domingo, 31 de outubro de 2010

Ufólogos visitam Tauá para investigar OVNIs

Passados cinco dias das aparições de dois objetos voadores não identificados (OVNIs) em três localidades do município de Santo Antonio do Tauá, um grupo de ufólogos paraenses segue hoje para os locais de avistamento das aeronaves.

Entre a noite de segunda-feira (25) e a madrugada de terça-feira, moradores locais foram surpreendidos pela presença de dois supostos OVNIs durante quase quatro horas. O objetivo do grupo é coletar informações a respeito do fenômeno e realizar uma vigília ufológica nas localidades.

O biomédico e escritor boliviano Daniel Rebisso Giese, um dos mais renomados ufólogos do país e autor do livro “Vampiros Extraterrestres na Amazônia (1991)”, a primeira obra que aborda fenômeno ufológico que ficou conhecido como “Chupa-chupa”, lidera o grupo de pesquisadores.

O escritor e consultor da revista UFO, a publicação mais antiga do mundo sobre ufologia, Walcyr Monteiro, também integra o grupo de pesquisadores e estudiosos que vão até Santo Antonio do Tauá para acompanhar o caso. A equipe é composta ainda de dois militares e outros dois pesquisadores. 

Fonte: Diário do Pará
Foto: Igor (Morador)

Cientistas chineses filmam OVNI (VÍDEO)

Cientistas do Observatório de Purple Mountain, em Nanjing, declararam terem filmado um OVNI enquanto observavam o eclipse total de 22 de Julho. Durante cerca de 40 minutos filmaram um «objecto não identificado voando perto do sol».

O director do observatório, Ji Hai-sheng, disse que os cientistas não vão entrar em especulações quanto à natureza do que aparece nas filmagens enquanto não estiver devidamente estudado. Os próximos 12 meses serão passados a analisar as filmagens e só depois serão emitidas quaisquer conclusões.

Este não é um incidente isolado na China, onde ultimamente têm sido feitos vários avistamentos do género. O último foi identificado pela câmara de um grupo de estudantes em Deqing, avança a edição online do Telegraph.

A gravação, que passou na televisão chinesa, mostra um objecto que muda repetidamente de forma, após inicialmente aparecer como uma esfera azul brilhante.

sábado, 30 de outubro de 2010

ETs desarmaram armas nucleares de EUA e Inglaterra

Um grupo formado por seis oficiais da Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf, na sigla em inglês) e um pesquisador de objetos voadores não identificados (ovnis) afirma que extraterrestres têm sobrevoado bases de mísseis e desativado bombas nucleares. Segundo o site TG Daily, os sete irão apresentar um documento contendo testemunhos de mais de 120 antigos oficiais militares apontando para uma "intervenção" alienígena até meados de 2003. Aparentemente, após isso eles perderam o interesse pelas bases, continua o site.

"A Usaf tem mentido sobre os impactos de ovnis em bases nucleares na segurança nacional e nós temos provas", afirma o capitão de lançamento Robert Salas. O grupo afirma que os objetos voadores não identificados têm sobrevoado locais com armas nucleares desde 1948 e que possui documentos que comprovam isso.

Em muitos casos, os mísseis apresentaram mal funcionamento ao mesmo tempo que objetos em formato de disco voavam silenciosamente nas proximidades das bases. Outro membro do grupo, Charles Halt, afirma ter visto um objeto voador no formato de disco lançando um feixe de luz em direção à base da Real Força Aérea britânica (RAF, na sigla em inglês) em Bentwaters, na Inglaterra. Após isso, ele ouviu no rádio que a "aeronave" teria pousado em uma área de armazenamento de armas nucleares.

Os ex-oficiais acreditam que os governos dos dois países "abafaram" as notícias, utilizando excelente métodos de desinformação.

Fonte: http://noticias.terra.com.br

HÁ 30 ANOS, NA TV GLOBO

No dia 23 de maio de 1980, às 21 horas, a TV Globo levou ao ar para todo o Brasil, dirigido pelo uberabense e espírita Augusto César Vannucci, um dos mais belos programas já produzidos na televisão em homenagem a alguém. UM HOMEM CHAMADO AMOR, o nome do programa que surgia como apoio e divulgação à campanha do Prêmio Nobel da Paz para Chico Xavier.

O Especial emocionou o povo brasileiro.

Artistas dos mais expressivos do Teatro e da Música participaram com grande brilhantismo e, entre eles, destacamos Tony Ramos, Elis Regina, Lady Francisco, Nair Bello, Glória Menezes, Lima Duarte, Paulo Figueiredo, Vanusa, Eva Vilma, Felipe Carone, Roberto Carlos...

Gilberto Gil compôs em homenagem ao Chico a música No Céu da Vibração, que Elis Regina interpretou como só ela poderia ter feito.

Ao final, Chico psicografou diante das câmeras belíssima página de Emmanuel, aqui inserida, sintetizando o tema abordado ao longo de todo o programa, que, diga-se de passagem, alcançou altíssimos índices de audiência.

Eis a mensagem de Emmanuel:

Amigos, Jesus nos abençoe.
A inteligência humana conseguirá atingir as maiores realizações.
Poderá conhecer a estrutura de outros mundos.
Construir no piso dos mares.
Escalar os mais altos montes.
Interferir no código genético das criaturas.
Decifrar os segredos da vida cósmica.
Penetrar os domínios da mente e controlá-los.
Inventar os mais sofisticados aparelhos que propiciem o reconforto.
Criar estatutos para o relacionamento social e transformá-los, segundo suas próprias conveniências.
Levantar arranhacéus ou materializar as mais arrojadas fantasias.
Entretanto, nunca poderá alterar as leis fundamentais de Deus e nem viver sem amor.


O jornalista Arthur da Távola, sob a inspiração da Campanha do Prêmio Nobel a Chico Xavier, escreveu nas páginas do jornal O Globo, em 26 de maio de 1980, o que consideramos um dos melhores artigos produzidos sobre o médium na imprensa leiga.


A FIGURA DE COMUNICAÇÃO DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Independente de qualquer posição pessoal, crença ou conviccção, a figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier percorre décadas da vida brasileira, operando um fenômeno (refiro-me à comunicação terrena mesmo) de validade única, peculiar, originalíssima. Não vou, portanto, por falta de autoridade para tal, analisá-lo do ângulo religioso e, sim, as relações de sua figura de comunicação com o público.

Com todos os significantes necessários a já ter desaparecido ou ter-se isolado como um fenômeno passageiro, a figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier, no entanto, ganha um significado profundo, duradouro, acima e além de paixões religiosas, doutrinas científicas ou interpretações metafísicas.

A inexistência de um tipo físico favorecedor funciona como outro curioso paradoxo a emergir da figura de comunicação de Chico Xavier. Aquele homem de fala mansa, peruca, acentuado estrabismo, pessoa de humildade e tolerância, não configura o tipo físico idealizado do líder religioso, do chefe de seita, do místico impressionante.

A clássica barba dos místicos ou a cabeleira descuidada ou olhar penetrante e agudo dos líderes inexistem no visual de Chico Xavier, Acrescente-se a inexistência, em seu modo de vestir, de qualquer originalidade ou definição de estilo próprio, ainda que contestador dos estilos formais e burgueses.

Não tem, portanto, Chico Xavier, nos aspectos externos e formais de sua figura de comunicação, nenhum dos elementos habitualmente consagrados como funcionais ou impressionantes dos aspectos externos do grande público, elementos de comunicação incorporados consciente ou inconscientemente por figuras importantes nas religiões. Até a figura do Papa líder de uma comunidade religiosa, é envolta em pompa e festa, estratégia visual destinada à maior pregnância de sua mensagem e à definição de sua posição como símbolo. Nem mesmo a mais decidida modéstia e humildade pessoal de vários papas são suficientes para que a figura papal se desvista da pompa e simbologia relativas ao reinado que representa. Até nas religiões orientais, menos pomposas, as figuras líderes são cercadas da visão carismática do líder.

Francisco Cândido Xavier, porém, representa uma espécie de antítese vitoriosa da figura carismática. Não tem, do ponto de vista externo ou visual, nenhum elemento característico. Até ao contrário. Pessoalmente, é o anticarisma. Funciona como símbolo de negação de qualquer pompa ou formalidade, um retorno talvez à pureza primitiva dos movimentos religiosos.

E no entanto emerge da figura dele uma das mais poderosas forças de identificação da vida brasileira. Ele é uma espécie de líder desvalido dos desvalidos, dos carentes, dos sofredores, dos não onipotentes, dos despretensiosos, dos modestos, dos dispostos a perder para ganhar.

Curiosamente, tal posição é conquistada naturalmente e sem qualquer traço político direto de tomada de posição ao lado dos fracos num século em que a revolução social aparece como a tônica e como a grande aglutinadora dos movimentos humanos, inclusive os religiosos. Sem qualquer formulação política, sem qualquer mensagem diretamente relacionada com a exploração do homem, sem qualquer revolta direta e institucionalizada contra a miséria ou a injustiça, Francisco Cândido Xavier emerge com a força do perdão, da tolerância, da fraternidade real, da fraqueza forte, da fé, da humildade e do despojamento erigidos como regra de vida, como trabalho efetivo da caridade; da não pompa; da não hierarquia; da não violência em qualquer de suas manifestações, mesmo as disfarçadas em poder, glória, secretismo, hermetismo, iniciação, poder temporal ou promessa de vida eterna.

A figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier emerge, portanto, de uma relação profunda e misteriosa com um certo modo de sentir do homem brasileiro, relação esta ainda insuficientemente estudada ou conhecida até mesmo pelos que a vivem, comandam ou exercem. Até mesmo para ele, Francisco, deve haver muita coisa envolta em mistério, um mistério que os seguidores dele tentam definir e enchem-se de explicações científicas ou cientificizantes, religiosas ou religiosizantes, psicológicas, parapsicológicas ou parapsicologizantes.

Para tal contribui, além do aspecto misterioso da psicografia e da relação com os que morreram, a igualmente misteriosa aura de paz e pacificação que domina os que com ele se relacionam pessoalmente ou via meios de comunicação, na relação cuidada e cautelosa, equilibrada e pouco frequente por ele mantida com a televisão, na qual aparece muito pouco, uma vez por ano no máximo e sempre para grandes públicos.

Além da aura de paz e pacificação que parte dele, há um outro elemento poderoso a explicar o fascínio e a durabilidade da impressionante figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier: a grande seriedade pessoal do médium, a dedicação integral de sua vida aos que sofrem e o desinteresse material absoluto. A canalização de todo o dinheiro levantado em direitos autorais para as variadíssimas atividades assistenciais espíritas dão a Chico Xavier uma autoridade moral – tanto maior porque não reivindicada por ele – que o coloca entre os grandes líderes religiosos do nosso tempo.

Quem se aproximar da atividade real de assistência material e espiritual da comunidade espiritualista brasileira verificará que ela é íntegra e heróica, tal e qual o que há e sempre houve de melhor em assistência de religiões como a católica e a protestante (entre nós), prodígios de dedicação, silêncio e humildade que justificam as vidas dos que delas participam.

Síntese final:

A integridade pessoal; a íntima relação entre a pregação e a própria vida; a honestidade de seus seguidores; a ausência completa de significantes externos; o contato com o mistério; a ausência de qualquer forma de violência em sua figura e pregação; a nenhuma subordinação a hierarquias aprisionantes; a discrição pessoal; a nenhuma procura de poder político, temporal ou econômico para o desempenho da própria missão; as formas originais de organização interna do seu movimento, sem personalismos ou autoritarismos – tudo isso gera uma figura de comunicação de alta força, mistério, empatia e grandeza moral, principalmente se considerarmos que enfrentou e ultrapassou tempos diferentes do atual (no qual o ecumenismo felizmente impôs-se). Antes, manifestações como as dele eram removidas como bruxaria ou perigosa, ou bárbaras ou alucinantes quaisquer manifestações místico-religiosas diferentes ou discrepantes da religião da classe dominante.

Este é um capítulo do livro 100 ANOS DE CHICO XAVIER: Fenômeno Humano e Mediúnico, do Dr. Carlos Antônio Baccelli, publicado pela Editora: LEEPP (Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo), de Uberaba (MG). Se tiver oportunidade, não deixe de ler.

One: The Movie - Somos Todos Um

Física Quântica e Espiritualidade - Laércio B. Fonseca

Uma palestra maravilhosa do Professor Laercio Fonseca, que compartilho com os amigos e leitores de Filosofia Imortal.



Antena "parabólica" virtual é plana e vai no teto do carro

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/10/2010
Antena parabólica virtual é plana e vai no teto do carro

Essas antenas não precisam do alinhamento preciso com o satélite porque
o conjunto de antenas forma uma "antena parabólica virtual", o que é 
uma grande vantagem para aplicações móveis.
 [Imagem: Marcel van de Burgwal]
As antenas parabólicas para recepção via satélite logo poderão ser coisa do passado. E as rádios digitais logo poderão ser coisa do presente, sem acabar com a bateria dos celulares antes que se possa ouvir uma música inteira.
Essa possibilidade está nascendo na forma de um chip relativamente simples, mas dotado de processadores que interagem e se comunicam uns com os outros de forma flexível.
Parabólica virtual
A proposta de Marcel van de Burgwal, da Universidade de Twente, na Holanda, não é exatamente substituir as antenas parabólicas, que são muito baratas, mas criar uma alternativa que amplie seu uso, sobretudo em aplicações móveis.
Por exemplo, usar arranjos de pequenas antenas estacionárias planas que funcionem em conjunto e que possam ser instaladas no teto de um carro ou na parte de trás de um telefone celular.
Essas antenas não precisam ter o alinhamento preciso com o satélite, algo essencial para as antenas parabólicas. Isto porque o conjunto de antenas forma uma "antena parabólica virtual", o que é uma grande vantagem para aplicações móveis.
O projeto é comparável ao gigantesco radiotelescópio LOFAR, no qual incontáveis pequenas antenas dipolo têm seus sinais combinados para emular uma única antena gigante - veja Astrônomos querem sintonizar a Rádio Universo.
O grande desafio é que essa integração dos sinais das múltiplas antenas exige um pesado poder de processamento, incompatível com aplicações móveis.
Computadores integrados
De fato, os processadores multiuso convencionais são inadequados para essa tarefa, não apenas porque consomem um bocado de energia, mas também porque são superdimensionados para uma tarefa tão específica.
A solução encontrada por Burgwal foi construir uma rede completa de computadores muito simples e dedicados ao trabalho de processamento dos sinais - uma rede de computadores que cabe dentro de um chip com menos de um centímetro quadrado.
Para economizar energia, cada um dos "computadores integrados" - que se aproximam mais dos núcleos de um processador tradicional - pode se desativar quando não estiver sendo necessário.
Em vez de bobinas e cristais, o receptor de rádio ou TV é emulado por software. "Rádios definidos por software podem se tornar muito complexos, mas nós podemos embutir tanto poder de processamento no espaço tomado, por exemplo, por uma bobina, que vale a pena," disse Burgwal.
Chip camaleão
O mesmo tipo de microchip também é adequado para uma aplicação completamente diferente: a recepção de rádio digital em um smartphone, onde a maior exigência é minimização do consumo de energia.
Em sua pesquisa, Burgwal mostrou novos métodos de comunicação entre os diferentes processadores embutidos no chip podem gerar grandes ganhos, viabilizando a recepção de rádio digital em telefones celulares.
O chip multiprocessador que ele construiu é baseado no processador Montium - apropriadamente batizado em homenagem a uma espécie de camaleão - que foi desenvolvido na Universidade de Twente, e que é adequado para tarefas onde a reconfiguração é um elemento importante.
O processador Montium já havia sido usado para construir um "rádio cognitivo," um sistema sem fios capaz de reorganizar autonomamente uma rede de comunicações, inclusive ocupando regiões livres de outras faixas do espectro eletromagnético.

Hubble descobre uma misteriosa espiral celeste

Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/10/2010
Hubble descobre uma misteriosa espiral celeste

O material que forma a espiral está se movendo para fora a uma velocidade de cerca de 50.000 quilômetros por hora.[Imagem: NASA, ESA, Hubble, R. Sahai (JPL)]




Espiral celestial
Ela é bela, estranha e uma das formas geométricas mais perfeitas já encontradas no espaço.
Os astrônomos agora só têm que descobrir o que ela é. E como ela brilha.
A imagem impressionante, captada pelo Telescópio Hubble, mostra o que parece ser uma espiral fina, com uma regularidade impressionante, enrolando-se ao redor de uma estrela - a estrela propriamente dita, imagina-se, está no centro, escondida pela poeira.
O padrão espiral sugere uma origem regular e periódica, capaz de explicar a criação do formato de uma nebulosa.
O material que forma a espiral está se movendo para fora a uma velocidade de cerca de 50.000 quilômetros por hora. Combinando essa velocidade com a distância entre as camadas, os astrônomos calculam que as diversas camadas da espiral estão separadas umas das outras por cerca de 800 anos.
Nebulosa planetária
Por enquanto, tudo são conjecturas, e somente novas observações mais detalhadas poderão elucidar o mistério. O brilho da espiral, por exemplo, pode ser causado por estrelas vizinhas.
Quanto à própria espiral, a suposição atual é que ela seja o resultado de uma estrela em um sistema estelar binário que está entrando na fase de nebulosa planetária, quando sua atmosfera externa é ejetada.
Dada a taxa de expansão do gás na espiral, uma nova camada deve aparecer a cada 800 anos, uma estreita correspondência com o tempo que leva para as duas estrelas orbitarem uma em torno da outra.
A criação e a formação das nebulosas planetárias é uma das áreas mais interessantes da evolução estelar.
Estrelas com cerca de metade da massa do Sol, até cerca de oito vezes a massa do Sol, não explodem como supernovas no final das suas vidas.
Em vez de uma explosão violenta, seu fim é bem menos dramático, com suas camadas externas "vazando" lentamente para o espaço.

Radiação solar está causando redução da termosfera terrestre

Com informações da NSF - 21/09/2010
Radiação solar está causando redução da termosfera terrestre
A termosfera, que compreende uma faixa entre 90 e 500 km com altitude, é uma camada de gás rarefeita na fronteira com o espaço exterior. É lá que se dá o primeiro contato da radiação solar com a atmosfera da Terra.[Imagem: NASA]
Grandes mudanças na produção de energia no Sol estão causando flutuações dramáticas na camada externa da atmosfera da Terra.
Influências do Sol
Um estudo recém-publicado na revista Geophysical Research Letters, financiado pela NASA e pela National Science Foundation (NSF), faz uma associação direta entre um encolhimento recente de uma camada da alta atmosfera da Terra com uma queda acentuada nos níveis de radiação ultravioleta emitidas pelo Sol.
A pesquisa indica que o ciclo magnético solar, que produz números variáveis de manchas solares ao longo de ciclos de cerca de 11 anos, pode variar mais do que se pensava anteriormente.
"Esta pesquisa apresenta um argumento convincente para a necessidade de se estudar o sistema acoplado Sol-Terra", afirmou Farzad Kamalabadi, da NSF, "e ilustra a importância da influência solar sobre o nosso ambiente terrestre, com implicações fundamentais tanto científicas quanto em termos de consequências sociais."
Navegação espacial
As descobertas podem ter implicações para os satélites em órbita, bem como para a Estação Espacial Internacional.
Por um lado, o fato de que a camada superior da atmosfera, conhecida como termosfera, se encolhe e fica menos densa, significa que os satélites podem manter mais facilmente suas órbitas, permanecendo no espaço por mais tempo e desfrutando de uma vida útil maior.
Por outro lado, isso indica que o lixo espacial e outros objetos que apresentam riscos para a "navegação espacial" também podem ficar por mais tempo na termosfera do que se calculava.
Termosfera
Os dados demonstraram que o que se convencionou chamar de "mínimo solar" não é uma situação padrão, mas varia de um ciclo para outro. Ou seja, os mínimos solares não são iguais entre si.
A produção de energia no Sol caiu a níveis anormalmente baixos entre 2007 e 2009, um mínimo solar particularmente prolongado, durante o qual praticamente não ocorreram manchas solares ou tempestades solares.
Durante esse período de baixa atividade solar, a termosfera terrestre encolheu mais do que em qualquer momento desde que ela é monitorada, ao longo dos últimos 43 anos da chamada era espacial.
A termosfera, que compreende uma faixa entre 90 e 500 km com altitude, é uma camada de gás rarefeita na fronteira com o espaço exterior. É lá que se dá o primeiro contato da radiação solar com a atmosfera da Terra.
Ela geralmente esfria e se torna menos densa durante períodos de atividade solar muito baixa.
Mas a magnitude da queda de densidade da termosfera durante o mínimo solar mais recente foi cerca de 30 por cento maior do que seria de se esperar mesmo com a baixíssima atividade solar verificada.
Influência do CO2
O estudo também mostrou que a variação da termosfera sofre pouca influência do nível de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera terrestre. Os cálculos anteriores estimavam que o gás de efeito estufa estaria reduzindo a densidade da camada externa da atmosfera entre 2 e 5 por cento por década.
Estudando um período de 13 anos (1996 a 2008, inclusive), eles verificaram que a termosfera esfriou 41 kelvin (K) no período, com apenas 2 K atribuíveis ao aumento do dióxido de carbono.
Quando à densidade da termosfera, os resultados mostraram uma diminuição de 31 por cento, com apenas 3 por cento atribuídos ao dióxido de carbono.
"Agora está claro que o recorde de baixa temperatura e densidade foram primariamente causados por níveis anormalmente baixos de radiação solar na faixa do ultravioleta extremo," diz Stanley Solomon, um dos autores do estudo.
Super mínimos
Os pesquisadores também afirmam que seus dados indicam que o Sol pode estar passando por um período de atividade relativamente baixa de longo prazo, semelhantes aos períodos verificados no início dos séculos 19 e 20.
"Então esperamos ter ciclos solares menos intensos nos próximos 10 a 30 anos," disse Thomas Woods, coautor do trabalho.
Esta conclusão está de acordo com dados de outra pesquisa publicada nesta semana, segundo a qual as manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016.
Bibliografia:

Anomalously low solar extreme-ultraviolet irradiance and thermospheric density during solar minimum
S. C. Solomon, T. N. Woods, L. V. Didkovsky, J. T. Emmert, L. Qian
Geophysical Research Letters
Vol.: 37, L16103
DOI: 10.1029/2010GL044468

Origem e Significado do Símbolo da Teosofia

Origem e Significado de Uma Imagem Universalista
Por: Carlos Cardoso Aveline
Qual é o símbolo do movimento teosófico moderno, fundado por Helena Blavatsky em sete de setembro de 1875? Quais são a sua origem, a sua força oculta e o seu significado?
O símbolo contém em si a ideia central da famosa “Tábua de Esmeralda”, que se relaciona com a tradição egípcia e é tema de um artigo específico. [1]  A imagem expressa o fluxo constante e eterno da vida entre o céu e a terra, entre o plano espiritual e o plano material, a essência e a forma.
simbolost
Acima dos outros elementos, vemos na imagem a palavra sânscrita e sagrada Om, ou AUM, uma evocação ao princípio supremo da Lei e da vida universal.
A serpente que morde o próprio rabo simboliza os ciclos do tempo cósmico, cujos inícios e finais se encontram. Seu nome é Uróboro. Ela é a animadora universal.  Os estudiosos de simbologia afirmam que ela não é apenas promotora da vida, mas da duração. Ela cria o tempo e a vida.
Outro elemento da imagem está junto ao ponto de encontro entre a boca e a  cauda da serpente. Ali vemos a cruz suástica. Este é um símbolo hinduísta milenar, que reforça o significado da Uróboro ao expressar o processo ilimitado pelo qual os universos surgem, vivem e se desfazem, para surgir novamente depois de um longo descanso. Infelizmente, este símbolo do antigo  hinduísmo e do budismo foi distorcido e usado para fins criminosos pelos nazistas, durante a primeira metade do século vinte.
Em seguida temos no símbolo dois triângulos entrelaçados formando o selo de Salomão, cuja origem, na verdade, também é oriental. Nas “Cartas dos Mahatmas”, um Mestre dos Himalaias explica:

O duplo triângulo, visto pelos cabalistas judeus como o Selo de Salomão, é, como muitos de vocês certamente sabem, o Sri-yantra [2] do Templo Ariano antigo, o “mistério dos mistérios”, uma síntese geométrica de toda a doutrina oculta. Os dois triângulos entrelaçados são os Buddhangams [3] da Criação. Eles contêm “a quadratura do círculo”, a “pedra filosofal”, os grandes problemas da Vida e da Morte, e - o Mistério do Mal. O chelaque puder explicar este signo em cada um dos seus aspectos é virtualmente um adepto.Como é então que, a única pessoa entre vocês que chegou perto de descobrir o mistério é também a única pessoa que não retirou nenhuma das suas idéias de livros? Inconscientementeela revela - a quem tiver a chave - a primeira sílaba do NomeInefável! Naturalmente vocês sabem que o triângulo duplo - o Satkona Chakram de Vishnu - ou a estrela de seis pontas, é o sete perfeito. Em todas as antigas obras sânscritas - védicas tântricas - você vê o número 6 mencionado com mais freqüência que o número 7. Este último, o ponto central, está implícito, porque é o germe e a matriz dos seis. Ele é assim, então… - o ponto central representa o sete, e o círculo, o Mahakasha - o espaço sem fim - representa o sétimo Princípio Universal. Em certo sentido, ambos são vistos comoAvalokitesvara porque são respectivamente o Macrocosmo e o microcosmo. Dos triângulos entrelaçados, o que aponta para cima é a sabedoria oculta, e o que aponta para baixo é a Sabedoria revelada (no mundo fenomênico). O círculo indica a qualidade definidora de limites e perimetral, do Todo, do Princípio Universal que, de qualquer ponto, se expande e abarca todas as coisas, enquanto corporifica a potencialidade de cada ação no Cosmo. Como o ponto, portanto, é o centro ao redor do qual é traçado o círculo, os dois são idênticos e um só; embora, do ponto de vista de Maya Avidya – (ilusão e ignorância) - um esteja separado do outro pelo triângulo manifestado, cujos três lados representam os três gunas - os atributos finitos. Em simbologia, o ponto central é Jivatma (o sétimo princípio) e portanto Avalokitesvara, o Kwan-shai-yin, a “Voz” manifesta (ou Logos), o ponto germinal da atividade manifesta; e daí surge, na terminologia dos cabalistas cristãos, “o filho do Pai e da Mãe”, e de acordo com a nossa terminologia - “o Ser manifestado no Ser -  Yi-hsin, a forma única de existência”, gerada por Dharmakaya (a essência universalmente difusa), ao mesmo tempo masculina e feminina. Parabrahm ou “Adi-Buddha”, enquanto atua através daquele ponto germinal externamente e como força ativa, reage a partir da circunferência internamente como a Potência Suprema, mas latente. Os dois triângulos simbolizam o Grande Passivo e o Grande Ativo; o masculino e o feminino; Purusha e Prakriti. Cada triângulo é uma trindade porque apresenta um aspecto tríplice. O branco representa, com suas linhas retas, Jnanam (Conhecimento); Jnata (o Conhecedor); e Jneyam (aquilo que é conhecido). O triângulo preto representa a forma, a cor e a substância; também as forças criativas, preservadoras destrutivas, e tudo está mutuamente correlacionado, etc., etc. [4]


Até aqui, a explicação do Mahatma.
Cabe registrar que o duplo triângulo - o “selo de Salomão” usado pelo povo judaico - é hoje a principal imagem na bandeira do Estado democrático de Israel, fundado após a segunda guerra mundial.
A Origem do Símbolo Teosófico.
William Judge escreveu sobre a origem do símbolo do movimento teosófico. Ele demonstrou que o selo é uma adaptação do brasão pessoal usado por Helena Blavatsky antes que ela fundasse o movimento em 1875. A imagem do brasão de Helena era a seguinte:
brasaohpbHelena Petrovna Blavatsky era uma condessa russa, embora não usasse este título de nobreza. Wiliam Q. Judge - um dos três principais fundadores do movimento ao lado de Henry Olcott e de Helena - explicou o brasão da seguinte maneira:
“É muito claro que, substancialmente, esta imagem é o nosso símbolo. A parte omitida do símbolo é a cruz egípcia no centro. No lugar daquela cruz, aparecem as letras “E.B.”, e estas letras significam “Elena Blavatsky”, com o primeiro “E” sendo aspirado. Mais acima está a coroa de uma condessa.  Estão presentes, dentro do círculo,  signos astrológicos e cabalísticos da proprietária que usava o símbolo. A proprietária era H. P. Blavatsky. O símbolo foi usado com frequência em papel timbrado para correspondência ( … )  De quem, então, veio a ideia do nosso símbolo?  Será de H.P.B., ou de mais alguém?” [5]

A origem do selo do movimento teosófico moderno é mais uma evidência da importância central que a vida e o trabalho de Helena Blavatsky possuem para este movimento.  Por outro lado, a força combinada dos vários símbolos reunidos neste “brasão” e “escudo” é uma fonte de inspiração inesgotável para os estudantes da filosofia esotérica autêntica.


NOTAS:
[1] “A Tábua de Esmeralda”, de Carlos Cardoso Aveline, em www.filosofiaesoterica.com . O artigo pode ser encontrado pela Lista de Textos por Ordem Alfabética, ou através da Lista de Textos por Autor.  Cabe registrar que a Tábua de Esmeralda é o mais antigo documento existente sobre a pedra filosofal;  e um Mahatma dos Himalaias, como se verá mais adiante no presente artigo, afirma que os triângulos entrelaçados do símbolo teosófico expressam a ideia da pedra filosofal. O Mestre se refere a este fato nas primeiras linhas da longa citação que fazemos de uma das Cartas dos Mahatmas.
[2] Sri-yantra - grande disco. Yantra, em sânscrito é roda, disco giratório. (Nota da edição brasileira de “Cartas dos Mahatmas”.)
[3] Buddhangams – Encyclopedic Theosophical Glossary(Theosophical University Press) informa que esta palavra composta, sânscrita, significa órgãos ou partes componentes da luz, da sabedoria e do conhecimento. (Nota da edição brasileira de “Cartas dos Mahatmas”.)
[4]  “Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinett”, Ed. Teosófica, Brasília, edição em dois volumes, ver volume II, Carta 111, pp. 213-214.
[5]  “A Reminiscence”,  artigo incluído em “Theosophical Articles”, William Q. Judge, edição em dois volumes, Theosophy Co., Los Angeles, 1980, ver volume I, pp. 160-162.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Morrem Zecharia Sitchin e Betty Meyler

Divulgado falecimento de Zecharia Sitchin e Betty Meyler
Duas grandes perdas foram notificadas na data de hoje

Fomos informados nesta terça-feira, 26 de outubro, sobre o falecimento do ilustre historiador, pesquisador e autor Zecharia Sitchin. Entre suas obras, que sempre defenderam a visita de antigos antronautas (extraterrestres) em nosso passado e a presença dos Anunnaki - que significa "Aqueles do céu que à Terra vieram", estão O 12º Planeta [Best Seller, 1978], A Escada para o Céu [Best Seller, 1980], Gênesis Revisitado [Best Seller, 1990], O Código Cósmico [Best Seller, 2003], entre outros.

Ele nos deixou no dia 09, todavia, a família decidiu manter em silêncio para conseguir privacidade durante o difícil momento. Um pequeno funeral privado foi realizado no dia seguinte e familiares pedem abstenção de contatos diretamente com os mesmos, por enquanto.

Para oferecer homenagens ou manter troca de informações com aqueles que manipulam os seus negócios, diponibilizaram o e-mail: tributes@sitchin.com. Em caso de correspondências por carta, enviar para P.O. Box 577, New York, NY 10185.

Sitchin foi recentemente citado na Revista UFO 169 e também esteve presente numa entrevista realizada em abril e divulgada no Portal da Ufologia Brasileira em 15 de outubro. Suas investigações e idéias, cuja bibliografia colocou novos contornos na trajetória do homem sobre a Terra, são seu legado e ficarão para sempre na história desta literatura especializada.
Outra pioneira também se foi

Betty Meyler, grande pesquisadora da Ufologia Européia. Crédito: Ufosocietyireland

A ufóloga e pioneira Betty Meyler, correspondente internacional da Revista UFO na Irlanda, faleceu no domingo, dia 24. Betty era uma mulher de fibra, guerreira e organizou vários congressos em seu país, pagando as despesas de seu bolso.

Era presidente da UFO Society of Ireland [Sociedade Ufológica da Irlanda] e pesquisou inúmeros casos. "Tive o prazer e o privilégio de ser seu convidado em 2006, de ter com ela conhecido uma parte da Irlanda, o norte, e compartilhado de sua amizade", disse o editor da UFO A. J. Gevaerd.

Nossas respeitosas condolências aos familiares dos dois ícones.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Transgênicos: crescimento sem limites

Hoje, a soja dos brasileiros contém 50 vezes mais veneno do que em 1998. O aumento expressivo do uso de agrotóxicos é a indicação clara de que estes últimos e os transgênicos fazem parte de um mesmo modelo, onde a dominação do mercado de sementes e insumos está nas mãos de um pequeno grupo de grandes corporações

por Andrea Lazzarini Salazar

Publicado na revista Le Monde Diplomatique Brasil, edição de agosto de 2010.

A introdução de espécies geneticamente modificadas no Brasil tem como traço marcante a chancela oficial. Começando no governo Fernando Henrique Cardoso, ganhou vigor durante a gestão Lula com a legalização da soja contrabandeada, atingindo seu ápice com a aprovação do milho transgênico da Bayer, da Monsanto e da Syngenta - medida tomada contra o entendimento técnico da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). No lugar de definir estruturas e procedimentos de biossegurança, o Estado vem agindo no sentido de autorizar liberações sem a adequada análise de riscos ambientais e à saúde, desconsiderando impactos socioeconômicos, recusando o debate com a sociedade e evitando a transparência de suas ações.

Da aprovação da primeira Lei de Biossegurança, em 1995, até junho de 2010, sob a vigência de nova Lei, foram autorizadas 21 plantas transgênicas: 11 variedades de milho, 4 de soja e 6 de algodão, sendo 80% da Monsanto, Syngenta e Bayer, e 90,4% foram aprovadas entre 2008 e 2010.

Fica difícil compreender 19 liberações comerciais em tão curto espaço de tempo, quando mais e mais pesquisas revelam as mentiras que foram contadas para convencer agricultores e governos dos benefícios dos transgênicos. Mas parece que quanto mais evidências contumazes dos problemas associados ao uso de transgênicos surgem, mais trabalha o governo para garantir, a qualquer custo, as autorizações.

Aos fatos!

Os transgênicos aumentam o uso de agrotóxicos, ao contrário do que alegavam as empresas de biotecnologia, e, por isso (e por outras razões também), são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde. A soja transgênica (Roundup Ready) é resistente ao herbicida Roundup, também fabricado pela Monsanto e cuja base é o glifosato(1). Depois que foi autorizada no Brasil, o crescimento das vendas de glifosato foi significativo, saltando de 60 mil para mais de 110 mil toneladas do ingrediente ativo, entre 2004 e 2007, segundo a Anvisa, enquanto, no mesmo período, a área plantada de soja diminuiu cerca de 8%, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O aumento do uso de glifosato também já está comprovado nos Estados Unidos.

Hoje, a soja dos brasileiros contém 50 vezes mais veneno (glifosato) do que em 1998. Naquele ano, às vésperas da pretendida liberação da soja transgênica no Brasil, só não ocorrida por decisão judicial, a Anvisa permitiu que a soja que comemos tivesse 10 vezes mais resíduo de glifosato, passando de 0,2 ppm (partes por milhão) para 2,0 ppm. Em 2004, após a autorização, virou "festa": o órgão ampliou o limite para 10 ppm (ou seja, 50 vezes a "dose" inicial).

Além disso, outros venenos mais tóxicos são cada vez mais necessários nas plantações de soja, na medida em que as ervas daninhas já não se curvam mais ao glifosato; são estes o 2,4-D (que dá origem às dioxinas, conhecido grupo de compostos carcinogênicos e ingrediente do agente laranja usado na Guerra do Vietnã), o paraquat (associado ao aumento dos riscos de desenvolvimento de mal de Parkinson) e a atrazina (proibida na Europa). A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) já está até mesmo analisando um pedido de liberação de soja transgênica, da empresa Dow, resistente ao 2,4-D.

Um parêntese sobre o glifosato: em 2008, a mesma Anvisa, em atitude que merece aplausos, decidiu submeter diversos princípios ativos (agrotóxicos) a reavaliação, após extensa pesquisa que revelou inúmeros impactos à saúde e/ou proibição em diversos países. O glifosato faz parte desta relação.

Contudo, o atual presidente da CTNBio, Edilson Paiva, doutor em biologia molecular e, à época, já membro da Comissão, fez uma defesa pública do princípio ativo, afirmando que "os humanos poderiam até beber [glifosato] e não morrer, porque não têm a via metabólica das plantas".(2)

Mercado concentrado

O aumento expressivo do uso de agrotóxicos é a indicação clara de que estes últimos e os transgênicos fazem parte de um mesmo modelo, em que a dominação do mercado de sementes e insumos está nas mãos de um pequeno grupo de grandes corporações.

A dependência dos agricultores já é sentida. Parte deles, que, inicialmente, apoiava de maneira incondicional o uso de transgênicos, não mais esconde suas críticas e, agora, questiona a cobrança de royalties indevidos(3) e preços extorsivos de insumos.

Os agricultores também têm enfrentado dificuldades para conseguir sementes convencionais, já que o mercado fica concentrado na mão de poucas empresas - Monsanto, Dupont, Syngenta e Bayer. Relatos dão conta que a oferta de grãos vem casada: para conseguir 15% de soja convencional é preciso também comprar 85% de transgênica. No caso do milho, hoje, em cada quatro novas sementes lançadas no mercado, três são transgênicas.

Para a Abrange (Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados), esse cenário faz com o que o Brasil perca a vantagem comercial que tem diante de seus principais concorrentes no mercado da soja (EUA e Argentina): justamente oferecer grãos não geneticamente modificados. Reunindo mais de 30 associados, entre os quais grandes produtores, como a Amaggi, Brejeiro, Caramuru e Imcopa, a Abrange acredita que "o mercado de grãos não transgênicos seja uma realidade no Brasil e no exterior, pois vem gerando ganhos expressivos tanto para os agricultores quanto para o próprio país, e [portanto] deve ser preservado e cativado".

Liberações às cegas

Os fatos elencados acima sugerem que o governo deveria reavaliar sua posição, submetendo a análise e a debate o que representa este modelo de agricultura, ponderando perdas, benefícios e alternativas existentes. Mas, diametralmente oposto às suas posições históricas, Lula radicalizou na defesa dos OGMs.

Após a liberação da soja da Monsanto por Medida Provisória (MP), duas vezes em 2003, quando assumiu a presidência, Lula ainda reduziu o quórum para facilitar as liberações comerciais: antes, a autorização para comercialização e consumo dependia do voto favorável de dois terços dos 27 membros da CTNBio; depois da MP 327, apenas 14 votos favoráveis passaram a ser suficientes. A partir de então, os apontamentos fundamentados de cientistas, relacionados à precariedade da análise de risco, são ignorados solenemente e as aprovações acontecem a despeito dos votos contrários (minoritários) dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, além dos outros especialistas e representantes da sociedade civil.

A lógica que guia as decisões é a da biotecnologia, e não a da biossegurança. As plantas já autorizadas foram "avaliadas" com base no princípio da equivalência substancial, muito criticado no meio científico por restringir sobremaneira o escopo da avaliação. De acordo com este princípio, já apelidado de pseudocientífico, a soja transgênica Roundup Ready é equivalente à soja natural, e assim por diante.

A análise dos processos é precária. A Comissão vale-se tão somente dos estudos encaminhados (e muitas vezes produzidos) pelas próprias empresas, não publicados nem submetidos à peer review(4). Dentre os transgênicos autorizados, vários contêm genes de resistência a antibiótico, cujo uso não é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e por outros conselhos científicos, a exemplo da Comissão Europeia, como o Conselho Internacional para a Ciência (Paris), a Royal Society (Londres), o Conselho Belga de Biossegurança (Bruxelas), a Academia Nacional de Ciências (Washington DC) e o Conselho de Bioética de Nuffield (Londres). Mas isso é irrelevante para a CTNBio. Ademais, as novas evidências que surgem e são publicadas nunca são suficientes para sensibilizar o colegiado a reavaliar suas decisões.

A atuação opaca é outra marca do colegiado. Foi preciso a Justiça intervir para que as reuniões oficiais ocorressem a portas abertas e audiências públicas passassem a existir. E a sombra que recai sobre os processos (públicos!) para os quais a Comissão nega acesso(5) vai deixar de existir, por mais uma determinação judicial dada em 26 de julho deste ano.

Os conflitos de interesse são outro assunto delicado. Os membros só assinaram um tipo de "declaração de conduta" depois de uma recomendação formal do Ministério Público Federal. A opinião manifestada publicamente por uma cientista, ex-integrante da Comissão, revela um pouco mais e melhor o que é a CTNBio. Segundo Lia Giraldo da Silva Augusto, "a CTNBio está constituída por pessoas com título de doutorado, a maioria especialistas em biotecnologia e interessados diretamente no seu desenvolvimento. Há poucos especialistas em biossegurança, capazes de avaliar riscos para a saúde e para o meio ambiente". E prossegue: "O que vemos na prática cotidiana da CTNBio são votos préconcebidos e uma série de artimanhas obscurantistas no sentido de considerar as questões de biossegurança como dificuldades ao avanço da biotecnologia. A razão colocada em jogo na CTNBio é a racionalidade do mercado, que está protegida por uma racionalidade científica da certeza cartesiana, em que a fragmentação do conhecimento, dominado por diversos técnicos com título de doutor, impede a priorização da biossegurança e a perspectiva da tecnologia em favor da qualidade da vida, da saúde e do meio ambiente".

A contaminação genética, que é notoriamente um dos aspectos mais debatidos nos meios acadêmicos, para a CTNBio nem sequer é uma questão de biossegurança. Lá prevalece o entendimento de que, se a planta foi por eles considerada segura, não há problema que ocorra a contaminação, que é meramente uma questão de mercado. Às favas a biodiversidade e a preservação de sementes crioulas, o direito de consumidores e agricultores a alimentos livres de transgênicos. Tanto é, que as primeiras liberações de milho vieram sem nenhuma medida para evitar a contaminação. Mas a Justiça acatou pedido das ONGs (ANPA, AS-PTA, Idec e Terra de Direitos) e suspendeu os efeitos das liberações até que fossem criadas regras de coexistência. À determinação, a CTNBio respondeu às pressas com uma regra pífia de "isolamento do milho".

Com as novas sementes disponíveis para os agricultores, o estado do Paraná, maior produtor do cereal, colocou seus técnicos em campo para testar a eficácia da norma. O estudo inédito comprovou, por dois métodos diferentes, que a contaminação ocorre mesmo quando a regra de isolamento é cumprida - ou seja, ela não serve. CTNBio e Ministério da Agricultura responderam dizendo que o estudo não valia, entre outras razões, porque o então governador Roberto Requião é sabidamente contrário aos transgênicos(!).

Não satisfeitos, Walter Colli, Edilson Paiva e outros três integrantes da Comissão divulgaram texto, com logomarca do Ministério da Ciência e Tecnologia, afirmando que "seria uma temeridade para o país, no século XXI, e com a agricultura intensiva como base importante do PIB, que a diversidade de qualquer planta de grande interesse econômico estivesse na dependência de agricultores que não têm a mais vaga ideia de genética"; e que "o plantio de grãos no lugar de sementes pode ser antigo, como a coivara ou o hábito de defecar nos rios e coleções de águas, mas nenhum deles é adequado nem compatível com o convívio entre cidadãos de uma sociedade moderna", referindo-se à produção e uso próprio de sementes crioulas pelos agricultores familiares. Lembremos que, para infelicidade de alguns, a atividade é de tamanha relevância que consta de dois acordos internacionais dos quais o Brasil é parte: o de Recursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura, da FAO, e a Convenção sobre Diversidade Biológica, da ONU.

Merece lembrança ainda a coroação do ex-presidente da CTNBio, Walter Colli, médico que encerrou o seu mandato em 2009, propondo acabar com o monitoramento dos impactos dos transgênicos na saúde após sua introdução no mercado. Em sua opinião, o monitoramento é "lixo" e que "fez muito bem" a indústria alimentícia de não se submeter à regra e reclamar.(6) A medida está prevista na lei, na Convenção de Diversidade Biológica e no Protocolo de Cartagena, e tem por objetivo acompanhar os impactos não avaliados e adotar as medidas necessárias.

Colli deu lugar a Edilson Paiva, que, alheio às fortes críticas públicas geradas pela iniciativa, criou um grupo para, possivelmente, pôr fim ao monitoramento. Mais alheio que ele, só mesmo o Conselho de Ministros, que ainda em 2008 aprovara orientação para que fossem realizados "estudos de seguimento de médio e longo prazo dos eventuais efeitos no meio ambiente e na saúde humana, dos OGM e seus derivados", mas silenciou diante da iniciativa lamentável da CTNBio.

A ausência do Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), composto por 11 ministros e presidido até há pouco tempo por Dilma Rousseff, revela astúcia. Deixa as liberações correrem soltas ao jogar para a CTNBio todas as atribuições (inclusive as que não lhe cabem) e o foco das atenções, esquivando-se do seu papel.

E é esta a Comissão que decide o destino dos transgênicos no Brasil. É esta Comissão que agora tem em suas mãos a decisão sobre o arroz transgênico da Bayer - que não é plantado em nenhum país e cujo agrotóxico usado (glufosinato de amônio) está com os dias contados para ser banido na Europa.

Informação desprezada

Uma última nota sobre a rotulagem de transgênicos. Para o Idec, que acompanha este assunto desde 1997 e tem como uma de suas prioridades a luta pelo direito à informação, o descumprimento da legislação que obriga a rotulagem de transgênicos por parte da indústria alimentícia, com a conivência do governo, é inaceitável - além de crime diante do Código de Defesa do Consumidor.

Paralelamente, o período de maior número de liberações e plantio de transgênicos no Brasil marca também o de iniciativas legislativas para impedir o consumidor de saber o que consome, não obstante as pesquisas de opinião pública apontarem que a esmagadora maioria dos cidadãos quer saber se o alimento é ou não transgênico.

Em manifesto desprezo à vontade dos consumidores, os deputados Luiz Carlos Heinze (PP/RS), Cândido Vacarezza (PT/SP) e a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), por meio dos Projetos de Lei 4148/98 e 5575/09 e do Projeto de Decreto Legislativo 90/2007, respectivamente, puxam a frente "anti-informação". As propostas buscam restringir a rotulagem para os alimentos em que for detectável a presença de OGM, omitindo a informação dos óleos e muitos outros gêneros alimentícios; excluir o símbolo "T", que hoje identifica tais produtos, e a informação dos alimentos de origem animal; além de permitir o uso de sementes transgênicas estéreis, do que ainda cuidou Vaccareza.

Neste cenário, não dá para acreditar no presidente da CTNBio, que diz que "não existe pressão econômica".(7) A introdução de transgênicos no Brasil, como no seu "berço", os EUA, e em outros países, é mais uma demonstração do poder das grandes corporações. Aqui, os fatos, que incluem mudança de lei, edição de medidas provisórias e outras decisões oficiais, mostram que o poder não escolhe mesmo partido: de 1995, quando a Lei de Biossegurança foi aprovada no governo FHC, para 2010, no final do governo Lula, a cavalgada rumo à liberação geral de transgênicos só tem crescido. E não adianta achar que a culpa é só da CTNBio.

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Andrea Lazzarini Salazar é advogada e consultora jurídica do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor); acompanha o assunto desde 1998.

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1 O glifosato é um herbicida não seletivo (mata qualquer tipo de planta) desenvolvido para matar ervas, principalmente perenes. É o ingrediente principal do Roundup, herbicida da Monsanto. Muitas plantas culturais geneticamente modificadas são simplesmente modificações genéticas para resistir ao glifosato. A Monsanto vende sementes dessas plantas com o marca RR (Roundup Ready).

2 Jornal Valor Econômico, 23/04/07.

3 A forma de cobrança de royalties sobre a soja da Monsanto tem sido duramente criticada. A cobrança não é feita apenas no momento da compra da semente. Este agricultor ainda deverá pagar 2% sobre o excedente da produção estimada, se ocorrer esta situação. Além desse agricultor que fez a opção pela soja transgênica, os que cultivarem soja convencional ou orgânica também estão sujeitos a pagar royalties e multa, se sua produção tiver sido contaminada. Ao entregar sua produção para venda, o agricultor deve informar se usou ou não soja transgênica. Se não tiver utilizado, mas o teste de detecção acusar a presença de soja transgênica, o agricultor fica obrigado a pagar uma multa, além dos 2% sobre o valor da produção.

4 Revisão por pares, em que a pesquisa é submetida a avaliadores independentes capacitados.

5 Posição oficial, de acordo com Parecer Conjur/MCT 054/2008.

6 Folha de S.Paulo, 09/12/09.

7 Cidades e Soluções, Globonews, 16/06/10. 



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