Tratamento de efluentes industriais
O processo gera 10 vezes menos lodo aprisionando os micróbios faxineiros em grânulos no interior de uma matriz de polímero. [Imagem: Youris] |
Se o seu problema são sujeiras incrustadas em superfícies difíceis de lavar, a solução pode estar em uma torneira com bolhas e ultrassom, que limpa sem pressão.
Mas se a sujeira está dispersa na água, que precisa ser tornada potável porque as pessoas não gostam de tomar água suja, ou ser menos suja porque o meio ambiente não gosta de receber água com rejeitos excessivos, então a saída pode ser a bioalquimia.
É o que propõem cientistas italianos e alemães, que desenvolveram um novo tratamento biológico que reduz a quantidade de lodo presente na água por um fator de 10.
Processos biológicos já são usados em plantas de tratamento de esgoto de todo o mundo.
Mas o problema é mais sério quando se trata daquele líquido quase irreconhecível que sai de indústrias do couro, de tecidos ou farmacêuticas.
Nesses casos, não há micróbio que dê jeito.
Mini-planta de tratamento
A equipe do Instituto de Pesquisas da Água, na Itália, criou então uma tecnologia na qual a biomassa microbiana, que "quebra" os resíduos presentes na água, cresce na forma de grânulos.
Os grânulos são presos nos poros de uma membrana no interior de um reator.
Estressados pelo aprisionamento, os micróbios produzem menos lodo porque não obtêm as condições ideais para se proliferarem.
Assim, produzem-se menos micróbios e menos rejeitos.
A remoção de um quilograma de resíduo por meio de um sistema de tratamento biológico comum produz meio quilograma de lodo, que passa a representar um problema por si só.
"Com esta nova tecnologia, você produz apenas 50 gramas de lodo. Uma planta de tratamento com esta tecnologia poderá ser 10 vezes menor do que as tradicionais," afirmou Antonio Lopez, diretor do projeto.
Bioalquimia
Mas, para caracterizar a sua alegada "bioalquimia", os cientistas queriam limpar a água industrial, reduzindo seu impacto ao meio ambiente.
Eles fizeram isto adicionando ozônio ao seu reator.
O ozônio é um oxidante poderoso, que consegue quebrar a maioria dos compostos orgânicos.
No reator bioalquímico, o gás não quebra totalmente os compostos - uma medida de redução dos custos, já que o ozônio não é muito barato - mas os transforma em compostos mais facilmente biodegradáveis.
Os micróbios estressados fazem o resto.
"O tratamento dos efluentes da indústria do couro é uma espécie de benchmark no setor de tratamento de águas industriais porque sua composição é complexa e difícil de tratar," explica Lopez.
"Em nosso protótipo em escala piloto, o efluente final da indústria do couro se parece com água da torneira," completou.
Fonte: Inovação Tecnológica
como consigo falar com o sr Lopes
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