segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Expedição Secreta de HITLER na AMAZÔNIA BRASILEIRA

A Amazônia esteve nos planos de Hitler como um território a ser conquistado pelo III Reich. Uma enorme cruz de madeira ostenta uma suástica nazista no cemitério de uma ilhota sem nome do Rio Jari, entre os estados do Amapá e Pará. É o que resta da expedição nazista que chegou a Belém em 1935 e durante dois anos explorou a geologia, fauna e flora da Amazônia. Preparando a invasãoUm livro de 1938 achado recentemente num sebo em Berlim traz anotações precisas da expedição. Intitulado "Mistérios do Inferno da Mata Virgem", o diário do geologista e piloto Otto Schulz-Kampfhenker revela que os quatro oficiais alemães teriam outros interesses que os científicos - buscavam os acessos e caminhos do Amapá até a Guiana Francesa, região estratégica a ser ocupada na guerra que se aproximava. 

Os exploradores levaram 11 toneladas de suprimentos e munição para 5 mil tiros. Enviaram para a Alemanha as peles de 500 mamíferos diferentes, centenas de répteis e anfíbios e 1.500 objetos arqueológicos. Produziram 2.500 fotografias e 2.700 metros de filme 35mm que mostram índios, caboclos, animais, peles, cobras e outros espécimes exóticos do mundo tropical. Eles também aproveitaram para testar um hidroavião com flutuadores de compensado de madeira, técnica inédita na época, e algumas armas e equipamentos não detalhados no livro "Papai grande".

A missão foi repleta de incidentes. O piloto errou duas vezes a rota de Arumanduba, de onde partiriam. Somente ao chegarem ao rio descobriram que era raso, encachoeirado e pedregoso, inviabilizando o uso da aeronave. O jeito foi seguir a pé e de barcos, com a contratação de caboclos para fazer o trabalho braçal. 

Os alemães apreciaram o tipo indígena dos aparaís: "construído como um atleta olímpico (...) parecendo uma estátua de bronze modelada por um artista". Fizeram amizade com eles apresentando-se como "filhos do Papai Grande da Ciência" e moraram na aldeia durante quase um ano, período em que Schulz teve uma filha com uma das nativas. A expedição, porém, continuava azarada. Um dos alemães, Joseph Greiner, contraiu malária e morreu poucos dias depois. Foi enterrado ali mesmo, numa ilha do Rio Jari, onde está a cruz com a suástica. 

Detalhe da suástica na parte superior da cruz
 de Joseph Greiner 
A expedição prosseguiu por mais um ano, até fevereiro de 1937, com ajuda de caboclos e índios. Malária, repetidos acidentes e apendicite atacaram os alemães. Otto quase perdeu a vida ao tentar subir as violentas corredeiras do rio. Para os índios, os alemães estavam sendo castigados por terem matado uma sucuri de sete metros, animal sagrado cuja morte traz azar. 

A expedição terminou e os sobreviventes retornaram à Alemanha. Em seu diário, Otto anotou que concluíram a maioria das experiências técnicas "em prol de missões maiores no futuro". A Amazônia resiste" Os alemães sempre tiveram um interesse especial pela terra brasileira; Euclides da Cunha, em "Os Sertões", mostrou como eles cartografaram detalhadamente a geologia e geografia nacionais havia muito tempo. Também é germânica a descoberta de que Goiás tem o solo mais antigo do planeta. 

Além dos nazistas, os capitalistas tentaram a sorte na Amazônia e foram derrotados: em 1927, Henry Ford comprou cerca de um milhão de hectares na selva, junto ao rio Tapajós, e iniciou uma gigantesca plantação de borracha, a Fordlândia. O projeto durou 18 anos até ser tragado pela selva. Em 1967, o homem mais rico dos EUA, Daniel K. Ludwig, também fracassou com sua fábrica de celulose flutuante denominada Projeto Jari. Mas estas histórias ficam para outro dia.(fonte principal: pesquisador Cristóvão Lins/Jari, a quem agradecemos)


Bow and Arrow Types in Central Brazil - Smithsonian Report, 1896

O VATICANO ESCONDE OS REGISTROS DA AMAZÔNIA

A luta de fronteira da província de Madre de Dios acalmou aos poucos durante os anos de 1970 e 1971. As tribos índias selvagens fugiram para as quase inacessíveis florestas perto da nascente do rio Yaku. Aparentemente, Tatunca Nara desaparecera. O Peru fechou a fronteira com o Brasil e iniciou a invasão sistemática da floresta virgem. De acordo com testemunhas oculares, os índios do Peru partilharam da sorte dos seus irmãos brasileiros: foram assassinados ou morreram de doenças características da civilização branca.

Em 1972, Tatunca Nara voltou à civilização branca, e na cidade brasileira de Rio Branco relacionou-se com o bispo católico Grotti. Juntos pediram alimentos para os índios do rio Yaku nas igrejas da capital do Acre. Desde que a província do Acre tinha sido considerada “livre de índios” nem ao bispo foi concedido qualquer auxílio do Estado. Três meses mais tarde, monsenhor Grotti morria na queda misteriosa de um avião.

Mas Tatunca Nara não desistiu. Com o auxílio dos doze oficiais cuja vida salvara, entrou em contato com serviço secreto brasileiro. Apelou também para o Serviço de Proteção aos Índios do Brasil (a atual FUNAI) e contou a N., secretário da Embaixada da Alemanha Ocidental em Brasília, a história dos dois mil soldados alemães que desembarcaram no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e que ainda estavam vivos em Akakor, a capital do seu povo. N. não acreditou na história e recusou o acesso de Tatunca Nara à embaixada. A FUNAI só concordou em cooperar depois de muitos pormenores da história de Tatunca Nara acerca das tribos índias da Amazônia serem confirmados, durante o Verão de 1972. O Serviço organizou então uma expedição para estabelecer contato com os misteriosos Ugha Mongulala e deu instruções a Tatunca Nara para fazer os preparativos necessários. No entanto, estes planos foram interrompidos devido à resistência das autoridades da província do Acre. Devido a instruções pessoais do governador Wanderlei Dantas, Tatunca Nara foi preso. 

Pesquisadores estrangeiros assassinados/desaparecidos depois de andarem com Tatunca Nara: Herbert Wanner, da Suíça - John Reed, dos EUA - Christine Reuser, alemã - Karl Brugger, Alemão (Reprodução dos vídeos de Wolfgang Brog e do Fantástico)

O livro foi lançado em vários países, mas Brugger foi assassinado em 1984 no Rio de Janeiro. O padre Casimiro, missionário salesiano de Manaus especialista em linguas indígenas, foi encarregado de traduzir o que Tatunca falava em 1971, quando estava sob custódia dos militares. O religioso percebeu que, além de ser incapaz de se expressar como um índio, ele tinha sotaque germânico – minutos depois, o prisioneiro começou a falar alemão fluentemente. 

 O governo do Peru chegou até a pedir a sua extradição e, por ordem do governador do Acre, Tatunca foi preso em 1972. Mas, segundo Brugger, “Pouco antes da sua extradição para o Peru, os oficiais seus amigos libertaram-no da prisão de Rio Branco e tornaram a levá-lo para Manaus”. e também que ele foi informante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna, onde eram torturados os que se opunham à ditadura militar), do SNI (Serviço Nacional de Informações) e do CMA (Comando Militar da Amazônia) a partir de 1972: “... neste último tendo contato íntimo com o então Major Thaumaturgo, hoje General, que na época ajudou a criar a estrutura da 7ª Seção do CMA. Tatunka passava informações à respeito da atuação de funcionários da FUNAI, de políticos e do então prefeito de Barcelos, de nome Manoel”. Valente interrogou mais de 20 pessoas, inclusive Gunther e sua esposa brasileira, Anita, e disse que a Polícia Federal brasileira entrou no caso bem antes do ministério público, mas por algum motivo desconhecido, não prosseguiu com as investigações. Numa reportagem feita pelo Fantástico em 1990, o diretor-geral da Polícia Federal Romeu Tuma garantiu que, se Hauck realmente fosse um homicida, seria julgado pelo código penal brasileiro, e que se fosse comprovado o crime de falsidade ideológica, podendo inclusive cumprir a pena no Brasil antes de ser deportado. Entretanto, o alemão continua livre até hoje.

Relatório da Procuradoria Geral do Estado do Amazonas que denuncia a ligação de Tatunca Nara com órgãos de repressão da ditadura militar (Reprodução do vídeo de Wolfgang Brog "The Secret of Tatunca Nara")


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