Uma molécula natural bastante conhecida de químicos e físicos, o fulereno, pode, a partir de hoje, começar a colecionar admiradores leigos. Segundo estudo da Universidade do Sul de Paris, na França, essa molécula formada por 60 átomos de carbono se provou não tóxica e capaz de dobrar a longevidade de ratos.
Os átomos do fulereno se arranjam no mesmo formato de uma bola de futebol. Não é à toa que também é chamado de molécula-bola, desde sua descoberta em 1985. Mas somente em 1993 é que se começou a levantar suspeitas sobre possíveis benefícios biológicos que a ingestão dessa molécula poderia trazer.
A lista de benefícios é extensa e inclui proteção contra raios ultravioleta, propriedade antivirais e antioxidantes, efeitos “catalizadores” nas respostas a alergias, estimulante do sistema imunológico, entre outros.
No presente estudo, os pesquisadores deram doses dessa molécula, dissolvida em azeite de oliva, para ratos e compararam os resultados com um grupo de controle, que recebeu apenas o azeite.
E os resultados surpreenderam. “Descobrimos que a administração oral do fulereno, em pequenas doses no azeite, não só não traz malefícios, como dobra a longevidade dos ratos”, explicam os cientistas da universidade francesa.
A média de vida dos ratos do grupo de controle foi de 26 meses. E a média de vida do grupo cobaia? Inesperados 42 meses, quase o dobro do tempo.
Os pesquisadores também constataram que o fulereno é absorvido pelo trato gastrointestinal e eliminado do corpo em um período de até 10 horas, sem deixar qualquer rastro tóxico.
Vale ressaltar que, embora o estudo tenha sido feito com ratos, os efeitos da molécula com 60 carbonos pode ser estendido para os humanos, já que essas cobaias são bons análogos a nós. Mas também é possível que, no futuro, outros estudos revelem que o fulereno não tenha efeito algum nos seres humanos.
Esses resultados são importantes por trazerem novas perspectivas para os campos da medicina e da toxicologia, que poderiam utilizar a molécula-bola em terapias contra o câncer, doenças neurodegenerativas e o envelhecimento.
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