Trata-se de uma situação real ocorrida na Califórnia, que, de tão estranha, chegou a inspirar episódios de “Arquivo X” e “Grey’s Anatomy”.
Tudo começou em 19 de fevereiro de 1994, quando uma paciente com câncer de colo de útero avançado, chamada Gloria Ramírez, ingressou na emergência desorientada e com palpitações. Ao tentar uma desfibrilação, os médicos observaram uma camada oleosa sobre o tórax da mulher e sentiram um forte cheiro, semelhante a alho, emanar dela. Nesse momento, os médicos começaram a se sentir fracos e tontos até caírem desmaiados, um atrás do outro.
Felizmente, alguns poucos médicos conseguiram resistir ao estranho efeito provocado pela condição dessa mulher “tóxica” (como seria chamada posteriormente pelos médicos) e deram prosseguimento ao atendimento. Pouco tempo depois, Gloria faleceu por uma obstrução renal.
Foram 23 os funcionários do hospital que apresentaram apneias, pancreatite, hepatite, tremores e necrose vascular depois de atender a mulher. Uma equipe de patologistas, especializada no manuseio de materiais perigosos, encarregou-se da autópsia, e, após alguns dias de pesquisa, o Laboratório Nacional de Lawrence Livermore apresentou sua hipótese: “a mulher tóxica” pode ter usado dimetilsulfóxido (DMSO), um solvente utilizado como remédio caseiro para a dor. Trata-se de um gel que é colocado sobre a pele, o que explica o odor que os médicos sentiram e a substância oleosa no tórax da paciente.
A teoria dos médicos é que a substância se acumulou no organismo por causa da obstrução renal e se converteu em dimetil sulfona (DMSO2) após darem oxigênio à mulher. Em seguida, as descargas elétricas da desfibrilação acabaram transformando a substância em sulfato de dimetilo (DMSO4), um gás venenoso e potente. Os efeitos da exposição a esse gás correspondem aos sintomas apresentados pelos médicos afetados. Por isso, essa é uma explicação plausível para o evento misterioso.
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