Enquanto uma lei no Rio de Janeiro pretende criar uma coordenadoria para os trabalhos de capelania, uma pesquisa realizada pela enfermeira oncológica Carolina da Cunha Fernandes mostrou que os pacientes desejam falar sobre espiritualidade com algum profissional de saúde.
Medicina e religião raramente se unem, mas quando resolveu fazer mestrado Carolina investigou 300 pessoas, 75 homens entre 48 e 79 anos com câncer de próstata, 75 mulheres entre 31 e 83 anos com câncer de mama e outras 150 pessoas que participavam das atividades do Hospital A.C. Camargo, mas que não tinham a doença.
O resultado mostra o quanto as pessoas precisam de apoio espiritual, pois 97% dos homens e 86% das mulheres disseram na entrevista que não haviam conversado sobre suas crenças religiosas com algum profissional de saúde. Já 57% dos homens e 53% das mulheres disseram no estudo que gostariam que esse momento tivesse existido.
A pesquisa de Carolina da Cunha Fernandes descobriu também que a maioria dos entrevistados, 61% das mulheres e 60% dos homens, afirmaram que poderiam ter se sentidos melhor ou mais dispostos para o tratamento se tivessem recebido cuidado religioso ou espiritual dos profissionais de saúde.
O assunto é polêmico e divide opiniões, será que médicos e enfermeiros poderiam assumir mais essa responsabilidade? Alguns profissionais já defendem a inclusão do histórico espiritual do paciente no prontuário médico para que a fé, ou falta dela, seja conhecida e respeitada pelo profissional do hospital.
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