Fernando Picheli ilustra saídas do corpo e saberes de budismo, teosofia, hinduísmo e espiritismo.
Por Ana Elizabeth Diniz
Um acidente de trabalho em 2002 levou a uma fratura do fêmur. Após a cirurgia, Fernando Picheli, 40, natural de Santo André, São Paulo, engenheiro projetista no ramo automobilístico, acordou sentindo muita dor na perna. Ela foi aumentando até ficar insuportável.

Essa foi a primeira de muitas saídas espontâneas do corpo, que aconteciam quase todos os dias. Foi quando o artista passou a estudar sobre viagem astral para conseguir entender o que estava ocorrendo com ele.
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Inspiração. Após sofrer um acidente em 2002, Fernando Picheli passou a fazer viagens fora do corpo e resolveu criar quadrinhos com a realidade de outras dimensões |
“Naquela época, há 15 anos, eu desenhava algumas das coisas que via em minhas experiências, mas só a partir de novembro de 2014, com o auxílio da tecnologia, iniciei o projeto como as histórias em quadrinhos (HQs)”, comenta Fernando.
Nascia, assim, a HQ “Plano Astral”, que aborda um pouco desse mundo dimensional, misturando personagens fictícios em histórias de fantasia, recheadas de informações reais e extremamente úteis para aqueles que ousam romper a linha do materialismo.
“As experiências frequentes de saída do corpo me permitiram comprovar muitas coisas que antes eu só conhecia por meio da literatura espiritualista e se tornaram um grande acervo de informações para que eu pudesse utilizar em meu trabalho. Acredito que as ilustrações possam revelar minhas experiências em outras dimensões, o contato com consciências extrafísicas e ajudar aqueles que estão passando por situações parecidas a entender melhor o fenômeno da projeção astral”, analisa o quadrinista.
A realidade paralela, com a qual o artista se tornou íntimo, é fonte de inspiração para as histórias em quadrinhos. “A riqueza de informações, formas e sensações que venho experimentando por meio da projeção astral são a base para criar as histórias. Além disso, muitas das informações que coloquei na graphic novel são experiências que vivenciei. É incrível como aquilo que acreditamos ser apenas fantasia, na verdade, está muito mais próximo da realidade do que poderíamos imaginar. As dimensões além do plano físico são muito suscetíveis à forca do pensamento e às emoções. A interação é muito mais dinâmica, e as possibilidades, muito mais amplas. É esse ambiente que tento traduzir por meio dos desenhos”, observa o artista.
O trabalho do artista aborda outras correntes. “Não tem como separar. Os conceitos de imortalidade e reencarnação e o contato com espíritos estão integrados a meu trabalho. Procuro adicionar conhecimentos de doutrinas e filosofias como o budismo, a teosofia, o hinduísmo, a umbanda e também o espiritismo, que foi minha base”, diz ele.
Vivenciar outros mundos altera o sentido da morte
Desde pequeno, o artista teve muito contato com a doutrina espírita e com a umbanda. “Elas foram a base do meu conhecimento, auxiliaram muito minha formação. Procuro sempre abrir a mente para outras linhas de pensamento, pois acredito que todas elas bebem da mesma fonte de conhecimento, que é divina. Durante esses anos de pesquisa, estudo e prática da projeção, pude verificar que a linguagem nos planos mais elevados vai além de crenças e doutrinas, é algo simples e direto, a verdade é reconhecida pelo alto padrão dos sentimentos envolvidos”, diz Fernando Picheli.
O processo criativo é totalmente intuitivo. “Algumas vezes busco uma imagem que seja inspiradora, uma emoção, ou mesmo uma mensagem que quero transmitir. Essa informação muitas vezes vem em blocos, as ideias e as imagens vão surgindo na mente. Vou armazenando na memória ou faço rascunhos no papel para depois fazer a arte final. É um mundo gigantesco que vai se formando dentro da mente. Ele pode ter movimento, cenário, som ambiente e até música. É como construir várias cenas de um filme dentro da mente, depois vou juntando as partes e transferindo para o papel”, comenta.
Quando surgem dúvidas, Fernando se vale das experiências de projeção para entender e investigar o assunto do lado de lá. “De acordo com o tema que estou trabalhando é comum eu entrar em determinadas faixas de sintonia, que influenciam minhas experiências. Por exemplo, eu precisava saber como as roupas são plasmadas no plano astral, para poder representá-las em minhas histórias. Verifiquei que durante a projeção, nós geralmente criamos inconscientemente nossas vestimentas. Podem ser as roupas com as quais nos deitamos, elas estão em harmonia com o ambiente em que estamos inseridos”, ensina.
Para ele, o estudo dos vários planos existentes além do plano físico não é algo para ser usado após a morte: “Ela simplesmente não existe. O simples fato de comprovar isso e entender melhor as consequências de suas ações poderá ajudar o indivíduo a vivenciar seu dia a dia com mais sabedoria”.
Para ler, visite seu site, onde a graphic novel está disponível gratuitamente. É só clicar abaixo:
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