Por Sonia Montenegro
Rio de Janeiro, escrito em 4 de março de 2009 e atualizado em 16 de outubro de 2010
Desde a descoberta do pré-sal, fiquei curiosa para saber o que seria exatamente "flexibilização da lei do petróleo", "marco-regulatório" e essas coisas que a gente ouve, tem até uma ideia a respeito, mas não sabe direito o que são.
Caberia à imprensa informar corretamente à população e se colocar do lado dela, mas infelizmente, a chamada "imprensa brasileira" vive dos anúncios milionários de grandes grupos estrangeiros, e se posiciona sempre do lado deles, e consequentemente, contra nós. Pior, querem nos convencer a ficar contra nós mesmos, e a muitos, infelizmente, consegue enganar.
A Petrobras é uma empresa emblemática, criada em 3 de outubro de 1953, graças a um grande movimento popular que começou com a União Nacional dos Estudantes em 5 de março de 1948, que ficou conhecido como a campanha "O Petróleo é Nosso". Os brasileiros foram para as ruas para reivindicar a posse do valioso óleo extraído do subsolo do país.
Fomos proprietários do nosso petróleo até o fatídico dia 6 de agosto de 1997, quando o governo FHC fez aprovar no Congresso a Lei de nº 9478 que acabou com o monopólio da Petrobras, possibilitando a sua privatização, ajudado pela sua base aliada, e através de uma ampla distribuição de cargos.
A lei é tão absurda, que o deputado Domingos Leonelli, do partido de FHC, se recusou a votar a favor dela, como FHC exigia, por não estar de acordo com o programa do PSDB. Ou seja: nem o programa do partido do presidente permitia!
Mais grave é que a lei do FHC fere a Constituição, porque ela determina que o petróleo encontrado em solo brasileiro é de propriedade exclusiva da União, e o artigo 26 da nefasta Lei, determina que o concessionário que explorar o campo se torna dono do petróleo (flexibilização da lei do petróleo).
Antes, a Petrobras era a única empresa a explorar o petróleo brasileiro e embora fosse uma estatal, nunca foi dona dele. Funcionava como uma prestadora de serviços à União. Mas às empresas estrangeiras em regime de concessão foi dado o privilégio antes negado à própria Petrobras. Nada contra as parcerias, mas tudo contra o privilégio dado aos grupos internacionais.
Infelizmente, o crime de lesa-pátria não pára por aí. Ainda vem o pior, o "marco-regulatório", que é o percentual que o país tem direito a receber como verdadeiro dono do precioso óleo.
O percentual médio, que os outros países produtores de petróleo adotam é de 84%, mas o "generoso" FHC determinou que o percentual que o Brasil adotaria, deveria variar entre 0 e 40%, ou seja, o percentual máximo brasileiro é menor do que a metade da média adotada no mundo. (esse percentual é definido
pela capacidade do poço)
Graças a essa "generosidade", a Shell exporta 50 mil barris de petróleo/dia, pagando ao Brasil apenas a taxa de 5% de royalty. Ficou na cota de 0% do FHC. E nossa "grande imprensa", tão indignada quando o Lula aceitou o direito do Evo Morales de nacionalizar o seu gás, nada disse sobre o "entreguismo" de FHC.
A grosso modo, só para dar uma ideia, o pré-sal tem valor estimado em US$ 18 trilhões. Com esse dinheiro, podemos pagar as dívidas interna e externa, acabar com a fome, ter um sistema de saúde de fazer inveja a qualquer país, melhorar todo o sistema de ensino, ter um sistema de segurança decente, promover o desenvolvimento e melhorar a vida de TODOS os brasileiros. Não é sonho, porque nós sabemos muito bem como vivem os sultões do petróleo, os palácios nababescos, os carros de ouro, as cidades "dos sonhos" que constroem, graças ao petróleo.
O problema é que, entregando esse patrimônio a americanos, europeus, serão eles que lucrarão, e nós, brasileiros, mais uma vez ficaremos a "ver navios".
Claro que os entreguistas traidores da pátria também terão o seu quinhão, por vender (doar) aquilo que não lhes pertence.
É sabido que a verdadeira intenção dos tucanos era a de privatizar a Petrobras, e a prova irrefutável disto foi a tentativa da troca do seu nome para PETROBRAX, cujos estudos iniciais custaram pelo menos R$ 700 mil (valor da época), jogados pelo ralo, porque a intenção causou a revolta dos brasileiros que impediram a sua realização.
O que fez o Presidente Lula? Para manter o pré-sal para o povo brasileiro, enviou ao Congresso Nacional uma legislação nova, uma vez que reverter o anti-patriotismo demo-tucano ia ser difícil, por ser uma alteração na Constituição, onde se faria necessário o voto de 3/5 dos parlamentares, o que seria impossível no Senado atual. As grandes empresas mundiais não têm nenhum escrúpulo em dar propina e comprar parlamentares de outros países, sempre que tiverem algum proveito a tirar.
Como vimos, os demo-tucanos são "privatistas", e acham que o "deus"-mercado se auto-regula, mas o que essa crise mundial mostrou, foi que o mercado visa única e exclusivamente ao lucro desenfreado, e os cidadãos dos países afetados pela crise, notadamente EUA e União Européia, estão sendo obrigados
a cobrir os prejuízos que o mercado causou. Na hora do lucro, é deles, mas na hora do prejuízo, todos têm que pagar.
Não foi sem razão que a privatização do governo FHC foi apelidada de "privataria", porque o patrimônio público foi vendido a preço de banana, e financiado pelo BNDES, criado inicialmente para incentivar empresas brasileiras, mas que FHC usou para financiar empresas estrangeiras.
Então, uma das coisas importantes que estão em jogo nesta eleição, é a escolha da continuação da política do Lula de defesa do patrimônio brasileiro, representada pela candidata Dilma (13), contra a continuação do governo FHC, representado pela candidatura de Serra, que foi ministro de FHC por todo o seu governo, e segundo o próprio FHC, o maior defensor da privataria.
É bom lembrar que quando FHC assumiu, o Brasil era a 8ª economia do mundo.
Ele entregou ao Lula na 15ª colocação, e o Lula conseguiu recuperar para a 7ª, com possibilidades reais de se tornar a 5ª, se as políticas entreguistas forem rechaçadas.
Não sou daqueles anti-petistas burros,Alex.Sei muito bem que ,em termos de economia,o governo Lula foi infinitamente melhor do que o do nefasto FHC.E nem me venham dizer que tudo graças aos alicerces,coisa e tal...
ResponderExcluirHá muitas diferenças em muitas coisas,mas enfim...
Mesmo assim,não voto e JAMAIS votarei num partido com pretensões ditatoriais,que não preservam as liberdades ( de imprensa inclusive ),e que tem amizades com ditadores assassinos.
Este é o ponto!
Logo,sou obrigado a votar sempre nos adversários.
No caso atual,é sim SERRA 45!
rss
Abração!!
Ah,aproveito pra te convidar pra uma pequena comemoração hoje lá no RAMSES.
Eu também voto no Serra, não porque o ache bom, mas por ser menos ruim. Meu abraço.
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