Uma economia inclusiva, verde e responsável, que tenha como objetivo promover a transição da economia atual para um modelo que contemple esses três aspectos, é o que propõe o documento lançado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
O Instituto também pede a revisão do sistema tributário e diretrizes em relação aos gastos e investimentos públicos para desenvolver o mercado de tecnologia, produtos e serviços sustentáveis, e para fomento da pesquisa e investimento em inovação.
Desafio da sociedade brasileira
O presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, disse que a sociedade brasileira vive um momento de desafio muito grande no qual é preciso dar uma resposta do ponto de vista de modelo de organização. As propostas foram construídas junto com as empresas enfocando as questões sociais.
"Evidentemente só tem sentido propor um desenvolvimento do país se esse desenvolvimento gerar erradicação da pobreza, melhoria da qualidade de vida das pessoas, redução da desigualdade social," disse Abrahão.
Ele explicou que essas propostas e sua execução devem ocorrer com base na transparência dos processos numa relação aberta entre os governos, as empresas e os trabalhadores: "Integrar essas questões é o que nós vamos fazer a partir de agora, detalhando para incentivar que mais empresas se agreguem, e vamos dialogar com o governo a fim de que comecemos um movimento para que se possa transitar para esse novo modelo econômico".
Abrahão disse que as estratégias que já estão delineadas a partir da ideia de integração, mas que as ações específicas começarão a ser traçadas agora pelas empresas que aderiram ao projeto: "As empresas criarão práticas empresariais nas quais poderão desenvolver esses processos internamente, e servindo como exemplo para outras empresas, e depois trabalhando a questão com os governos. A ideia é que esse conhecimento adquirido e essas práticas possam se tornar políticas públicas".
O gerente executivo de Sustentabilidade da Suzano, Alexandre Di Ciero, afirmou que as propostas são um desafio porque mesmo que o assunto seja discutido mundialmente há bastante tempo, ainda permanece sendo um discurso: "Temos agora como meta conseguir fazer com que a sociedade passe a entender a importância disso e transforme esse discurso em ações práticas".
Di Ciero ressaltou que para tirar esse tipo de discurso do papel é preciso que haja uma direção estabelecida porque movimentos isolados tendem a perder a convergência: "O que é importante em uma plataforma dessas é tentar convergir assuntos importantes, trazendo vários segmentos da sociedade para discutir. Aí conseguiremos fazer com que saia do abstrato e comece a ter ações".
O presidente do Walmart, Marcos Samaha, afirmou que a empresa já trabalha em torno das metas estabelecidas pelo documento lançado hoje, mas, mesmo assim, a intenção é contagiar e envolver outras empresas e mobilizar os clientes e funcionários.
"Obviamente que ser mais verde, inclusivo e responsável são metas que nos impomos há muitos anos e queremos garantir, por meio do apoio a essa plataforma, que esse contágio avance para muito mais empresas", disse.
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