domingo, 11 de janeiro de 2015

Alzheimer é REVERTIDO em paciente pela primeira vez!


A doença de Alzheimer foi revertida pela primeira vez no Canadá e com sucesso. Uma equipe de investigadores canadenses, da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, usou uma técnica de estimulação cerebral profunda, diretamente no cérebro de seis pacientes, conseguindo travar a doença. O estudo vem publicado na «Annals of Neurology».

Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer. Nos outros quatro, o processo de deterioração parou por completo.

Nos portadores de Alzheimer, a região do hipocampo é uma das primeiras a encolher. O centro de memória funciona nessa área cerebral, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Sendo assim, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.

Imagens cerebrais revelam que o lobo temporal, onde está o hipocampo e o cingulado posterior, usam menos glicose do que o normal, sugerindo que estão desligadas e ambas têm um papel importante na memória.

Para tentar reverter esse quadro degenerativo, Lozano e sua equipa recorreram à estimulação cerebral – enviar impulsos elétricos para o cérebro através de eléctrodos implantados.

O grupo instalou os dispositivos perto do fórnix – um aglomerado de neurônios que enviam sinais para o hipocampo – dos pacientes diagnosticados com Alzheimer há pelo menos um ano. Os investigadores aplicaram pequenos impulsos eléctricos 130 vezes por segundo.

Testes realizados um ano depois mostram que a redução da glicose foi revertida nas seis pessoas. Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida.

Os cientistas admitem, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação. A equipa vai agora iniciar um novo teste que envolvem 50 pessoas. 


Mal de Alzheimer

Existem vários tipos de demência, em que há decréscimo das capacidades de funcionalidade, comprometimento das funções cognitivas – atenção, percepção, memória, raciocínio, pensamento, linguagem etc. – e da capacidade físico-espacial. 

O Mal ou Doença de Alzheimer é a principal causa de demência que causa problemas de memória, pensamento e comportamento. A doença é responsável por 50% a 80% dos casos de demência no mundo.

O Alzheimer é degenerativo, mais comum após os 65 anos de idade e caracteriza-se pela perda progressiva de células neurais. A médica Sonia Brucki, do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, explica que há um acúmulo anômalo de algumas proteínas no tecido cerebral que provoca a morte dos neurônios. 

“Até agora se acredita que isso seja multifatorial, causado por componente genético, fatores externos (baixa escolaridade, por exemplo), alterações vasculares (hipertensão, diabetes etc.), traumatismos cranianos com perda de consciência, alterações nutricionais e depressão”, enumera. Outros problemas podem causar demências, por exemplo, deficit de vitaminas, doenças da tireoide, alterações renais, portanto doenças que podem ser evitadas.

Atualmente, não existe medicação disponível para evitar esse acúmulo de proteínas, mas há medicamentos que retardam a progressão do Alzheimer. Algumas medicações, fornecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aumentam uma substância no cérebro que, em menor quantidade, traz alterações na memória. 

Os sintomas geralmente são desenvolvidos lentamente e pioram com o tempo. Alguns pacientes conseguem ter uma redução progressiva da doença, mas outros não conseguem voltar à normalidade. Em casos mais graves, o paciente pode ter apatia, depressão, alucinação e pensamentos delirantes. 


O médico neurologista Fábio Henrique de Gobbi Porto diz que o principal sintoma é a dificuldade de aprender coisas novas. O idoso não consegue se lembrar de fatos recentes como, por exemplo, o dia da semana. Tem também dificuldade para fazer contas. 

Segundo ele, na fase inicial, o paciente pode ser lembrado de informações importantes e ter o suporte da família. Na fase moderada, tem uma dependência maior da família e, às vezes, existe mudança do comportamento. Na fase mais grave, tem dificuldade para realizar funções básicas, como urinar, dificuldade para engolir e até agressividade. A fase mais grave dura, em média, oito anos.

A família precisa ficar atenta a qualquer decréscimo de qualquer capacidade da pessoa, seja memória, dificuldade de realizar tarefas complexas, nomear coisas, problemas de linguagem. “Nem sempre começa com problemas de memória”, alerta Brucki.

Ainda não existe cura para o Mal de Alzheimer, mas alguns estudos testam medicações que poderiam estacionar a doença. De acordo com o neurologista Fábio Henrique de Gobbi Porto, já foi provado cientificamente que a escolaridade, principalmente na fase mais básica, é um fator protetor contra o Alzheimer. 

Além disso, a prática de exercícios físicos e uma dieta saudável previnem a doença. “Algumas teorias dizem que a atividade física aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, aumenta a lavagem (retirada) da proteína do Alzheimer que se acumula no cérebro, além de melhorar o humor e a saúde em geral”, explica.


Exercício físico e estimulação cognitiva

Exercício físico, estimulação cognitiva e interação social têm efeitos benéficos em doenças neurodegenerativas como Alzheimer. Esta é a conclusão de um estudo coordenado pelo Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC), da Espanha em que participou a investigadora portuguesa Cátia Teixeira. Realizado em ratos, o estudo, feito nos últimos dois anos, averiguou que os danos de neurônios granulares, associados à doença de Alzheimer, são reversíveis.

 “A doença de Alzheimer esta associada a uma degeneração das funções do hipocampo, sendo o hipocampo uma estrutura do cérebro importantíssima para a formação de memórias. O hipocampo tem várias sub-regiões todas elas envolvidas no processamento de memórias. O giro dentado hipocampo, constituído por células granulares, é uma dessas regiões. É no giro dentado que nascem novos neurônios durante toda a vida. Ao contrário do que se pensava antigamente, nascem novos neurônios no cérebro adulto”, explica Cátia Teixeira.

No laboratório, foram usados ratos transgênicos que viviam dentro de jaulas em grupos de dez animais. Estas jaulas tinham, por exemplo, dois andares conectados por umas escadas, rodas para eles correrem, e um conjunto de brinquedos que eram substituídos a cada dois dias por brinquedos diferentes. A este processo de estimulação chama-se “enriquecimento ambiental”.

Cátia Teixeira explica que “neste estudo usamos ratos mutantes que sobre-expressam uma proteína chamada GSK3-β. Esta proteína é sabido estar envolvida em Alzheimer e anteriormente tinha sido demonstrado que a sua sobre-expressão leva a deficits comportamentais”.

Os investigadores pretendiam visualizar e datar os neurônios que nasciam no giro dentado destes animais por isso “injectámos nesta região vírus modificado para expressar uma proteína verde fluorescente, desenhada para só marcar neurônios que nasçam na altura da injeção. Fizemos esta marcação em três grupos de animais, animais wild-type (não mutantes), animais que sobre-expressam GSK3 e animais que sobre-expressam GSK3 mas que foram colocados em condições de enriquecimento ambiental quatro semanas depois da marcação dos neurónios”.

Paralelamente à análise dos ratos, foram realizadas análises morfológicas de neurônios do giro dentado de amostras de cérebro de humanos com Alzheimer e sem Alzheimer.

A conclusão retirada é “em primeiro lugar que a sobre-expressão de GSK3 leva a deformações neuronais semelhantes às observadas em Alzheimer e em segundo lugar verificamos que essas deformações não estavam presentes em ratos que mesmo sobre-expressando GSK3 foram mantidos num ambiente mais estimulante”, explica Cátia Teixeira.

A principal conclusão a retirar é então que o enriquecimento ambiental, ou seja interação social, exercício e estimulação cognitiva, permitiam que os neurônios se desenvolvessem normalmente mesmo sobre-expressando GSK3.

A investigadora sublinha que “estudos em humanos têm também sugerido que um ambiente cognitivamente estimulante pode pelo menos atrasar a deterioração cognitiva que ocorre naturalmente com a idade e a progressão do Alzheimer. E isto são medidas que podem ser tomadas por todos, já”.

Cátia Teixeira, na altura do estudo, era investigadora do Departamento de Biologia Molecular da Universidade de Barcelona, um laboratório membro do CSIC. Atualmente, a cientista portuguesa está  trabalhando na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.



3 comentários:

  1. BOA DESCOBERTA ,,, Evolução !
    http://lixoquevirouarte.blogspot.com.br/

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  2. Precisamos de mais descobertas nessa área e mais prática de cura em pacientes com DA.

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  3. Quero mais informação.
    Estou assustada ,meu marido começou e avaliação neuropsicológico levou ao quadro de Alzheimer.
    Ele tem 70 e muito frágil a medicamento pesa 60 k .
    Homeopatia seria conveniente?
    Socorro....

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