O maior projeto científico da humanidade tenta reproduzir
a energia do sol em um reator para fins comerciais.
Inaugurado na segunda quinzena de Janeiro em Cadarache na França a sede do ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) ou (Reator Experimental Termonuclear Internacional – em português). Um projeto multinacional em larga escala, designado a desenvolver a fusão nuclear do sol para a geração de energia comercial.
O ITER surgiu na necessidade de se gerar uma nova fonte de energia, visto que desde o século 19 as maiores fontes de energia são a queima de carvão e combustíveis fósseis, o que tem mostrado prejudicial ao meio ambiente com a emissão de gases nocivos para o clima do nosso planeta. Segundo estudos o consumo global de energia está previsto para triplicar até o final do século e as reservas de combustíveis fósseis se esgotarão além da conseqüência ambiental a sua exploração ser grave.
O projeto nasceu em 1985 com a União Soviética, Estados Unidos, União Européia e Japão. A China e a Coréia se juntaram ao projeto em 2003 e a Índia em 2005, juntas, essas seis nações representam mais da metade da população do mundo.
Objetivo e Funcionamento
O projeto consiste em formar a fusão que geral o calor do sol em um reator chamado tokamak.
Como ocorre a fusão que gera o calor do sol?
Átomos de hidrogênio se fundem formando átomos de hélio e o resultado dessa fusão libera energia, isso a temperatura exageramente elevada.
No tokamak serão dois átomos de hidrogênio que serão submetidos a 150 milhões de graus Celsius e darão origem num átomo de hélio liberando assim energia através dessa reação, para se ter uma ideia, a fusão que ocorre no núcleo do sol é 10 vezes menor do que a que irá acontecer no tokamak.
O Tokamak (reator que irá fabricar o processo) está previsto para ficar pronto até 2020 e custará aos países envolvidos, União Européia com 45% de participação, Estados Unidos, Japão, China, Rússia, Índia e Coréia do Sul com 9,1% cada – representando 34 países, um total de U$$ 15 bilhões (R$ 32 bilhões). A ideia é que depois cada país tenha o seu próprio tokamak.
O Brasil foi convidado para participar como cotista do projeto do ITER, mas negou a proposta por considerar que o país não tem imediata necessidade de energia nuclear, além de ter que desembolsar grande quantidade de dinheiro, segundo o Ministro da ciência e tecnologia Sérgio Rezende.
Mas o interesse do Brasil participar do projeto não seria somente político, para o grande reator fazer a fusão nuclear serão necessários condutores fabricados com ligas metálicas à base de Nióbio e Titânio e o Brasil possui nada menos que 98% das reservas mundiais de Nióbio, eles são necessários porque suportam elevadíssimas correntes elétricas necessária para funcionar a bobina do reator, além disso a organização do ITER desejava construir no país uma fábrica para a fabricação das ligas metálicas. Mas o Brasil continua participando do projeto, só que indiretamente, vendendo Nióbio para os fabricantes dos condutores de quem o ITER irá comprar.
O Tokamak
O tokamak do ITER terá 60 metros de altura, equivalente a um edifício de 20 andares, e seu peso somado ao da fundação antiterremoto chegará a 400 mil toneladas. A construção do tokamak consumirá muito aço: 23 mil toneladas. A torre Eiffel, para se ter uma ideia, necessitou 7.300 toneladas.
A previsão dos técnicos do ITER é de que o equipamento possa produzir aproximadamente 1,3 mil megawatts (MW).
Para alguns componentes do tokamak serem transportados do porto de Marselha até Cadarache, sede do ITER, o governo francês teve de reconstruir parte da estrada de 104 quilômetros que os separa. O mais pesado terá 900 toneladas, incluindo o veículo, e o mais alto, 10,6 metros, sendo que alguns atingem 61 metros de extensão. Veja as fotos da escavação aqui
Dificuldades
Dificuldades de engenharia, como a fabricação dos componentes em países distintos para depois ser levado à França, e a colaboração dos países envolvidos ainda não foram todas sanadas, administrar e gerenciar a captação de recursos dos países envolvidos é complicado, além das diferenças culturais que se envolve.
Para o Diretor Geral do ITER Osamu Motojima a energia de fusão é a única maneira de conciliar enormes demandas conflitantes que confrontam a humanidade, mais cedo ou mais tarde e o uso dessa energia é um “must”, se quisermos ser sérios sobre embarcar em desenvolvimento sustentável para as gerações futuras.
Fonte: ITER
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