpedido) é o meio para a liberação. 

27.
 Sete tipos de insight vêm a ele (o yogui que desenvolveu a iluminação discriminativa). 

28.
 Através da prática dos diferentes acessórios do yoga, quando as impurezas são destruidas, advém a iluminação, culminando na iluminação discriminativa. 

29.
 Yama (restrição), Niyama (observância), Asana (postura), Pranayama (regulação da respiração), Pratiahara (restrição dos sentidos), Dharana (fixação), Dhyana (meditaç& atilde;o) e Samadhi (perfeita concentração), são os oito meios de se alcançar o yoga. 

30.
 Ahimsa (não-violência), Satya (verdade), Asteya (abster-se do roubo), Brahmacharya (continência) e Aparigraha (abster-se da avareza), são as cinco Yamas (formas de restrição). 

31.
 Estas (as restrições), no entanto, são um grande voto quando tornam-se universais, não sendo restringidas por qualquer consideração de classe, lugar, tempo ou conceito de dever. 

32.
 Pureza, contentamento, austeridade (disciplina mental e física), svadhyaya (estudo das escrituras e recitação de mantras) e devoção a Isvara, são as Niyamas (observâncias). 

33.
 Quando estas restrições e observâncias são inibidas por pensamentos perversos, o oposto deve ser pensado. 

34.
 Acões que advém de pensamentos perversos, como injúria etc, são realizadas pela própria pessoa, por outras ou aprovadas; são realizadas tanto pela raiva, quanto pela cobiça ou pela desilusão; e podem ser fracas moderadas ou intensas. Saber que são causadas por uma miséria e ignorância infinitas, é um pensamento-contrário. 

35.
 Na medida em que o yogui se torna estabelecido na não-injúria, todos os seres que se aproximam (do yogui) deixam de ser hostis. 

36.
 Quando a maneira de ser é verdadeira, as palavras (do yogui) adquirem o poder de fazerem-se frutíferas. 

37.
 Quando o não-roubo é estabelecido, todas as jóias se apresentam (ao yogui). 

38.
 Quando continência é estabelecida, Virya é adquirida. 

39.
 Atingindo perfeição nas Yamas, advém conhecimento da existência passada e futura. 

40.
 Da prática da purificação, desapego com relação ao próprio corpo é desenvolvido, e portanto o desapego se estende a outros corpos. 

41.
 Purificação da mente, setimentos agradáveis, concentração, subjugação dos sentidos e abilidade para a auto-realização são adquiridas. 

42, A partir do contentamento, felicidade transcendente é ganha. 

43.
 Pensamentos de destruição das impurezas, prática de austeridades gera perfeição do corpo e dos órgãos. 

44.
 Do estudo e repetição de Mantras, comunhão com a divindade desejada é estabelecida. 

45.
 Da devoção a Deus, Samadhi é alcançado. 

46.
 Uma forma agradável e pausada (de estar) é Asana (postura yogui). 

47.
 Pelo relaxamento do esforço e meditação no infinito (asanas são aperfeiçoadas). 

48.
 Disso vem a imunidade com relação a Dvandvas ou condições opostas. 

49.
 Esta (asana) tendo sido aperfeiçoada, regulação do fluxo da inspiração e expiração é pranayama (controle da respiração). 

50.
 Este (pranayama) tem uma operação externa (Vahya-vrtti), operação interna (Abhyantara-vrtti) e supressão (Stambha- vrtti). Isto ainda, quando observado de acordo com espaço, tempo e número torna-se lo ngo e sutil. 

51.
 O quarto pranyama trnscende operações internas e externas. 

52.
 Através disso, o véu sobre a manifestação (do conhecimento) é rarefeito. 53, (Então) a mente adquiri condições para Dharana. 


54.
 Quando separados de seus objetos correspondentes, os órgãos seguem a natureza da mente (no momento), isto é chamado Pratyahara (restringir os órgãos). 

55.
 Isto gera supremo controle dos órgãos. 


Livro III 
Poderes Sobrenaturais 

1.
 Dharana é a fixação da mente (Chitta) em um ponto particular no espaço. 

2.
 Nela (Dharana) o fluxo contínuo de modificação mental similar é chamado Dhyana ou meditação. 

3.
 Quando o objeto da meditação sozinho brilha na mente, como que desprovido até mesmo do pensamento do'Eu' (que está meditando), este estado é chamado Samadhi ou concentração. 

4.
 Os três juntos no mesmo objeto é chamado Samyama. 

5.
 Dominando isto (Samyama) a luz do conhecimento (Prajna) emerge. 

6.
 Ela (Samyama) deve ser aplicada aos estágios (da prática). 

7.
 Estas três práticas são mais associadas do que as mencionadas anteriormente. 

8.
 Isso também (deve ser visto) como externo com relação a Nirvija ou concentração sem semente. 

9.
 Supressão das latências das flutuações e aparecimento das latências do estado de pausa, acontecendo a cada momento de ausência do estado de pausa na mesma mente, é a mudança do estado de pausa da mente. 

10.
 Continuidade da mente tranquila (no estado de pausa) é assegurado por suas impressões latentes. 

11.
 Diminuição da atenção voltada para tudo e desenvolvimento da concentração (onepointedness) é chamado Samadhi-parinama, ou mutação da mente concentrada. 

12.
 Lá (em Samadhi) ainda (no estado de concentração) as modificações passadas e presentes sendo similares é Ekagrata- parinama, ou mutação do estado estável da mente. 

13.
 Assim explica-se as três mudanças, ou seja, dos atributos essenciais ou características, das características temporais, e dos estados das Bhutas e das Indriyas (isto é, todos os fenômenos conhecíveis). 

14.
 Aquilo que continua a sua existência, através das várias características, nomeadamente: o inativo, isto é, passado; o emergente, isto é, presente; o imanifesto, (mas que permanece como força potente), isto é, futuro, é o substrato (ou objeto caracterizado). 

15.
 Mudança de sequência (das características) é a causa das diferênças mutativas. 

16.
 Conhecimento do passado e do futuro pode advir de Samyama sobre as três Parinamas (mudanças). 

17.
 Palavra, objeto implicado, e idéia correspondente, produz uma impressão unificada. Se Samyama for praticada em cada um separadamente, conhecimento do significado dos sons produzidos por todos os seres, pode ser adquirido. 18 Pela realização das impressões latentes, conhecimento dos nascimentos prévios é adquirido. 

19. (Pela prática de Samyama) em noções, conhecimento de outras mentes é desenvolvido. 20 O suporte (ou base) da noção não se torna conhecido, porque este não é objeto de observação (do yogui). 

21. Quando a capacidade de percepção do corpo é suprimida pela prática de Samyama em seu caracter visual, desaparecimento do corpo é efetivado, por ficar ele além da esferea de percepção do olho.< BR> 22. Karma pode ser rápido ou lento em sua frutificação. Pela prática de Samyama no Karma, conhecimento da morte pode ser adquirido. 

23.
 Através de Samyama sobre a amizade, e outras virtudes similares, obtem-se força. 

24.
 (Pela prática de Samyama) na força (física), a força de elefantes etc, pode ser adquirida. 

25.
 Aplicando a luz efulgente da percepção superior (Jyotismati), conhecimento dos objetos sutis, ou coisas invisíveis ou colocadas a grande distância, pode ser adquirido. 

26.
 (Praticando Samyama) sobre o sol (o ponto no corpo conhecido como a entrada solar), o conhecimento das regiões cósmicas é adquirido. 

27.
 (Pela prática de Samyama) sobre a lua (a entrada lunar no corpo), conhecimento do arranjo entre as estrelas é adquirido. 

28.
 (Pela prática de Samyama) na estrela Polar, o movimento das estrelas é conhecido. 

29.
 (Pela prática de Samyama) no plexo do umbigo, advém conhecimento da composição do corpo. 

30.
 (Praticando Samyama) na traquéia, fome e sede são restringidas. 

31.
 Calma é alcançada por Samyama no tubo bronquial. 

32.
 (Pela prática de Samyama) na luz coronal, Siddhas podem ser vistos. 

33.
 Do conhecimento denominado Pratibha (intuição), tudo torna-se conhecido. 

34.
 (Pela prática de Samyama) no coração, conhecimento da mente é adquirido. 

35.
 Experiência (de prazer ou dor), vem da concepção que não distingue entre duas entidades extremamente diferentes: Buddhisattva e Purusha. Tal experiência existe para um outro (isto é, Purusha). Esta é a razão de através de Samyama em Purusha (que observa todas as experências e também sua completa cessassão) conhecimento com relação a Purusha ser adquirido. 

36.
 Portanto (do conhecimento de Purusha), advém Pratibha (intuição), Sravana (poder sobrenatural de ouvir), Vedana (poder sobrenatural de tocar), Adarsa (poder sobrenatural de ver), Asvada (poder sobrenatural gustativo) e Varta (p oder sobrenatural de cheirar). 

37.
 Eles (estes poderes) são impedimentos ao Samadhi, mas são (vistos como) aquisições no estado normal-mutante da mente. 

38.
 Quando as causas do aprisionamento são enfraquecidas, e os movimentos da mente conhecidos, a mente pode entrar em outro corpo. 

39.
 Conquistando a força vital (da vida) chamada Udana, a possibilidade de imersão em água ou lama e envolvimentos dolorosos, são evitados, e a saida do corpo pela vontade é assegurada. 

40 Conquistando a força vital chamada Samana, efulgência é adquirida. 

41.
 Através de Samyama na relação entre Akasa e o poder de ouvir, capacidade divina de ouvir é adquirida. 

42.
 Através de Samyama na relação entre o corpo e Akasa, e pela concentração na leveza do algodão ou da lã, passagem através do céu é assegurada. 

43.
 Quando a concepção inimaginável pode ser mantida fora, isto é, não conectada com o corpo, é chamada Mahavideha ou a grande desencarnação. Através de Samyama nisso, o véu que cobre a iluminação (de Buddhisattva) é removido. 

44.
 Através de Samyama no denso, no caracter essencial, no sutil, a inerência e a objetividade, que são as cinco formas de Bhutas ou elementos, maestria sobre Bhutas é conseguida. 

45.
 Então desenvolve-se o poder de minimização assim como outras aquisições corpóreas. Deixa de existir também, resistência a suas características. 

46.
 Perfeição do corpo consiste em beleza, graça, força e firmeza adamantinas. 

47.
 Através de Samyama na receptividade, caracter essencial, sentido de Eu, qualidade inerente e objetividade dos cinco sentidos, maestria sobre eles é obtida. 

48.
 Então advém poderes de movimentos rápidos da mente, ação dos órgãos independente do corpo e maestria sobre Pradhana, a causa primordial. 

49.
 Para aquele estabelecido no discernimento entre Buddhi e Purusha, vem a supremacia sobre todos os seres assim como onisciência. 

50.
 Através da renunciação mesmo disto (conquista de Visoka), vem a liberação em consequência da destruição das sementes do mal. 

51.
 Quando convidado pelos seres celestiais, este convite não deve ser aceito, nem deve ser causa de vaidade, pois envolve a possibilidade de consequências indesejáveis. 

52.
 Conhecimento diferenciado do Ser e do não-Ser advém da prática de Samyama no momento e sua sequência. 

53.
 Quando espécie, caracter temporal e posição de duas coisas diferentes são indiscerníveis, elas aparentam iguais, no entanto podem ser diferenciadas (por este conhecimento). 

54.
 O conhecimento do discernimento é Taraka ou intuitivo, compreende todas as coisas e todo o tempo, e não tem sequência. 

55.
 (Se o discernimento discriminativo secundário é adquirido ou não) quando igualdade é estabelecida entre Buddhisattva e Purusha na sua pureza, liberação acontece. 


Livro IV 
Sobre o Ser-nele-mesmo ou Liberação 

1.
 Poderes sobrenaturais advém com o nascimento, ou são consequidos através de ervas, encantamentos, austeridades ou concentração. 

2.
 (A mutação do corpo e dos órgãos para aquele nascido em espécie diferente) acontece através do preenchimento de sua natureza inata. 

3.
 Causas não colocam a natureza em movimento, somente a remoção de obstáculos acontece através delas. Isso é como um fazendeiro quebrando a barreira para permitir o fluxo de água. (Os obstáculos sendo removidos pelas causas, a natureza penetra por ela mesma). 

4.
 Todas as mentes criadas são construidas a partir do sentido-de--Eu. 

5.
 Uma mente (principal) direciona as várias mentes criadas na variedade de suas atividades. 

6.
 Delas (mentes com poderes sobrenaturais) as obtidas através da meditação não têm impressões subliminares. 

7.
 As ações do Yogui não são nem brancas, nem pretas, enquanto as ações dos outros são de três tipos. 

8.
 Então (das três variedades de karma) manifestam-se as impressões subconscientes apropriadas às suas consequências. 

9.
 Em função da semelhança entre a memória e suas impressões latentes correspondentes, as impressões subconscientes dos sentimentos aparecem simultaneamente, mesmo quando são separadas por nascimento, es paço e tempo. 

10.
 Desejo de bem-estar sendo eterno, segue-se que a impressão subconsciente da qual ele advém deve ser sem começo. 

11.
 Em função de serem mantidas juntas pela causa, resultado e objetos suportes, quando isso se ausenta, as Vasanas desaparecem. 

12.
 O passado e o futuro são em realidade, presente, em suas formas fundamentais, tendo diferenças apenas nas características das formas tomadas em tempos diferentes. 

13.
 Características, que são presentes em todos os tempos, são manifestas e sutis, e são compostas das três Gunas. 

14.
 Em função da mutação coordenada das três Gunas, um objeto aparece como uma unidade. 

15.
 Apesar da semelhança entre os objetos, em função de haverem mentes separadas, eles (os objetos e seu conhecimento) seguem caminhos diferentes, essa é a razão deles serem inteiramente diferentes. 

16.
 Objeto não é dependente de uma mente, porque se assim fosse, o que aconteceria quando ele não fosse mais cognizado por esta mente? 

17, Objetos externos são conhecidos ou desconhecidos para a mente na medida em que colorem a mente. 

18.
 Em função da imutabilidade de Purusha, que é mestre da mente, as modificações da mente são sempre conhecidas ou manifestas. 

19.
 Ela (a mente) não é auto-iluminada, sendo um objeto (conhecível). 

20.
 Além disso, ambos (a mente e seus objetos) não podem ser cognizados simultaneamente. 

21.
 Se a mente fosse iluminada por uma outra mente, então haveria repetição ad infinitum de mentes iluminadas e inter-mistura de memória. 

22.
 (Portanto) Intransmissível, a Consciência metempirica, refletindo sobre Buddhi torna-se a causa da consciência de Buddhi. 

23.
 A matéria mental sendo afetada pelo Observador e o observado, torna-se toda­compreensiva. 

24.
 Ela (a mente) apesar de marcada pelas inimeráveis impressões subconscientes, existe para um outro, desde que age conjuntamente. 

25.
 Para aquele que conheceu a entidade distinta, isto é Purusha, inquirição sobre a natureza do próprio Ser, cessa. 

26.
 (Então) A mente se inclina ao conhecimento discriminativo e naturalmente gravita em direção ao estado de liberação. 

27.
 Através de suas ramificações (isto é, quebras no conhecimento discriminativo) surgem outras flutuações da mente devido às impressões latentes (residuais). 

28.
 Tem-se dito que sua remoção (isto é, das flutuações) segue o mesmo processo da remoção das aflições. 

29.
 Quando o indivíduo torna-se desinteressado mesmo pela onisciência, ele adquiri iluminação discriminativa perpétua de onde vem a concentração conhecida como Dharmamegha (nuvem que despeja virtude). 

30.
 A partir disso, aflições e ações cessam. 

31.
 Então em função da infinitude do conhecimento, livre da cobertura das impurezas, os objetos conhecíveis aparentam poucos. 

32. 
Depois de sua emergência (nuvem que despeja virtude) as Gunas tendo cumprido seu propósito, a sequência de suas mutações cessam. 

33.
 O que pertence aos momentos e é indicado pelo término de uma mutação particular, é sequência. 

34.
 O estado do Ser-nele-mesmo ou liberação, realiza-se quando as Gunas (tendo promovido experiência e liberação para Purusha) não têm mais propósito a cumprir e desaparecem em sua substância causal. Em outras palavras, é Consciência absoluta estabelecida em seu próprio Ser 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sexo e o Espírito

O Sexo é muito mais do que o ato. Há muitas consequências, boas e ruins, dependendo da forma com que se olha, se pratica e se considera o Sexo. Este vídeo é espetacular! Esclarecedor!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Além do Corpo

A medicina espiritual desperta cada vez mais interesse. Dois eventos científicos serão realizados para discutir o tema, enquanto centros espíritas que oferecem tratamento estão lotados

Celina Côrtes, Juliane Zaché e Lena Castellón
Colaborou Lia Bock


Nesta semana, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – uma das mais importantes da América Latina – será sede de um encontro que, anos atrás, dificilmente ocorreria em suas instalações. No sábado 31, médicos, estudantes e outros profissionais da saúde estarão reunidos em um dos auditórios da instituição para participar do 1º Simpósio de Medicina e Espiritualidade, organizado pela Associação Médico-Espírita de São Paulo. O objetivo do encontro é fazer uma revisão da literatura científica sobre o tema e confeccionar uma proposta de inclusão da disciplina “medicina e espiritualidade” no currículo das escolas médicas. A realização do evento dentro da USP é sintomática. Mostra que a comunidade científica começa a se abrir para o estudo dos fenômenos que envolvem a crença em um mundo espiritual e suas repercussões na saúde.

Outra evidência da crescente importância do tema será a realização, também na capital paulista, em junho, do IV Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil. O encontro reunirá 2,5 mil profissionais brasileiros e do Exterior. O evento trará cientistas de instituições estrangeiras respeitadas, como o médico Harold Koenig, diretor do Centro para o Estudo da Religião/Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke (EUA). Boa parte dos especialistas estrangeiros não segue o espiritismo, doutrina que conta com mais de dois milhões de adeptos no Brasil. Ela é baseada na crença da existência e imortalidade de espíritos, na sua capacidade de influenciar a vida e a saúde dos habitantes na Terra e na possibilidade de comunicação com eles.

Mágoas – A realização dos eventos é apenas uma mostra do crescimento da medicina espírita no Brasil. Outra prova da sua força é o aumento do número de associações médico-espíritas. Em 1995, existiam nove entidades. Hoje, são 30. Essas entidades reúnem profissionais que praticam a medicina convencional, mas usam sua crença para tentar melhorar a saúde do paciente que quiser receber esse atendimento. De acordo com eles, o organismo pode ser influenciado por espíritos que partiram da Terra – chamados de desencarnados – ou por pensamentos das próprias pessoas. “Indivíduos que guardam mágoas, por exemplo, sofrem alterações químicas que podem levar ao aparecimento de doenças ou ao seu agravamento”, diz Kátia Marabuco, oncologista da Universidade Federal do Piauí. “Nós, espíritas, também acreditamos que as pessoas negativas podem atrair espíritos desencarnados que contribuem para o surgimento de desequilíbrios físicos e mentais”, explica. A tática dos profissionais que seguem a doutrina é adotar medidas preconizadas pelo espiritismo para reverter esses quadros. Uma delas é fazer a aplicação de passes (imposição de mãos para energização e transferência de bons fluidos). Foi dessa forma que a paisagista paulistana Celeste Nardi, 62 anos, se tratou de depressão e outros problemas. Há quatro anos, frequenta uma clínica onde recebe atendimento psicológico e espiritual. Hoje, Celeste está bem. Para ajudar outros pacientes, ela aprendeu a aplicar o passe. “Quem passou por uma situação semelhante transmite uma energia de cura para quem necessita”, diz.

Max G. PintoEssas práticas também fazem parte do tratamento aplicado nos hospitais espíritas existentes no País. Hoje, há 100 instituições do gênero. São entidades que oferecem atendimento espiritual gratuito. A maioria delas é destinada à assistência psiquiátrica. Nesses locais, o doente é submetido ao tratamento tradicional – o que inclui remédios e terapia psicológica – e, se desejar, cuida do espírito. Uma dessas instituições é a Fundação Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, em Guarulhos (SP). Na instituição moram cerca de 700 portadores de deficiências mentais e outros 500 são atendidos no ambulatório. A maior parte nasceu com paralisia cerebral.

Tese – O psiquiatra Frederico Leão é um dos médicos da fundação. Surpreso diante da evolução de doentes que combinavam o atendimento espiritual e o convencional, ele está fazendo uma tese de mestrado sobre o assunto, que será defendida na USP. “Vi casos em que, quando os doentes se submetiam ao tratamento médico e espiritual, tinham uma evolução boa”, conta. Um dos casos é o do paciente Lúcio (nome fictício), 30 anos, que nasceu com paralisia cerebral. Ele não se expressa direito e se locomove numa cadeira de rodas. Há cinco anos, passou a ficar inquieto e manchas escuras apareceram em sua pele. “Os médicos fizeram de tudo e nada adiantou”, lembra-se Márcia Lopes, psicóloga da instituição. Continuaram com os remédios, mas também aplicaram o passe. Os sintomas desapareceram.


Alan RodriguesOutra instituição é o Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, de Curitiba. Lá, os médicos também adotam uma prática da doutrina que ajudaria no tratamento. São as sessões de “desobsessão”, reuniões nas quais médiuns (pessoas por meio das quais os espíritos se manifestariam) serviriam como instrumento para que espíritos que estão atormentando o doente se comunicassem e fossem convencidos a deixá-lo em paz. “Quando isso acontece, o paciente fica mais calmo e seu estado clínico melhora”, garante o psicólogo Mário Sérgio Silveira, da instituição. O Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte, também usa o tratamento de “desobsessão”. “Em casos difíceis de esquizofrenia, por exemplo, fazemos essa recomendação”, afirma Roberto Lúcio de Souza, psiquiatra e diretor da instituição. Em nenhum desses locais, no entanto, deixa-se a terapia convencional de lado. “O tratamento espírita é complementar e não alternativo. Quem passa pelo atendimento, para qualquer doença, não pode deixar de tomar os remédios”, alerta Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil.

Além dos hospitais, outros lugares bastante procurados para tratamento espiritual são os centros espíritas. Uma das maiores referências é o Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro. A instituição conta com 800 médiuns e recebe cerca de quatro mil visitantes em cada um dos dias de atendimento (quarta-feira e domingo). Há 12 anos, essa média era de 800 pessoas. Todos buscam curas físicas, espirituais ou algum consolo. Há salas de cura, de “desobsessão” e de passes. Uma das histórias mais incríveis relacionadas ao centro foi a do compositor Tom Jobim (1927-1994). Quando se submetia a tratamentos convencionais para tratar um câncer de bexiga, Tom esteve duas vezes no Frei Luiz. Na véspera de viajar para Nova York, em 1994, quando morreu de parada cardíaca no Hospital Mount Sinai, o músico conversou com Ronaldo Gazolla, já falecido, na época presidente do centro. Tom estava na dúvida se viajava e quis saber a opinião de Gazolla. O médico desconversou, não queria influenciar o maestro, embora soubesse que os espíritos já o consideravam curado. “Mas se fosse com você?”, insistiu Tom. “Se fosse eu, não iria”, recomendou Gazolla. Não se sabe o que teria acontecido ao compositor se ele tivesse ouvido o conselho, mas com certeza não teria morrido na mesa de cirurgia. Ana Lontra Jobim, viúva do músico, fala do assunto com reserva. “Quando esteve lá, ele saiu mais aliviado”, conta. A farmacêutica Helena Gazolla, viúva de Ronaldo Gazolla, que assumiu a presidência da instituição, explica que, se ocorreram curas, são consequência do merecimento dos doentes. “A pessoa se cura por meio de sua fé. Os médiuns são apenas um canal de energia para ajudar na recuperação de cada um”, diz.

Um dos atendimentos mais importantes e incomuns em centros espíritas, oferecido pelo Lar de Frei Luiz, são as sessões de materialização, nas quais os espíritos poderiam ser vistos. A matéria-prima que daria forma física ao espírito é chamada de ectoplasma (substância que, de acordo com o espiritismo, seria liberada pelos médiuns para possibilitar a materialização das almas). Nessas reuniões, ocorrem também cirurgias espirituais, feitas por espíritos desencarnados que usariam o corpo do médium.

Cirurgia – Em Leme, no interior de São Paulo, há outro centro famoso pelas cirurgias. É a instituição comandada pelo médium Waldemar Coelho, 65 anos, que realiza essas operações há quatro décadas. “Curamos o corpo quando o problema é material e o espírito quando o problema é um carma”, garante. Dois espíritos se manifestariam por meio de Waldemar – um chinês e um médico austríaco. Seriam eles que, sem nenhum corte ou sangue, operariam as pessoas de câncer, diabete e dor nas costas, entre outros males. Cerca de 300 pessoas são atendidas por semana. A fila de espera é de um mês. O procedimento é feito num quarto reservado, na presença do médium e de seus ajudantes.

Na verdade, a cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Hospital das Clínicas de São Paulo, vinculado à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado (quatro dias). “Houve intervenção na região afetada, mas não podemos garantir que funcionou”, observa o psiquiatra Alexander Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta”, afirma.

Santuário Espiritual Ramatís - Rua Carlos Krempel 70, Jardim Bosque, Leme - SP. CEP: 13610-000. Telefone: (19) 572-1100

Pesquisa – Oliveira é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse a ISTOÉ Harold Koenig, da Universidade de Duke. Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan, da Universidade de Columbia (EUA), é radical. “Os estudos feitos até agora são fracos. Não mostram evidências de que a espiritualidade pode ajudar no tratamento”, disse a ISTOÉ. Para o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se ater àquilo que é comprovado pela ciência”, defende. Já o Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. “Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior, primeiro secretário do CFM.

Na verdade, a cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Hospital das Clínicas de São Paulo, vinculado à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado (quatro dias). “Houve intervenção na região afetada, mas não podemos garantir que funcionou”, observa o psiquiatra Alexander Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta”, afirma.

Pesquisa – Oliveira é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse a ISTOÉ Harold Koenig, da Universidade de Duke. Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan, da Universidade de Columbia (EUA), é radical. “Os estudos feitos até agora são fracos. Não mostram evidências de que a espiritualidade pode ajudar no tratamento”, disse a ISTOÉ. Para o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se ater àquilo que é comprovado pela ciência”, defende. Já o Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. “Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior, primeiro secretário do CFM.

Confiança na cirurgia
Alan Rodrigues

Há cinco anos, a católica Maria de Lourdes Bueno da Silva, 60 anos, moradora de Leme (interior paulista), descobriu um câncer de mama. Muito assustada com a doença, ela resolveu tratar não só do corpo como também do espírito. Foi por isso que fez uma cirurgia espiritual logo após a operação para a retirada do nódulo. “Cuidar de mim de uma forma completa me fez muito bem”, lembra. Concluída a operação no centro espírita de Waldemar Coelho, Maria de Lourdes se sentiu fortalecida. “O médium me disse que fosse embora tranquila, pois estava curada”, comenta. Dias depois, ela se submeteu a outra intervenção, desta vez tradicional, para retirar tecidos da região afetada e, assim, garantir que o câncer não reaparecesse. Maria de Lourdes assegura que naquele momento já estava mais segura. “O apoio do meu médico e da minha família para que eu fizesse a cirurgia espiritual foi fundamental”, completa.


Belo progresso
Renato Velasco
A treinadora do Flamengo e deputada estadual Georgette Vidor (PP), 45 anos, ficou paraplégica após um acidente de ônibus em maio de 1997. Dois anos depois, decidiu dar mais atenção à sua espiritualidade. “Comecei a receber passes. Não achava que aquilo iria me tirar da cadeira de rodas. Queria me tornar uma pessoa melhor”, explica. Mesmo com toda a adrenalina de treinadora, ela dava um jeito de não faltar às sessões. Mas, depois que começou a campanha para deputada, em 2002, não deu mais. “Sinto uma falta danada”, comenta, lembrando-se com carinho dos círculos em que as pessoas — muitas delas em cadeiras de roda, como ela — se davam as mãos. Embora lamente o acidente até hoje, admite que conseguiu o objetivo de se aprimorar. “Meus amigos até me dizem que eu era muito carrancuda e fiquei mais bonita”, festeja.


Esperança renovada
Max G. Pinto

Há nove anos, a feirante Conceição (nome fictício), 39 anos, descobriu que era soropositiva. Desde então, toma os remédios anti-Aids e há quatro anos frequenta uma clínica que oferece apoio psicológico e espiritual. Ela recebe passes e reza. Recentemente, Conceição precisou de mais ajuda. Em 2001, engravidou. Ela não sabia que o bebê corria o risco de ser contaminado e deveria se submeter a um tratamento médico rigoroso para diminuir essa possibilidade. Quando a criança nasceu, exames mostraram que o bebê poderia ser portador do HIV porque apresentava anticorpos contra o vírus.“Só não fiz uma loucura porque me apeguei ao atendimento espírita”, conta. Na semana passada, ela teve uma boa notícia. Os médicos disseram que seu filho, de quase dois anos, está livre do vírus. Ele tinha no organismo apenas os anticorpos, passados pela mãe.


Equilíbrio e proteção
Prensa Três
Desde 1995, Elba Ramalho, 51 anos, é frequentadora assídua do centro espírita Lar de Frei Luiz, no Rio. A cantora já fez diversos tratamentos. Numa ocasião, sentiu pontadas estranhas na região do fígado. Elba foi operada em uma sessão de materialização – em que um espírito se materializa, segundo a doutrina espírita. No Frei Luiz, o principal médico a realizar esses trabalhos é o espírito do doutor Frederick, um alemão nazista que viria do além para limpar seu carma. “Ele abriu minha barriga inteira com seu dedo. Jorrava sangue. Disse que eu tinha uma carga muito grande nessa região, que poderia se transformar em doença no futuro próximo”, recorda-se. Elba afirma que recorre ao centro não apenas em busca de cura física e espiritual. “Frei Luiz me dá proteção, equilíbrio e muita paz”, diz.


Outra chance
Alan Rodrigues
Em 1992, o agricultor paulista Ricardo Hildebrand, 52 anos, católico, descobriu que tinha dois tumores no cérebro. Atendido num hospital de Campinas (SP), apenas um tumor foi retirado. O outro estava localizado numa região considerada delicada. Abalado, Hildebrand recorreu a um centro para fazer uma cirurgia espiritual. “Era minha última chance. Tinha que dar certo e eu sentia que daria, apesar de não saber como”, conta. Após ter feito a operação, ele se submeteu a uma tomografia. “Levei o novo exame ao especialista e não lhe falei sobre a cirurgia. Ele analisou o resultado junto com outros colegas. No final, disse-me que o tumor tinha desaparecido e que eu estava curado. O médico não conseguia explicar o que aconteceu”, lembra-se. O agricultor reconhece que é normal desconfiar da veracidade de sua história. “Só acredito porque aconteceu comigo.”

OS DEVERES DOS GOVERNATES

Os Dez Deveres dos Reis

Como a Tradição da Ética Oriental
Pode Iluminar a Democracia do Futuro


Aung San Suu Kyi

 Sra. Aung San Suu Kyi

O texto a seguir  traz algo da sabedoria social da Ásia antiga, e tem utilidade para o Brasil, para Portugal e outros países ocidentais que se consideram democráticos. 

As raízes do futuro podem ser encontradas no passado, já que o tempo e a história são cíclicos.  Há governantes das democracias atuais que têm grande ambição de poder, mas não possuem o equilíbrio e a honestidade dos governantes sábios do passado. 

Para aprimorar a democracia e construir o futuro, é importante resgatar os deveres éticos tradicionais dos chefes de estado. Temos muito a aprender com a sabedoria do Oriente, nas questões políticas e sociais. País budista, vizinho da Índia e do Tibet, a Birmânia (Mianmar) é governada por uma ditadura militar sangrenta. A autora deste texto, a senhora Aung San Suu Kyi,  vive desde a década de 1980 em prisão domiciliar na Birmânia, devido ao fato de defender a ética e a democracia.

Vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991, a sra. Suu Kyi preferiu a dura prisão a um exílio cômodo. 

O texto a seguir faz parte do seu  livro “Viver sem Medo e Outros Ensaios”, Editora Campus, R.J. , 281 pp., 1992, ver pp. 137-139. [1]

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Segundo a visão budista da história do mundo, quando a sociedade perdeu seu estado de pureza original e caiu no caos moral e social um rei foi escolhido para restaurar a paz e a justiça.

Esse governante tinha três títulos. Ele era Mahasammata, “porque fora designado governante por consenso unânime do povo”; era Khattiya, “porque lhe cabia o domínio das terras cultiváveis”; e era Raja, “porque merecia a afeição do povo por observar a dhamma” (virtude, justiça e direito). O acordo que obriga o primeiro monarca a governar com justiça em troca de uma parte da safra de arroz é a versão budista do governo por contrato social.

O Mahasammata insere-se no padrão geral dos reinados índicos do Sudeste Asiático. A idéia foi criticada, por ser vista como antítese do estado moderno, uma vez que incentiva uma forma de monarquia personalizada, diferente da concepção ocidental de rei como inseparável do  organismo político e do organismo social. Mas sendo o Mahasammata escolhido por um consenso popular e agindo necessariamente em conformidade com leis justas, o conceito de sub lege [obediência à lei] não é alheio ao pensamento birmanês tradicional.

De acordo com a visão budista de reinado, o governante não tem um direito divino de agir como bem quiser. Ele deve observar os Dez Deveres dos Reis, as Sete Garantias contra o Declínio, as Quatro Assistências ao Povo. Deve  também orientar-se por vários outros códigos de conduta, como as Doze Práticas dos Governantes, os Seis Atributos dos Líderes, as Oito Virtudes dos Reis e os Quatro Caminhos para Vencer os Perigos.

A tradição que inclui o rei entre os cinco inimigos ou perigos não só tem lógica como se pauta por vários códigos de instruções morais que visam à formação ética dos que ocupam posições de autoridade. O povo birmanês experimentou muitas vezes governos despóticos e tem uma vívida consciência da distância que infelizmente existe entre a teoria e a prática do governo.

Os Dez Deveres dos Reis, muito conhecidos, são geralmente aceitos como medida de avaliação, tanto dos governos modernos quanto do primeiro monarca do mundo.

Os deveres são: generosidade, moralidade, auto-sacrifício,  integridade, bondade, austeridade, mansidão, não-violência, paciência e conformidade (à vontade do povo).

1) O primeiro dever - generosidade (dana) - exige que o rei atue caritativamente em prol do bem-estar do povo, na suposição tácita de que o governo deve estar capacitado a prover adequadamente às necessidades dos cidadãos. No contexto da política moderna, a segurança econômica do Estado é um dos deveres básicos das administrações responsáveis.

2) A moralidade (sila), nos termos budistas tradicionais, fundamenta-se na observância dos cinco preceitos, ou seja: não matar, não roubar, não cometer adultério, não mentir nem ingerir bebidas tóxicas.

É preciso que o governante mantenha um elevado padrão de moralidade, a fim de merecer o respeito e a confiança do povo, garantir-lhe felicidade e prosperidade, e dar o bom exemplo. Se o rei não observa a dhamma, os funcionários do Estado se corrompem; e quando os funcionários do Estado são corruptos, muitos sofrimentos são impostos ao povo. Acredita-se, também, que um rei iníquo traz calamidade ao país. A raiz dos infortúnios do país deve ser buscada nas deficiências morais do governo.

3) O terceiro dever, paricagga, tanto pode ser generosidade como auto-sacrifício. A generosidade vem somar-se ao primeiro dever, dana, e portanto o auto-sacrifício é a generosidade levada às últimas consequências, a generosidade que abre mão de tudo em benefício do povo. Seria essa a melhor interpretação. Como exemplo do conceito de serviço público desinteressado, conta-se, às vezes, a história do eremita Sumedha, que assumiu o compromisso dos Buddhas. E, por isso, mesmo tendo podido atingir a suprema libertação do nirvana em uma única existência, passou por várias encarnações, para ajudar outras pessoas a se libertarem do sofrimento.

Outra história muito conhecida é a do rei mítico que sacrificou a própria vida para salvar a de seus súditos, inclusive, a dos que haviam tentado prejudicá-lo e foram causa de sua morte. O bom governo é a sublimação das necessidades pessoais no serviço do país.

4) Integridade (ajjava) significa incorruptibilidade no cumprimento dos deveres públicos e honestidade e sinceridade nos relacionamentos pessoais.

Há um ditado birmanês que diz:

“Aos governantes, a verdade; às pessoas (comuns), promessas solenes”.

Individualmente, as pessoas podem sentir-se presas apenas às promessas solenes feitas; mas os governantes estão integralmente presos à verdade em pensamentos, palavras e obras. A verdade é a essência dos ensinamentos do Buda, que dá a si mesmo o nome de Tathagata, “aquele que chegou à verdade”. Logo, o rei budista tem de viver e governar por meio da verdade, que é a adequação perfeita entre palavras e natureza. Iludir ou enganar o povo, seja como for, é um demérito para o cargo e também uma ofensa moral. “Assim como uma flecha absolutamente reta, sem desvios nem distorções, também a palavra, uma vez pronunciada, não pode seguir dois rumos”.

5) A bondade (maddava) no exercício do governo é a coragem de se preocupar com o povo. Ignorar os problemas daqueles que são fracos demais para exigir seus direitos é certamente mais fácil do que atender com sensibilidade as suas necessidades. Preocupar-se significa aceitar responsabilidades e ousar agir segundo o ditame que faz do governante a força dos que não têm esperança. Na trama de Wizaya, uma conhecida peça teatral do século XIX, baseada na história Mahavamsa do príncipe Vijaya, o rei manda exilar o próprio filho, cujos desmandos haviam causado muito sofrimento ao povo:

“Quando se trata de amor, é dever dos reis não fazer distinção entre cidadão e filho, e de distribuir igualmente a amorosa benignidade”.

6) O dever da austeridade (tapa) obriga o rei a ter hábitos simples, a exercer o autocontrole e a praticar uma disciplina espiritual. O governante permissivo, que vive de modo extravagante e ignora a necessidade espiritual da austeridade, era tão inaceitável na época de Mahasammata quanto é na Birmânia de hoje.

7, 8 e 9)  O sétimo, o oitavo e o nono deveres - mansidão (akkodha), não-violência (avihamsa) e paciência (khanti) - podem ser vistos como correlacionados. Uma vez que a desaprovação dos poderosos pode ter consequências desagradáveis e amplas, os reis não podem permitir que sentimentos de inimizade e má vontade se transformem na raiva e na violência destrutivas. Cabe ao governante desenvolver a verdadeira paciência que o fará lidar de modo sábio e generoso com as deficiências e provocações vindas de pessoas a quem ele poderia esmagar impunemente. A violência é totalmente oposta aos ensinamentos do budismo. O bom governante sempre vence a má vontade com a benignidade amorosa, vence a maldade com a virtude, a mesquinharia com a generosidade, a mentira com a verdade. O Imperador Ashoka, que reinou segundo os princípios da não-violência e da compaixão, jamais tentou subjugar alguém pela dureza ou pela força destituída de moral; sua meta era dhamma-vijaya, a conquista pela retidão.

10) O décimo dever dos reis, conformidade à vontade do povo, é geralmente encarado como endosso do budismo à democracia, com base em histórias muito conhecidas dos Jatakas.[2] Pawridasa, um rei que tinha a deplorável tendência de consumir carne humana, teve de se exilar de seu reino, por negar-se a atender ao pedido do povo para que abandonasse seus hábitos canibalísticos. Muito diferente foi a penúltima encarnação do Buda na Terra, o piedoso Rei Vessantara. Mas também ele foi exilado, por que em sua luta para chegar à generosidade perfeita abriu mão do elefante branco do Estado, sem o consentimento do povo. O dever real de conformidade à vontade do povo nos faz lembrar que a legitimidade do governo vem do consentimento do povo, que lhe pode caçar o mandato a qualquer momento, caso deixe de confiar em sua capacidade de atender aos interesses populares mais prementes.

Quando os birmaneses invocam os Dez Deveres dos Reis, não estão fazendo suposições otimistas. Estão antes buscando valores consagrados pelo tempo, a fim de reavaliar as reformas políticas que consideram necessárias. Um dos argumentos mais fortes a favor da democracia é o de que os governos orientados pelos princípios da responsabilidade, do respeito à opinião pública e do primado das leis justas estão mais capacitados à observância dos deveres tradicionais de um reinado budista do que estariam um governante ou uma classe governante onipotentes, que não se consideram obrigados a atender à vontade do povo.

Os valores tradicionais tanto justificam quanto interpretam as expectativas populares dos governos democráticos.

NOTAS:

[1]  Em alguns pontos, a tradução da Ed. Campus foi revisada com base na edição original em inglês,  “Freedom From Fear - and other writings”, Aung San Suu Kyi, Penguin Books, England / USA, 1991, 338 pp.,  ver pp. 170-173. (Nota do Editor de www.filosofiaesoterica.com)

[2] Jatakas - Histórias tradicionais sobre reencarnações. (Nota do Editor de www.filosofiaesoterica.com)

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Sobre a sabedoria prática e oriental de Suu Kyi, leia o texto “O Exemplo de Aung San Suu Kyi”, de Carlos Cardoso Aveline, que pode ser facilmente localizado pela Lista de Textos por Ordem Alfabética ou pela Lista de Textos por Autor,  no website  www.filosofiaesoterica.com .  Leia mais sobre ética social, filosofia e teosofia na seção “Brasil” de www.filosofiaesoterica.com .