Einstein outrora afirmou que as Leis da Termodinâmica eram a única teoria física do universo que “nunca será derrubada”. Isso tudo mudou no último mês, quando cientistas do Argonne National Laboratory da Universidade de Chicago encontraram uma brecha no sistema – uma que lhes permite quebrar a segunda lei da termodinâmica.
A descoberta tem implicações enormes para a nossa compreensão do universo, não menos importante porque nos apresenta a chance de um dia criar máquinas de movimento perpétuo.
Com a descoberta, poderemos, um dia, ser capazes de criar máquinas de movimento perpétuo, que girariam por toda a eternidade sem dissipar energia. Basicamente, eles foram capazes de criar um sistema quântico projetado para reciclá-la, de acordo com informações do jornal Daily Mail.
As Quatro Leis da Termodinâmica estudam os efeitos da mudança de temperatura, volume e pressão em escalas macroscópicas de sistemas físicos. Elas foram definidas por cientistas e engenheiros que procuravam aumentar a eficiência das máquinas a vapor em meados do século 19. As leis determinaram como a temperatura, energia e entropia (medida do caos quântico) trabalham juntos para construir ou destruir a matéria. Tudo, incluindo o menor átomo até o colapso dos buracos negros mais distantes, é controlado por estas quatro leis. Corajosamente, Albert Einstein uma vez propôs que esta era a única teoria física do Universo que “jamais seria derrubada”.
No mês passado, cientistas da Universidade de Chicago, nos EUA, disseram ter encontrado uma brecha na segunda lei da teoria, que fala sobre o estado de um sistema. Basicamente, ela trata da transição de energia utilizável para inutilizável dentro de um sistema. A Segunda Lei é a razão pela qual nossos celulares e laptops precisam ser carregados, e a mesma que sugere que, um dia, nosso Sol irá morrer.
Ela afirma que uma energia não pode se repetir em loop dentro de um sistema fechado, e por isso, temos que repor o que é perdido. Além disso, estabelece os limites para tudo o que é possível no Universo, e é a razão pela qual tudo dentro dele, um dia, entrará em decadência.
No coração desta segunda lei, há a entropia, que mede o caos quântico dirigido a cada partícula do Universo, e que está constantemente aumentando. E é justamente aí que a lacuna da lei está, com os cientistas sugerindo uma forma de permitir que a entropia acelere em direção oposta, ao invés de aumentar. Porém isso só pode ser observado em uma pequena escala e por curtos períodos de tempo.
O conceito chave por trás da segunda lei é o chamado Teorema H, que estabelece que o calor fluirá sempre de um ambiente quente para frio até que ambos tenham a mesma temperatura. Em outras palavras, em um sistema fechado, partículas de alta entropia (quentes) irão fluir sempre para o meio de baixa entropia, até que a entropia de ambos seja igualada. A partir destas informações, os cientistas determinaram que a entropia está sempre aumentando em nosso Universo, pois cada vez mais energia é utilizada. Eventualmente, isso levará ao fim da energia do Universo.
De acordo com o pesquisador Dr. Ivan Sadovskyy, o Teorema H estabelece uma conexão entre a Física Quântica e processos teóricos quânticos. No modelo novo proposto, algumas moléculas foram vistas diminuindo temporariamente sua entropia, o que basicamente quebra a Segunda Lei da Termodinâmica.
A equipe de Argonne Lab agora levou as coisas um passo adiante, criando um modelo matemático para mostrar como um sistema quântico poderia ser criado onde há um “ganho de entropia negativa” temporária – ou seja, uma diminuição da entropia.
“Embora a violação seja apenas na escala local, as implicações são de longo alcance”, disse o Dr. Valerii Vinokur, outro membro da equipe. O Dr. Vinokur acrescentou que a descoberta eventualmente “poderia tornar possível uma máquina de movimento quântico quantitativo local”. Embora essas máquinas de movimento quântico perpétuo ainda são puramente teóricas, as descobertas da equipe representam o primeiro grande passo em direção a um dispositivo real e funcional.
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