Existe um região bizarra na órbita terrestre, bem sobre o Brasil, onde os computadores da Estação Espacial Internacional sofrem quedas de forma rotineira, os telescópios e satélites funcionam mal e os astronautas relatam ver estranhas luzes piscando diante de seus olhos. Embora a região seja tecnicamente referida como a Anomalia da América do Sul, alguns a chamam de “O Triângulo das Bermudas do Espaço”, relata o site New Scientist.
Porém, diferentemente do mítico Triângulo das Bermudas, cuja Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA desmentiu, não há nada de misterioso ou irreal sobre o Triângulo das Bermudas do Espaço – TBE. Os cientistas reconhecem que ele existe e começaram a mapear suas bordas.
A anomalia faz parte dos Cinturões de Radiação Van Allen, que é um anel de radiação solar preso entre aproximadamente 1.000 e 6.000 quilômetros acima da superfície terrestre. A razão dele existir é porque o campo magnético da Terra não é uniforme; há pontos fracos. Um desses pontos fracos existe onde o TBE está. A radiação do espaço é capaz de penetrar relativamente próxima da superfície da Terra aqui.
Recentemente uma equipe e cientistas italianos foram capazes de calcular as bordas do TBE, através da reanálise dos dados registrados pelo satélite de mais de uma década de idade, o BeppoSAX, que rotineiramente passa por sobre a região. Eles descobriram que os níveis de radiação na camada mais baixa do TBE eram menores do que os das camadas superiores, e que a anomalia estava indo vagarosamente para o leste. Cada ano ela se move aproximadamente 34 quilômetros mais perto da África, o que significa que em 2114 ela deverá estar centrada em algum lugar perto da costa da Namíbia.
Embora estes resultados foram pela maior parte congruentes com pesquisas anteriores, eles não oferecem uma visão mais detalhada do que esta acontecendo com a magnetosfera de Terra. Através da compreensão dos limites do TBE, as agências espaciais podem gerenciar mais efetivamente o equipamento sensível que existe na Estação Espacial Internacional e em satélites que por lá passam frequentemente.
As boas novas é que os frequentadores de praia no Brasil não têm nada a temer, apesar do fato que este perigo espacial esteja situado a somente algumas centenas de quilômetros sobre suas cabeças. Apesar da banda presente de radiação do TBE vir próxima à superfície da Terra de forma anormal, ela não vem até a terra firme. Os níveis de radiação abaixo dos 200 quilômetros de altitude aqui são, pela maior parte, os mesmos do resto da Terra.
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