Guerra e Magia têm sido companheiros de cama regulares desde o início dos tempos. Durante conflitos e em tempos de turbulência, vale tudo para superar os inimigos e derrotá-los. E se magia constitui uma espécie de trunfo ou arma secreta capaz de assegurar a vitória, com certeza valia a pena explorá-la.
Neste septuagésimo sétimo aniversário da desesperada Batalha da Grã-Bretanha, este artigo analisa as formas como a Magia foi usada neste dramático momento da Segunda Guerra Mundial. Ao lado da Batalha Aérea que estava sendo travada nos céus durante o verão e o outono de 1940, houve outra batalha sendo disputada simultaneamente - uma Batalha Mística. Vamos ser claros - estamos falando aqui de "magia" no sentido oculto, não de "mágica", não há nada de conjuração ou ilusionismo, e sim rituais místicos e tradições ocultas.
A Grã-Bretanha tem uma longa tradição de recorrer a magia quando os inimigos se apresentam e ameaçam a segurança de suas Ilhas. No início da Era Moderna, em Friar Bacon, um feiticeiro inglês teria desafiado um oponente saxônico para um duelo de magia no qual sua vitória garantiu a posse das ilhas. O lendário Rei Arthur teve suas mais importantes vitórias garantidas pelo seu fiel feiticeiro Merlin, contando ainda com o poder da espada mágica Excalibur. Saindo dos Mitos e investigando a realidade, temos casos de elementos sobrenaturais auxiliando governantes britânicos em vários momentos.
Em 1588 o matemático, conselheiro e espião da Rainha Elizabeth I, o misterioso Doutor John Dee, supostamente conjurou um enorme vendaval para destruir a Invencível Armada e obrigá-la a retornar arruinada para a Espanha. Em 1807, a iminente invasão de Napoleão foi, segundo lendas, revertida por rituais místicos realizados por bruxas do Sul da Ilha Britânica que afetaram psicologicamente os franceses e os encheram de receio de atravessar o mar. A Primeira Guerra Mundial viu os Anjos de Mons, supostas figuras angelicais intervindo a favor dos britânicos e em um nível pessoal, muitos soldados acreditavam que carregar talismãs caseiros serviria para prevenir ferimentos e impedir a morte no campo de batalha.
A Segunda Guerra Mundial estava destinada a ser lutada em muitos níveis. Acima e além das maneiras conhecidas e testadas que envolviam disparar algum tipo de projétil contra o inimigo, ela viu o uso da manipulação da psicologia chegar a novas alturas como um meio de desestabilizar o outro lado. O astrólogo Louis de Wohl foi empregado pelos serviços de inteligência britânicos, cuja equipe também incluía Dennis Wheatley e Ian Fleming. Sua função era alimentar a desinformação e contrariar as previsões astrológicas feitas a respeito de Hitler. Segundo os astrólogos nazistas, os alemães estavam fadados a conquistar a Europa inteira. Com base nessas previsões, os nazistas lançaram milhares de panfletos sobre a Inglaterra, alegando que não fazia sentido tentar impedir a invasão prevista pelos astros. Imediatamente, os astrólogos britânicos fizeram suas próprias previsões que contrariavam os alemães.
Mas os ocultistas britânicos foram muito além disso. Eles se envolveram usando métodos ainda menos ortodoxos para apoiar o esforço de guerra.
AUTO-DEFESA PSÍQUICA
Uma figura tem sido associada mais do que qualquer outra a Batalha Mística da Britânia: a ocultista e escritora Dion Fortune. Nascida como Violet Mary Firth em 1890 em uma Família de Cientistas Cristãos no Norte de Gales, ela teve experiências com visões e mediunidade desde a sua infância, acreditando ser a reencarnação de uma sacerdotisa de Atlântida. Além disso, Dion acreditava ser capaz de canalizar psiquicamente a presença de Socrates e Merlin em sessões espíritas. Ela começou a direcionar suas experiências psíquicas de modo mais coerente após se filiar a famosa Sociedade Teosófica. Depois da Grande Guerra, ela se juntou a Stella Matutina, uma semente nascida da Sociedade Hermética da Golden Dawn, um grupo de ocultistas que por algum tempo congregou sob uma mesma Ordem Aleister Crowley, MacGregor Mathers, WB Yeats e muitos outros expoentes, que incluem a própria Dion.
O nome místico "Dion Fortune" pelo qual ela se tornou conhecida, era composto pelas iniciais de seu nome código dos tempos de Golden Dawn – "Deo, Non Fortuna", que pode ser traduzido como "Não pela sorte, mas através de Deus" e deriva de um lema em latim de sua Família.
Como parece ter acontecido frequentemente ao longo da história da Golden Dawn, disputas internas levaram Fortune a abandonar a Stella Matutina e criar seu próprio grupo, com uma forte ênfase no Cristianismo Esotérico e com uma roupagem menos formal. Ela realizava experimentos com meditação e magia ritualística assimilando elementos dos Mitos Arthurianos (Rei Arthur) sobretudo as lendas derivadas do Santo Graal e a respeito de Glastonbury. Apoiada pelo visionário arqueólogo Frederick Bligh Bond, ela acreditava que o Santo Graal era uma força mística que fornecia poder e protegia a Britânia.
Ironicamente, após algo que, para nossos padrões, poderia ser compreendido como um colapso nervoso, e que ela tratou como um ataque místico, Fortune passou a treinar e praticar psicoterapia. Ela escreveu diversos livros, novelas e artigos para revistas de grande influência na época, como a Occult Review, combinando psicologia e misticismo, explorando o inconsciente coletivo, noções Jungianas de anima/animus, conceitos de Linhas de Ley, projeção astral psíquica, e métodos esotéricos de cura. Fortune desenvolveu um ocultismo profundamente embasado pela psicologia (ela usava o termo "Ciência Oculta"), uma espécie de sincretismo que se apropriava de elementos religiosos de várias culturas, incluindo a cosmologia egípcia, astrologia teosofista, numerologia, Cabala e técnicas orientais que permitiam acessar a "Biblioteca de Todas as Coisas", os Arquivos Akashic. Ela desenvolveu técnicas para canalizar sua mediunidade, induzir o transe, visualização de pentagramas e globos de proteção, auto-hipnose, meditação transcendental, uso de ferramentas para previsão do futuro através de taro, bolas de cristal e espelhos escuros, análise de sonhos e contato através de sonhos com "mestres secretos". Para muitos especialistas ela foi uma das maiores ocultistas de sua época.
Dion, esteve envolvida em todo tipo de tradição hermética e testou os limites do oculto em suas experiências colecionando desafetos. Acreditando que poderia haver utilizadores de magia capazes de atacá-la física e espiritualmente, ela redigiu seu mais famoso livro com o título Auto-Defesa Psíquica em 1930.
UM EXÉRCITO MÁGICO
Para Dion Fortune, o que importava era o estudo, sendo que qualquer resultado mágico seria produzido por elementos sobrenaturais superiores: "algo desse mundo, mas que não é desse mundo agindo através de nós". Ela acreditava que problemas sociais, políticos e até econômicos, seja de pessoas ou até nações, poderiam ser resolvidos através do uso de magia.
Ela considerava ocultismo como "uma nobre busca pela alma, uma verdadeira cruzada contra os Poderes das Trevas", a magia estava a serviço da humanidade, e de 1939 em diante ela acreditava que sua Ordem – A Fraternidade da Luz Interior (Fraternity of Inner Light) – estava destinada a defender o Reino, herdando o papel do legendário Rei Arthur e dos Cavaleiros do Graal. Com o início da Guerra, ela também passou a acreditar que a tarefa carecia de mais do que os membros iniciados de sua Ordem, diante de uma ameaça desse tamanho, seria necessário reforçar suas fileiras. Em uma surpreendente reviravolta, a Fraternidade começou a alistar novos membros, convidando pessoas de fora, fazendo deles membros honorários com o discurso "Todos temos de fazer a nossa parte".
Com membros espalhados em todo Grã-Bretanha, a Ordem começou a agir como um verdadeiro Exército Místico operando na Defesa do Império. Fortune fez da sua propriedade em Queensborough Terrace, distrito de Bayswater em Londres, o Quartel General do grupo. Havia outros quartéis generais místicos em outras cidades, sendo que o de Glastonbury era um dos centros mais importantes. Ao longo de três anos (Outubro de 1939 a outubro de 1942), o Exército Místico se juntou, realizando Rituais Místicos, Meditação e Encantos de Proteção semelhantes aos usados pela Golden Dawn, com o objetivo de proteger prédios e lugares importantes que eram alvos chave do bombardeios nazistas.
Fortune acreditava em um Espírito Nacional que habitava Glastonbury, uma força personificada pelo fantasma do Rei Arthur que despertaria para ajudá-los. O grupo acrescentou elementos cristãos, rituais da Rosa-Cruz, tradições mágicas do Livro de Abra-Merlin, a lenda do Cálice Sagrado e o Arcanjo Miguel, todos unidos para proteger a Nação contra os Invasores Nazistas, considerados servos de forças obscuras e malignas.
O INÍCIO DA BATALHA
Os novos membros alistados para ajudar na Batalha Mística receberam treinamento em meditação e como criar proteções místicas.
"Os membros da Fraternidade da Luz Interior foram cuidadosamente treinados na teoria e na prática da meditação. Todo domingo de manhã entre 12:15 até 12:30 certos membros focavam em um transe para criar um Círculo de Proteção ao redor de seu Quartel General. Outros membros, se uniam nessa mesma meditação ao mesmo tempo. Os membros também eram convidados a visitar o Centro para participar dos rituais e aprender magias, sobretudo de proteção. Os mais capazes recebiam permissão de passar adiante o que haviam aprendido e iniciar novos membros fazendo o Exército Místico crescer.
Através de meditação, os membros da Fraternidade acreditavam poder desviar bombas, desarmar detonadores, causar problemas mecânicos em aviões, modificar o clima, criando tempestades e nevoeiros e influenciar os pilotos e artilheiros para que errassem os alvos pretendidos. Os membros acreditavam compartilhar de uma única alma. Quando os aviões da Lufftewaffe sobrevoavam Londres, eles se colocavam em círculo de mãos dadas e canalizavam sua energia para produzir efeitos mágicos.
Além disso, a Fraternidade acreditava que a Batalha pela Britânia era essencial para frear o avanço das Forças das Trevas. Dion Fortune foi uma das primeiras pessoas a se referir a Alemanha Nazista como uma Força comprometida com o Mal. Ela havia estudado a simbologia secreta e estava ciente de vários rituais místicos empregados pelos Nazistas. Para Dion Fortune, a Guerra não era travada apenas nos céus, nas praias e nas cidades, o Campo Espiritual estava saturado de energia que os nazistas estavam empregando para suas vitórias arrasadoras até então. A Blitzkrieg, no seu entender, estava sendo alimentada com magia, o que explicava sua incrível eficiência. Nações caíam diante do avanço das tropas nazistas em dias e nada parecia ser capaz de fazer frente a ela.
Nada, a não ser usar magia contra magia!
Os membros usavam seus rituais para proteção, mas também agiam ofensivamente. Aqueles capazes de empreender viagens astrais, alegavam espionar bases inimigas e ouvir planos consultando bolas de cristal e espelhos. Usavam totens e símbolos de proteção para evitar que os nazistas usassem a mesma estratégia contra eles. Ocultistas tentavam afetar Generais inimigos através de magia direcionada. Consultavam a astrologia e numerologia para determinar as melhores datas para empreender bombardeios. Enviavam relatórios a respeito de onde deveriam ser posicionadas as baterias anti-aéreas, de preferência sobre Linhas de Ley - que conduziam magia e favoreciam a mira dos artilheiros. Símbolos de proteção mística foram pintados em instalações vitais com o intuito de desviar as bombas.
A medida que a confiança de Fortune crescia, ela começou a exigir mais de seus soldados mágicos. Em 28 de janeiro de 1940, Dion enviou um relatório ao Alto Comando de Defesa do Reino afirmando que a Fraternidade da Luz Interna pretendia realizar um Ritual para invocar presenças angelicais - Anjos vestindo mantos vermelhos, tendo espadas flamejantes em suas mãos, para defender a Grã-Bretanha contra o Mal. Se o Alto Comando de Defesa se manifestou a respeito do ritual não se sabe ao certo, mas em tempos desesperados, toda ajuda parece bem vinda.
Em 21 de abril do mesmo ano, outro Ritual estendendo o apoio dos Anjos foi realizado pela Fraternidade. A invocação visava defender a Costa da Inglaterra contra uma invasão que parecia iminente. Mapas e fotos da Costa sul da Inglaterra foram colocados sobre mesas e os membros da Ordem se dispuseram ao redor delas canalizando energias. O objetivo era ousado: criar uma muralha de nevoeiro que impedisse os navios nazistas de realizar o desembarque previsto em uma consulta astrológica. Bem sucedido ou não, é fato que a semana foi de enorme nevoeiro o que impedia a visualização do litoral. Nenhum desembarque aconteceu nesse dia ou em qualquer outro e a Fraternidade comemorou seu feito.
A seguir, Fortune começou a liderar ataques ritualísticos e batalhas no plano astral, com seus seguidores visualizando a si mesmos como armas mortais. A Fraternidade tentava descobrir planos secretos, determinar a localização de submarinos e de deslocamento de tropas se valendo de rituais que supostamente reverberavam no plano astral. Além disso, havia um grupo determinado a espalhar maldições e atormentar os nazistas mais graduados com todo tipo de malefício. Na luta contra o mal, qualquer arma à disposição poderia ser usada. Fortune e seus colegas mais próximos contavam que chegaram a lançar maldições semanalmente contra Hitler, Goebbels, Heinrich e Mussolini.
Quando Dion Fortune ganhou fama de feitiçaria e de empregar magia negra ela se saiu de forma bem humorada: "Se a magia que uso é branca ou negra, eu não sei. Mas após o fim da guerra, eu usarei água e sabão para remover qualquer mancha".
Mas embora estivesse na ofensiva, Fortune acreditava que os Nazistas também usavam forças mágicas similares, ainda que muito mais terríveis. Ela escreveu ao Comando Britânico em uma correspondência: "Não estou certa do quanto Hitler sabe a respeito do conhecimento técnico sobre o ocultismo e sua aplicação a assuntos militares, mas tenho certeza que ele está assessorado por especialistas", em outra correspondência datada de outubro de 1945, ela assumia que o Fuhrer deveria ter "algum conhecimento de ocultismo e certo grau de mediunidade desenvolvida e que isso havia permitido a ele sobreviver a atentados".
Existe consideráveis trabalhos a respeito do interesse dos nazistas em assuntos esotéricos, particularmente no que diz respeito aos Mitos do Graal e artefatos ancestrais. Fortune acreditava que os nazistas mantinham um Destacamento de Ocultistas como consultores e para a realização de rituais que aumentassem suas chances de vitória. Segundo ela, os nazistas buscavam artefatos antigos e magias nas nações que haviam conquistado. O uso desses artefatos contrabandeados da Europa ocupada, do Norte da África, do Oriente Médio e do Leste Europeu constituía um perigoso arsenal sobrenatural. Nas mãos de ocultistas alinhados com doutrinas malignas esses artefatos poderiam deflagrar efeitos aterrorizantes.
"Nós estamos lidando com forças ocultas perigosas. Eles (os nazistas) encontraram canais de expressão através do subconsciente de pessoas suscetíveis que não possuem princípios espirituais fortes. Nesse contexto, eles são tão, ou mais perigosos que a mais destrutiva das armas".
BATALHAS ASTRAIS, BOMBAS DE VERDADE
No auge da emblemática Batalha da Britânia, em meados de 1940, Fortune sentiu que o grupo já havia obtido algum sucesso sobre seus adversários. Ela sentiu, entretanto, que um momento dramático estava para acontecer e que um milagre precisava ocorrer para que a Inglaterra continuasse lutando. Esse momento, segundo Fortune, veio com a Evacuação de Dunkirk, quando tropas britânicas e francesas presas no litoral conseguiram uma milagrosa fuga através do Canal da Mancha. "Quando a tempestade estava mais bravia, tudo de que precisávamos era de uma certa calmaria, e mesmo as autoridades militares mais céticas falaram a respeito de um milagre". Até onde se sabe Fortune e seu grupo jamais afirmaram que a Evacuação de Dunkirk foi uma obra deles, mas disseram que aquele seria o momento da grande reviravolta na Guerra.
A despeito dos triunfos no campo místico, a guerra parecia cada vez mais próxima. Em um comunicado em setembro de 1940, Fortune escreveu que "toda nossa meditação esta semana foi voltada para os pilotos de caça da RAF em sua batalha mais importante". Durante os bombardeios sucessivos de Londres feitos pela força aérea alemã, boa parte da vizinhança de Bayswater foi destruída, mas o Quartel General da Fraternidade da Luz Interior se manteve intocado. "Durante todo o bombardeio e o som de explosões, nós permanecemos calmos e não experimentamos nada além de um absoluto sentimento de paz".
Essa confiança aumentou ainda mais quando a Blitz alemã acertou as duas casas vizinhas ao Quartel General da Fraternidade e esta ficou ilesa. "A casa ao lado ruiu com a explosão de bombas incendiárias e apesar dos estrondoso ruído próximo nós escapamos sem nenhum dano". Mesmo em meio a todo cenário de destruição Fortune escreveu em um diário: "Nós construímos uma proteção poderosa, quase tangível ao nosso redor. Essa é a segunda vez que um bombardeiro atinge nossa vizinhança, mas não houve vítimas. Não há como negar que existem forças poderosas agindo aqui".
Mas a despeito dos rituais e das proteções criadas, na semana seguinte, a propriedade foi atingida por um ataque aéreo maciço. "Sofremos alguns danos, mas eles não provocaram nenhuma vítima fatal. As invocações tiveram sucesso parcial, poderia ter sido muito pior". Ela se referia provavelmente a uma bomba que atravessou o telhado da biblioteca da Fraternidade, mas que não explodiu devido a uma falha no detonador.
A NOVA ERA
A medida que a Batalha da Grã-Bretanha e a Blitz passou e a guerra gradualmente começou a pender para o lado dos Aliados, Dion começou a direcionar seus esforços para que o conflito terminasse o quanto antes. Como muitos, Fortune acreditava que após o fim da guerra deveria haver um período de reconstrução não apenas físico, mas social; a Era de Aquário estava se aproximando e muitas feridas precisavam ser cicatrizadas. A ocultista escreveu repetidas cartas pedindo a políticos e líderes do governo que não usassem os dias finais da guerra como pretexto para uma vingança. "A vitória não pode ser alcançada com a destruição completa do inimigo. Quando esta guerra terminar, a maneira como as coisas serão conduzidas serão determinantes para que conflitos desse tamanho não ocorram novamente".
Alguns seguidores mais próximos de Dion Fortune acreditam que os ataques psíquicos que ela sofreu durante a guerra, feitos pelos magos nazistas, a levaram para o túmulo mais cedo. Tendo ensinado seus métodos para os membros da Fraternidade por quase duas décadas, ela sucumbiu a leucemia pouco depois do término da guerra em 1946, alguns dias depois de completar 56 anos de idade. Ela foi enterrada em Glastonbury.
A Fraternidade da Luz Interior continua existindo até os dias atuais.
LUTANDO O BOM COMBATE
Talvez Fortune e outros ocultistas britânicos tenham tido algum sucesso nesses dias escuros de temor e destruição. Poderia a energia psíquica focada pela Fraternidade ter ajudado a suportar a força acachapante da Blitz Nazista que despejou bombas sobre Londres 24 horas por dia, 7 dias por semana ao longo de meses?
Enquanto a intervenção sobrenatural de Dion Fortune pode não ter produzido nenhum benefício prático além do psicológico de aumentar a moral, seus efeitos não podem ser minimizados. Na história oral relatada pelos veteranos da Batalha da Britânia, é comum encontrar indivíduos atribuindo a milagres e ocorrências inexplicáveis sua própria sobrevivência. Muitos afirmam categoricamente que só saíram vivos desse conflito porque uma força superior parecia estar intercedendo por eles no momento de maior necessidade.
Apenas o olho do cético é capaz de separar a verdade da mentira e cada um tem sua própria interpretação a respeito da existência ou não do misticismo nos Campos de Batalha. Ainda assim, magia parece continuar a desempenhar um importante aspecto nas guerras contemporâneas. Nos anos 1980, o "Rei dos Bruxos Britânicos" Alex Sanders relatou ter feito uma série de rituais mágicos que visavam derrotar os inimigos argentinos na Guerra das Malvinas (Falklands). Sanders se gabava de ter encurtado o Conflito em pelo menos seis meses, graças a magias que permitiram um avanço seguro e sucessivas conquistas. Após o 11 de setembro, cerca de sete toneladas e meia de aço retirado das ruínas das Torres Gêmeas foram derretidos e usados para forjar o USS New York, que entrou em serviço em 2009. Isso carrega um imenso simbolismo, ainda mais quando sabemos dos rumores a respeito de que uma parte desse mesmo aço foi usado para forjar espadas usadas em rituais e cerimônias pelas forças armadas.
A Batalha da Grã-Bretanha com certeza foi vencida, pela imensa coragem, determinação e habilidade dos britânicos, da Commonwealth e dos pilotos aliados que lutaram nos céus enfumaçados daquele verão em 1940. Foi uma vitória imensa, com um significado profundo para o restante da Segunda Guerra Mundial e para o século XX. A monumental Operação Leão Marinho - a Invasão da Inglaterra, foi frustrada não apenas pelo sacrifício de homens e mulheres, mas pela capacidade de comprometimento de todo um povo - e porque não de magos, determinados a lutar até o último fôlego... E nunca se render!
Fonte
Fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário educado! Siga a política do 'se não pode dizer algo construtivo e legal, não diga nada.'