terça-feira, 5 de agosto de 2014

Encontrada a cura para o Ebola, ou Mais uma Farsa?


Dois missionários norte-americanos terão sido salvos de uma infeção grave pelo vírus Ébola com um “tratamento miraculoso”. Esta “arma secreta” nunca tinha sido aplicada em seres humanos, mas a FDA terá aberto uma exceção ao abrigo de uma norma que autoriza medicamentos não testados.

A CNN relata a história da seguinte forma: Kent Brantly e Nancy Writebol prestavam auxílio aos doentes infetados, quando há duas semanas se sentiram doentes. Foi confirmada em ambos a infeção pelo Ébola e o seu estado de saúde piorou muito depressa, tendo estado em risco a vida. Consciente da emergência da situação, a empresa Mapp Biopharmaceutical disponibilizou um novo medicamento chamado ZMapp, que nunca tinha sido testado em seres humanos mas cujos resultados obtidos em macacos foram promissores (todos sobreviveram à infeção, quer nos primeiros estádios da infeção quer em processos mais avançados).

Este “elixir miraculoso” explica-se da seguinte forma: o sistema imunitário de cobaias expostas ao vírus desenvolve anticorpos específicos contra ele. Os glóbulos brancos que os produzem (linfócitos) são isolados em laboratório e multiplicados por processos de cultura celular. Neste caso, foram separadas três linhas celulares (clones ou “famílias” de células) que produziram anticorpos específicos muito eficazes contra o Ébola. Estes anticorpos, reunidos numa solução, serão a base deste “super medicamento”. A novidade anunciada pela Mapp Biopharmaceutical Inc. é a capacidade de produzir estes anticorpos em plantas de tabaco, o que acelera substancialmente o processo de produção (as culturas celulares são “lentas”, por comparação).

Outro aspeto notável na notícia foi a urgência da aplicação (porque não foi sujeito aos testes de segurança obrigatórios) e a recuperação “miraculosa” dos missionários. As doses deste medicamento (ZMapp) foram enviadas para a Libéria, na esperança de restaurar as condições mínimas de saúde dos missionários para permitir o seu transporte para os Estados Unidos da América. O extraordinário foi que, em particular no caso de Kent Brantly, a recuperação surpreendeu todos. O médico esteve em risco de vida, mas no dia seguinte à administração do ZMapp conseguiu andar pelo próprio pé e até tomar banho. A recuperação de Nancy Writebol não foi tão espetacular, mas foi a suficiente para permitir o seu transporte para os EUA. Os riscos existem e, como é a primeira vez que se utiliza esta solução em humanos, ainda há muito que pode correr mal. Mas os primeiros resultados são muito animadores.

Perante a ausência de tratamento ou cura da infeção pelo Ébola, pela sua elevadíssima taxa de mortalidade e pelo receio da expansão mundial da epidemia, aumenta a pressão para o desenvolvimento de um tratamento ou medicação preventiva eficaz. Esta droga surpreendeu pela sua existência e por se revelar tão eficaz. Resta saber quanto tempo vai demorar a constituir-se um tratamento de rotina capaz de travar a epidemia e salvar a vida aos milhares de pessoas já infetadas na África subsariana.

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