Meteorologista, professor e pesquisador em Ufologia
Por Pepe Chaves
Rubens Junqueira Villela, 80 anos, é meteorologista e professor, natural e residente em São Paulo-SP, possui graduação em B.S in Meteorology pela Florida State University (1957) e mestrado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (1985), atuando principalmente nos seguintes temas: meteorologia aeronáutica, climatologia, meteorologia aplicada, projeto de aeroportos. Foi docente na Universidade de São Paulo (USP), onde se aposentou como professor. Como cientista, participou em nove expedições do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e esteve presente na inauguração da Base Brasileira "Comandante Ferraz", em 1984, no continente Antártico. À parte sua bem sucedida carreira profissional, se dedica desde jovem aos estudos dos fenômenos aeroespaciais, em especial à ufologia e a vida extraterrestre. O professor Villela testemunhou OVNIs em diversas ocasiões, no ar, no solo, no gelo e, segundo ele, até mesmo por comunicação telepática. Alguns de seus relatórios de avistamentos foram publicados pela NICAP (EUA), GEPA (França), e revistas UFO, “Disco Voador” (RGS) e “Caos” no Brasil. Participou da conhecida APEX (Associação Paulista de Pesquisas Exológicas), como pesquisador e membro da diretoria. Apresentou relatório de avistamentos no Congresso Mundial de Ufologia, o maior evento temático já realizado no país, em Brasília, no ano de 1979. Nessa entrevista nos concedida gentilmente, ele nos fala um pouco de sua profissão e também de suas experiências e convicções acerca da presença de inteligências extraterrestres em nosso ambiente planetário.
UFOVIA – Professor Rubens, quando e como surgiu o seu interesse pelos fenômenos aeroespaciais, em especial, a ufologia?
Rubens Junqueira Villela – Meu interesse na aviação data desde os 13 anos de idade, quando aprendi o código morse e monitorava vôos de aeronaves pela radiotelegrafia. Um primeiro interesse em UFOs, mas superficial, surgiu na década de 1950 quando estudava engenharia nos EUA e li artigos e noticias sobre o assunto em jornais e revistas. Mas só me aprofundei no assunto após o meu primeiro avistamento, em 16/03/1961, na Antártida. Mas, na realidade, só entendi que o objeto que havia visto na Antártida era um UFO, anos mais tarde, em 1968, quando vi numa livraria em Paris a revista do GEPA, “Phénomènes Spatiaux”, contendo descrições e análises de objetos com certas características comuns às do meu avistamento antártico, tais como barras de luz sólida e variações de cores. No regresso ao Brasil ingressei na APEX para saber mais sobre o fenômeno.
UFOVIA – Na APEX (Associação Paulista de Pesquisas Exológicas), o senhor esteve ao lado de conhecidos pesquisadores, como Flávio Pereira, Max Berezovski, Guilherme Wirz, entre outros. Como foi para o senhor trabalhar ao lado destas pessoas?
Rubens Junqueira Villela – Foi um grande aprendizado trabalhar com estes pioneiros, todos eles muito cultos, sérios, e objetivos. E também de mente aberta e sem preconceitos. Dona Irene Granchi [recentemente falecida] também foi um conhecimento importante nesta fase, bem como o general Uchoa, e meu colega cientista, Alberto Francisco do Carmo.
UFOVIA – Naquela época, em particular, o senhor pesquisou o caso de um rapaz que se dizia contatado, chamado Eromar Gomes, mineiro de Governador Valadares. Ele se tornou conhecido por grande parte dos pesquisadores brasileiros, pois alegava ter mantido contato com três elementos estranhos, de aparência quase idêntica. Também afirmava que era capaz de manter contatos telepáticos, nos quais caía em transe e proferia “mensagens”. Quais as conclusões que o senhor chegou sobre as experiências desse rapaz?
Rubens Junqueira Villela – Ele compareceu na APEX em 1978, procurando ajuda, onde foi submetido à hipnose pelo doutor Max Berezovski. Numa sessão dessas, entrou uma entidade falando pausadamente “O contato não está sob hipnose terrestre, está num estado cataléptico induzido por nós”. Nós quem, perguntamos. “Extraterrestres como denominam vocês”. Queríamos provas, “vocês as terão no seu devido tempo”. E de fato tivemos, bem concretas. Foi combinado um encontro no campo, que aconteceu num canavial em Limeira, onde apareceu uma nave no solo (parecendo um fusca), que atacou Eromar com dois jatos de luz, ficando este desacordado por breve tempo. Mas os fenômenos insólitos já haviam começado antes, ainda a caminho, na Rodovia dos Bandeirantes. Na altura do km 82, uma luz semelhante a estrela desceu a baixa altura do solo, na forma de disco voador clássico, que pelo contato “telepático” identificou-se como “nave patrulha”, enquanto a “sonda” permanecia a maior altura no céu. O grupo de pesquisa ainda manteve vários contatos via Eromar, muita informação nos foi passada, ficando evidente que a entidade ET podia ler nossas mentes. Então Eromar anunciou ter completado sua missão, e despediu-se, dizendo que tinha-nos dado a chave do enigma e agora cabia a cada um de nós “montar o seu dinossauro” com os “ossos” disponíveis. E que continuássemos vivendo nosso cotidiano, que as coisas aconteceriam no seu devido tempo. E não estranharíamos mais quando os céus ficassem negros de tanto disco voador no ar...
UFOVIA – Nos consta que naquela ocasião, em novembro de 1978, quando teria ocorrido essa súbita aproximação de um OVNI, quase houve um acidente, enquanto o senhor dirigia seu veículo, com Eromar a bordo. Essas informações procedem?
Rubens Junqueira Villela – Procedem, como em parte narrado na minha resposta anterior. Mas o “ataque” ao meu carro, na rodovia dos Bandeirantes, aconteceu antes do aparecimento da “nave patrulha”. Segundo os seres do Eromar explicaram, existem alguns ETs, de outras origens, que gostam de fazer estas brincadeiras conosco (pregar susto nos terráqueos)...
UFOVIA – Em uma de suas supostas revelações, Eromar teria dito que, "somos milhões de mentes e um só cérebro", como se todos fossem como um cérebro só, pensando do mesmo jeito. Como o senhor considera esta declaração?
Rubens Junqueira Villela – Não foi bem isso, e sim, “milhões de corpos e uma só mente”. Entre outras coisas, o computador deles seria uma união de mentes. Quando no sistema deles há um nascimento, a mente de todos se concentra naquele ser que vai nascer. Se há uma mente discordante, todas as mentes se concentram nela para ver onde está a verdade. Dizem ter chegado numa evolução em que “a renúncia gera retorno”, conceito que seria difícil para os terráqueos entenderem e, dentro dele o indivíduo conserva a liberdade. Uma lei universal seria “não tomar nada (por ex. a Terra) sem autorização”; outra, “os mais fortes devem ajudar os mais fracos”. Violadores das leis respondem no “tribunal dos mundos” ou da “federação dos planetas”.
UFOVIA – E quais foram as últimas informações que o senhor teve a respeito de Eromar? O que senhor acredita que tenha se sucedido a ele?
Rubens Junqueira Villela – Eromar foi localizado pela reportagem do “Diário Popular” (jornal de São Paulo) num bairro da periferia onde trabalhava em silk-screen. Saiu uma reportagem extensa, de Yeda Souza Santos, sobre seus contatos e viagens com extraterrenos, no número de 07/03/1982, página 5, com manchete na primeira página: “A incrível e fantástica historia de Eromar e seus contatos com extraterrenos”. Depois disso não tive mais notícias dele.
UFOVIA – No seu entender, quais seriam os casos envolvendo ufologia e ocorridos no Brasil, que realmente se encontram insolúveis?
Rubens Junqueira Villela – Bem, insolúveis não seria o caso, mas alguns casos se complicaram ultimamente, e acho que indevidamente, como o da Ilha da Trindade, quando se colocou em dúvida a idoneidade de oficiais da Marinha e do governo brasileiro, e o de Varginha, pesquisado por competentes ufólogos. Na APEX foram inúmeros e impressionantes os casos pesquisados e documentados, mas nem todos conclusivos. O doutor Max era muito difícil de se convencer e evitava-nos tirar conclusões apressadas. A sua profunda desconfiança de soluções simplistas é bem espelhada no seu livro profundo e poético, “Elo Perdido”.
Rubens Villela a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico "Ary Rongel", da Marinha Brasileira,
fundeado frente a Estação Ferraz, e ao seu lado o Comandante Terra, o CHEOPE (Chefe de Operações).
UFOVIA – O senhor se tornou um consagrado meteorologista brasileiro e fez diversas viagens internacionais, especialmente, à Antártida, no polo Sul. E numa dessas viagens, o senhor e outros marinheiros a bordo do navio, teriam visualizado um estranho objeto luminoso executando manobras aéreas a baixa altitude. Pode nos falar mais a respeito dessa ocorrência?
Rubens Junqueira Villela – O objeto não executava manobras (há muitos relatos falsificados), mas fazia vôo reto e horizontal a baixa altura. Tinha forma oval e era acompanhado de uma cauda ou rastro na forma de um cilindro oco da cor de cobre. Segundo um cientista francês do GEPA, este tipo de rastro luminoso seria produto de descarga em campo magnético fortemente canalizado, do tipo também responsável por “luz truncada”. O avistamento foi feito de bordo do quebra-gelo “Glacier” da Marinha dos EUA, na Baía do Almirantado, costa sul da ilha do Rei George, precisamente na enseada Martel, onde foi instalada a base brasileira Comandante Ferraz, a cuja inauguração eu assisti, em 06/02/1984. Não deixa de ser uma coincidência notável, pelo menos na minha vida, com intervalo de 23 anos.
UFOVIA – Naquele momento, qual foi sua reação?
Rubens Junqueira Villela – Minha impressão foi de ter presenciado “algo que não era deste mundo”. Houve mais quatro testemunhas.
UFOVIA - O que comentaram?
Rubens Junqueira Villela – Um marinheiro disse que aquilo era ogiva de foguete reentrando na atmosfera. O comandante Netterberg da Marinha Sulafricana disse que era meteorito. Outros acharam que eram fogos de sinalização. Eu não concordei com nenhuma dessas explicações. O capitão do “Glacier” mandou desembarcar em terra para investigar se havia alguém pedindo socorro. Fiz parte do grupo de desembarque, fomos apanhados por tempestades numa lancha, levando 16 horas para alcançar terra. Nada encontramos de anormal.
UFOVIA – O curioso é que tal objeto se encontrava numa região gelada e desértica. O que o senhor acredita que era aquilo?
Rubens Junqueira Villela – Um tipo de OVNI, do tamanho de um avião Paulistinha (como usamos para rebocar planadores), voando lento (90 km/h).
UFOVIA – Há muitas informações - em grande parte, apenas boato – que ventilam uma determinada predileção dos OVNIs pelas regiões polares da Terra. Alguns alegam que tais atividades ocorrem porque se tratam de regiões ermas ou pouco habitadas. Há também alegações de que teriam sido construídas bases subterrâneas nazistas e até mesmo alienígenas em tais locais. Como o senhor vê estas colocações?
Rubens Junqueira Villela – Não creio que haja predileção pela Antártida, não mais que pelo sul de Minas, por exemplo! Os seres do Eromar (planeta Borus?) diziam que tinham base no gelo “num golfo onde estavam várias nações” e que podiam extrair energia da água através de “poços artesianos”. Lembrei-me das “Rodriguez wells”, invento americano para extrair água do gelo da calota interior, por meio de jato de água ou vapor usado para furar poço de 60 metros de profundidade. Vi isso na base Byrd. Quanto à base nazista na Antártida, acho pura fantasia, muito mal montada em torno da expedição de von Ritscher de 1939. Veja a propósito meu artigo “A further Antarctic myth” na "Polar Record" de janeiro de 2009 [periódico científico editado pela Universidade de Cambridge]. É uma das poucas vezes que uma publicação científica “ousa” falar em UFOs.
UFOVIA – Informações “espetaculares”, as quais o senhor já negou em público, também foram propagadas pela internet, dando conta de que um OVNI acidentado teria sido encontrado submerso no mar por uma equipe russa. Inclusive, envolvendo o nome do senhor em suposta descoberta. Há também histórias envolvendo OVNIs e a base antártica franco-italiana de Concordia. Como o senhor observa estas alegações que tanto carecem de fundamentos?
Rubens Junqueira Villela – Essa história russa parece mais uma versão mistificada da minha observação na Baía do Almirantado, iniciada por Ivan Sanderson, dizendo que o UFO saíra do fundo do mar rompendo capa de gelo (já disse que voava na horizontal acima da água). Infelizmente o italiano Roberto Pinotti repete esta mesma versão falsa, apesar da minha reclamação. Quanto à base Concordia, procurei verificar e não encontrei absolutamente nada de anormal ou suspeito. Não quer dizer que não haja mais casos verídicos na Antártida, eu mesmo escrevi na “Folha de S. Paulo”, em 1965, sobre casos informados por bases da Argentina, Chile, África do Sul e Nova Zelândia.
UFOVIA – Quais seriam suas considerações acerca da perfuração no lago submerso Vostok, na Antártida. A equipe internacional está prestes a concluir a perfuração, alcançando assim, uma região ímpar e repleta de informações para a investigação científica da biologia terrestre.
Rubens Junqueira Villela – A perfuração em Vostok continua suspensa, depois de chegar a 3600 metros de profundidade. Os cientistas responsáveis debatem ainda um protocolo de procedimentos para evitar a contaminação das amostras. Usa-se óleo para possibilitar a ação da broca. A transferência natural através de cristais de gelo ou recongelação, de baixo para cima, complica a situação. A expectativa pelos resultados científicos é enorme.
UFOVIA - Recentemente, uma equipe da Nasa apontou à possível descoberta de uma bactéria que se reproduz à base de arsênio, contrariando os estudos científicos de até então. Como cientista, o senhor acredita – como alguns membros da equipe que executou essa pesquisa – que tal descoberta possa “alargar” ainda mais a possibilidade de se encontrar vida no Universo?
Rubens Junqueira Villela – A essa altura a NASA já está careca de saber que há vida, e de vários tipos, fora da Terra. E que seres de outras civilizações já “colonizaram” o nosso sistema solar, deixando marcas da sua presença “un peu par tout”... Quem sabe, tenham uma agenda para revelar gradualmente o que têm descoberto...
UFOVIA – Para o senhor, a região polar da Antártida está realmente passando por transformações, devido ao aquecimento da Terra, como alegam alguns cientistas? O que o senhor, como cientista nessa área, pode nos dizer sobre isso?
Rubens Junqueira Villela – Sim, as transformações são reais e evidentes, embora o grau varie com as regiões, numa área de 14 milhões de quilômetros quadrados. No setor sul-americano, o aumento da temperatura acelerou-se nos últimos 20 anos. Eu mesmo posso comparar o que vi ali entre 1961 e 2000 (ano da minha última expedição, a 12.a). As geleiras estão afinando ou recuando. Grandes placas das plataformas flutuantes costeiras estão se desprendendo. Mas pior ainda parece ser a perda de gelo no Ártico.
UFOVIA - Como o senhor vê essa acentuada perda de gelo no Ártico e suas futuras consequências? E ainda, a acentuação desse fenômeno ártico estaria associada ao fato de o hemisfério Norte lançar à atmosfera mais gases nocivos que o hemisfério Sul, como alegado por alguns?
Rubens Junqueira Villela – Certo, por sua maior área continental, o hemisfério Norte pode ser a maior vítima do aquecimento, além de ser a maior fonte de emissão dos gases de efeito estufa. Curiosamente, a Antártida, no hemisfério oposto, foi a maior vítima da destruição do ozônio, devido as baixíssimas temperaturas da estratosfera (-90 graus C) no final do inverno austral, o que não acontece na mesma escala no Ártico.
UFOVIA - Para o senhor, como a nossa civilização deveria agir para deter o aumento de emissão de CO2, já que ainda não conseguiu substituir os motores a explosão, da calefação por queima de óleo, etc, por outros menos poluentes?
Rubens Junqueira Villela – Mas já estamos substituindo, por energia eólica, hidrogênio, eletricidade, biocombustível etc. Entretanto precisamos de fontes de energia incomparavelmente mais eficientes para assegurar nossa sobrevivência no planeta. E energia é o que mais temos no universo, só que ainda não sabemos extraí-la de maneira mais inteligente...
Villela pilotando o Rapa Nui, veleiro de apoio ao Projeto
Amyr Klink de Invernagem Antártica, janeiro de 1991.
UFOVIA – Outro assunto que foi mitificado pela internet é o chamado projeto HAARP (High Frequency Active Auroral Research Program), que manipula ondas eletromagnéticas em nossa atmosfera. O senhor pode nos sintetizar em que consiste tal projeto e, se as ações do mesmo, conforme alegam alguns, exerceriam influências na climatologia da Terra?
Rubens Junqueira Villela – O projeto HAARP consiste na emissão de pulsos de radiofrequência para produzir manchas de ionização reforçada na camada ionosférica, entre 70 e 350 km de altitude. Foi desenvolvido por cientistas da Universidade do Alaska, que trabalham também na Antártida, em estudos de propagação de rádio em vários comprimentos de onda, e reveladores da interação entre o campo magnético terrestre e as tempestades de origem no sol. Acho descabida a especulação de que as emissões afetariam o comportamento humano, etc. Há outro tipo de interferência na ionosfera: as linhas de transmissão de eletricidade, que operam em 60 Hz, também afetam a magnetosfera provocando precipitação de elétrons. Foi até possível, no Canadá, correlacionar este efeito com as horas de operação do sistema de geração e distribuição das empresas de eletricidade do país; no fim de semana a demanda cai e o efeito diminui muito.
UFOVIA – Ainda falando no clima, temos ouvido alguns climatologistas alertarem para a acentuação do fenômeno pacífico La Niña, que deve aumentar as chuvas no Brasil central. Em síntese, o que podemos esperar de alterações para o clima da América do Sul, a partir desse ano de 2011?
Rubens Junqueira Villela – Acho um exagero atribuir tanto efeito a La Niña. A correlação com La Niña/El Niño na região Sudeste do Brasil não é muito boa; no Sul e no Norte/Nordeste já funciona melhor. Mas o efeito pode modular o efeito maior do aquecimento global. O resultado seria um comportamento mais irregular e instável da atmosfera, significando, por exemplo, chuvas mal distribuídas no tempo e no espaço, especialmente, na região Sudeste mencionada, neste verão, o que é mau, especialmente para a agricultura.
UFOVIA – Soubemos que após se aposentar pela USP, o senhor residiu nos Estados Unidos. O senhor chegou a militar na ufologia enquanto esteve naquele país?
Rubens Junqueira Villela – Residi nos EUA em três períodos. De 1950 a 57, cursei engenharia e depois meteorologia. Em 1962-63, fui bolsista do CNPq e representante da Comissão Nacional de Atividades Espaciais junto a NASA, trabalhando no Goddard Space Flight Center e base de lançamentos de foguetes-sonda de Wallops Island. Nessa ocasião um colega pesquisador da NASA pediu-me que relatasse o avistamento na Antártida, passando-o ao NICAP. E em 1997-99, trabalhei como “senior meteorologist” no The Weather Channel Latin America, canal de tevê americana dedicado a informações e previsões do tempo.
UFOVIA – Nestes últimos anos, temos presenciado a passagem de vários pesquisadores de OVNIs no Brasil, da chamada “velha guarda da ufologia”. Quais são as considerações do senhor, acerca das transformações a que se passa a ufologia, no Brasil e no exterior?
Rubens Junqueira Villela – Entre os pesquisadores e divulgadores que marcaram época, gostaria de lembrar o nome do inglês Timothy Good, que muito me influenciou, pela qualidade, confiabilidade e abrangência de suas informações, muitas vindas de fontes oficiais e não acessíveis pelas vias normais. Entre as novas revelações, de grande impacto e interesse para a ufologia, estão os inúmeros casos de captura de naves extraterrestres, acidentadas ou não. Mas ainda falta maior abertura sobre o relacionamento direto entre autoridades terráqueas (governo, militares) e visitantes extraterrestres. Minha própria pesquisa mostra que, efetivamente, já ingressamos na era das relações intersiderais! Outra necessidade da ufologia é maior engajamento da ciência; sequer temos ainda um bom espectrograma das emissões de radiação (luminosas ou não) dos OVNIs.
UFOVIA – Quando o senhor fala que já estamos fazendo contatos intersiderais, qual idéia deveremos ter do tipo de “gente” que está nos contatando? Se forem, como alegam alguns, civilizações muitos milênios mais antigas que a nossa, tais seres não poderiam dominar nossa espécie definitivamente?
Rubens Junqueira Villela – Poderiam, e talvez já o façam, de alguma forma que não é muito clara para a maioria da nossa população terrestre. Com mais segurança, fontes ufológicas mostram que o verdadeiro comando da aplicação da energia nuclear neste planeta não está nas nossas mãos, mas na deles, os extraterrestres, que nos mantêm sob vigilância. No fundo, os ETs estão defendendo seus próprios interesses, pois nossas explosões nucleares afetam seu sistema, não sabemos bem como. (Somos muito ignorantes ainda sobre a estrutura do universo, não sabemos o que são matéria e energia escuras que perfazem a maior parte do cosmos).
UFOVIA – Excetuando a que conhecemos aqui na Terra, que tipo de vida o senhor espera haver no Universo? E ainda, quais seriam as pretensões desses supostos habitantes do Cosmos em relação à espécie humana?
Rubens Junqueira Villela – Conclui, pelas minhas pesquisas e contatos, que a vida é um fenômeno universal e diferente do que pensa a maioria dos cientistas. Muitos ETs são bem parecidos conosco, tanto nas qualidades como defeitos... E também na aparência, sendo a forma bi-simétrica outra universalidade. Mais, não existe vida isolada ou ilhada, ela está interconectada ou ligada pela própria tessitura do universo. Quanto aos visitantes cósmicos, alguns estão ligados à nossa própria origem e evolução, outros estão desesperados para encontrar um novo lar e gostariam de “emprestar” um pedaço da Terra (“podemos sobreviver nos desertos e áreas geladas”), outros não querem nem conversa conosco.
UFOVIA – Enfim, a considerar que determinado povo do espaço tenha um avanço de muitos milênios sobre a nossa civilização (que conta 2010 anos), seria de se supor que certos valores básicos humanos, como a moral, o bem e o mal, assim como conhecemos, teriam para esses seres conotações distintas ou até avessas às nossas? Como o senhor analisa essa possível “disparidade temporal” ante a possibilidade de um contato entre duas civilizações cósmicas?
Rubens Junqueira Villela – Esta disparidade, com efeito, poderia ser mortal para nossa civilização. Temos exemplo disso aqui na Terra quando europeus contataram ameríndios e os polinésios. No entanto, evoluímos e hoje estudamos e procuramos proteger essas culturas ou humanidades antes ditas “primitivas”. Os ETs do caso Eromar nos explicaram que esta defasagem entre civilizações, explicaria a indiferença ou mesmo agressividade com que somos tratados por seres de determinadas origens e presentes na Terra; entre eles, os que nos “atacaram” em Limeira e na rodovia dos Bandeirantes, como já relatei.
Villela fazendo a leitura do psicrômetro, a bordo do navio oceanográfico
Prof. W. Besnard, durante expedição antártica. O instrumento é usado
para observar a temperatura e a umidade do ar.
UFOVIA – Além dos avistamentos comentados aqui, o senhor teve alguma outra experiência com o fenômeno, que poderia nos contar?
Rubens Junqueira Villela – Não foram experiências tão íntimas e marcantes. Foram em Ibiúna (sondas) e Cristais Paulista (Fazenda Belo Horizonte, tentativa de sequestro), detalhes constam nos boletins da APEX. E da última, em abril de 1996, com uma contatada, no Sul de Minas, com demonstração de arma ET que destruiu nave de observação “inimiga” ou rival, com explosão silenciosa, manobras de dois discos em formação e pesquisa de base subterrânea ET. Isso assim vai longe – talvez longe demais, para a “sanidade mental” da maioria das pessoas, mesmo que ufólogas...
UFOVIA – Com certeza. Mas, como o senhor vê a abordagem da ufologia atualmente? Considerando aí, desde os trabalhos dos ufólogos atuais, da imprensa especializada e da não especializada?
Rubens Junqueira Villela – A abordagem da imprensa e da maioria da mídia é um fracasso total; com raríssimas exceções, os profissionais destes meios são incapazes de uma abordagem objetiva, investigativa, e isenta de preconceitos. Simplesmente estão perdendo a maior reportagem de todos os tempos!
UFOVIA – Quando o senhor acredita que iremos compreender de maneira sensata e criteriosa, àquilo o que realmente se passa à margem da atual consciência humana?
Rubens Junqueira Villela – Parece que já está acontecendo com muitos da nossa espécie. A política dos próprios ETs parece gradualista, de infiltração lenta e progressiva, do individual para o coletivo, imbuindo alguns terráqueos da missão de propagar a realidade da existência de ETs e da sua presença na Terra.
UFOVIA - Após vários anos de estudos diversos acerca da questão, quais foram as conclusões que o senhor chegou a respeito do fenômeno?
Rubens Junqueira Villela – Os OVNIs são tripulados, naturalmente, e por seres de várias origens neste vasto universo (os que “conheci”, do Eromar, vinham de 472 milhões de anos-luz “até o posto de troca de naves”). Já estamos em contato com civilizações extraterrestres, embora, não no estilo esperado por muitos, como um acontecimento grandioso e sim, mais sutil. E dessa forma, não tem sentido falar em “contato final” que, aliás, poderia ser traumático demais.
UFOVIA – Agradecemos pela entrevista e pedimos para nos deixar suas considerações finais.
Rubens Junqueira Villela – Agradeço a oportunidade que me foi dada pelo Pepe Chaves. Casos ufológicos são muito complexos (como dizia o doutor Max) e num relato incompleto como este, ficam, talvez, ainda mais difíceis de serem entendidos ou avaliados. Contam-se aos milhares (talvez milhões) as pessoas que tiveram experiências ufológicas diretas, e comparando relatos, poderemos chegar mais próximos da enigmática realidade dos OVNIs.
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e dos portais UFOVIA e ASTROVIA.
- Imagens:
Caio Guatelli/Folha de S.Paulo.
Arquivo pessoal de R. J. Villela.
Pepe Chaves © Copyright 2010, Pepe Arte Viva Ltda.
Fonte: www.viafanzine.jor.br
Entrevista muito bem vinda!
ResponderExcluirO que é raro na pesquisa ufológica são pessoas como o professor Rubens Villela, pois, além de ser cientista, ele vivenciou in loco o fenômeno ufo.
Conheci o trabalho do prof. Rubens quando li os livros e reportagens na mídia impressa do navegador Amyr Klink, que fez algumas idas à Antártida junto com ele. É muito bom saber que temos mais um pesquisador sério nesse ramo espinhoso que é a ufologia (digo espinhos devido aos incontáveis charlatões que pegam carona no fenômeno dos óvnis para divulgar as fantasias que se vê por aí).
Seria interessante o prof. Rubens escrever ao menos um livro relatando sua experiência com os ETs.
Abraço e até breve.
Luciano Lira.